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A sessão foi de queda para o Ibovespa, a quarta baixa seguida, mas uma ação do índice se destacou ainda mais entre as perdas. A Natura (NTCO3) teve forte baixa de 15,57%, a R$ 21,35, na maior baixa percentual desde 12 de novembro de 2021, quando fechou em queda de 17,54%.
Alguns rumores de mercado apontaram para vazamento dos resultados do primeiro trimestre de 2022 (1T22), que estão previstos para serem divulgados só no dia 5 de maio, mas as prévias para o balanço da companhia para os primeiros três meses do ano já não eram positivas. Segundo fontes consultadas pela Bloomberg, as conclusões sobre dados fracos teriam sido tiradas após conversas da companhia com os analistas de mercado, de forma a alinhar as expectativas.
Procurada pelo InfoMoney, a empresa ainda não retornou o pedido de posicionamento sobre o tema.
Em relatório divulgado na manhã desta quarta-feira, o Bradesco BBI apontou esperar que o 1T22 seja mais um trimestre difícil para Natura e Avon no Brasil, com ambas as marcas apresentando crescimento negativo na linha de receita.
Dito isso, porém, também destacaram esperarem ver sinais de que as iniciativas implementadas no segundo semestre de 2021 (2S21) para recuperar o crescimento das vendas de ambas as marcas estejam dando frutos.
“A evidência disso será fundamental para que o mercado comece a ter mais confiança em um segundo semestre mais forte e atingindo o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês] consolidado de consenso para 2022 de cerca de R$ 4,6 bilhões”, apontaram os analistas. Cabe destacar que os dois últimos pós-resultados (dos terceiro e quarto trimestres) para a Natura foram marcados por forte queda das ações.
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Já na tarde desta quarta, a XP destacou em prévia também esperar um trimestre fraco para a Natura pela dinâmica ainda desafiadora na América Latina.
A análise ainda cita a desalavancagem operacional e um desempenho mais fraco na Avon International. “No total, esperamos que as vendas líquidas consolidadas recuem 14,5% ano a ano, com Ebitda ajustado de R$ 522 milhões (6,5% de margem) e prejuízo líquido de R$ 222 milhões”.
Para a América Latina, a projeção é de queda de 10% na receita na base anual, a R$ 4,7 bilhões, com o crescimento de 3,5% da Natura Brasil não sendo suficiente para compensar o desempenho ainda fraco da Avon América Latina (queda de 17% na mesma base de comparação), enquanto a conversão do câmbio impactou negativamente.
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Já para a Avon Internacional, a estimativa é de uma queda de 24% na receita, a R$ 1,8 bilhão, impactada pelo conflito Rússia-Ucrânia (uma vez que a projeção é de que os dois países respondam por cerca de 20% das vendas da operação) e um efeito negativo da conversão cambial (25% de valorização do real versus o euro). A estimativa é para uma margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) com alta de 1,2 ponto percentual na base anual, para 2,2%, dado que os recentes ajustes na estrutura corporativa devem compensar a desalavancagem operacional.
Para a The Body Shop, a projeção é de uma queda de 26% na receita líquida, enquanto a projeção para a Aesop é de uma alta de 7%.
Os analistas destacaram que, embora acreditem que esse resultado esteja abaixo das expectativas do consenso, já esperávamos um primeiro semestre difícil. “Acreditamos que só devemos ver resultados mais concretos da reestruturação da Avon – o principal pilar da nossa recomendação de compra em NTCO3 – a partir do segundo semestre de 2022”, avaliaram.
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O preço-alvo dos analistas da XP para o papel é de R$ 40, ou potencial de alta de 87% frente o fechamento da sessão desta quarta-feira. O Bradesco BBI também tem visão positiva apesar das pressões de curto prazo para o papel, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), ou potencial de alta de 158% em relação ao último fechamento.
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