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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque balanços os balanços do segundo trimestre, com as empresas que divulgaram os seus números apresentando as maiores variações do índice (tanto para cima quanto para baixo). As ações da JBS saltam mais de 10% após apresentar números bastante fortes, enquanto Natura, que viu seu lucro saltar 109,4%, apresenta a segunda maior alta do Ibovespa, sendo seguida pela Equatorial.
Na ponta oposta, Ultrapar cai 4% e Sabesp tem baixa de 3% após a divulgação de números decepcionantes do período entre abril e junho. Confira os destaques:
JBS (JBSS3)
A JBS teve no segundo trimestre de 2019 um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, revertendo um prejuízo líquido de R$ 911 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. No acumulado dos seis primeiros meses de 2019, a companhia teve lucro líquido de R$ 3,3 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu R$ 5,1 bilhões no trimestre, alta de 20,3% na comparação com o ano anterior. A receita líquida foi de a R$ 50,8 bilhões, aumento de 12,5% ante o apresentado há um ano. Já a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) passou de 9,4% para 10%, alta de 0,6 ponto percentual.
A geração de caixa livre no período foi de R$ 3,7 bilhões, valor 92,6% superior ao apresentado no segundo trimestre do ano passado.
“Estamos muito felizes em anunciar resultados recordes, que refletem o acerto de nossa estratégia, a excelência operacional da Companhia e a capacidade de execução do nosso time”, afirmou Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, no release de resultados.
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Segundo aponta Betina Roxo, analista da XP Investimentos, os resultados foram mais fortes do que o esperado com desempenho positivo em todos os negócios, especialmente na Seara. No mercado interno, os preços subiram 25% na base anual, com volumes 2,9% maiores, devido às maiores exportações (alta de 15,6%), com preços 11,6% superiores. As exportações foram maiores em mercados como o Oriente Médio, África, Europa e Ásia, especialmente China, refletindo a atual proliferação da peste suína africana.
Já o Bradesco BBI, que também ressalta o balanço mais forte da companhia, destaca que o fluxo de caixa sólido e alavancagem financeira reduzida podem permitir que a JBS busque uma operação de fusão e aquisição em alimentos processados, o que pode levar a uma reclassificação dos ativos. Além disso, os números mostram o impacto que a JBS teve com a peste suína, com alta de 85% nas vendas para a China vindas das suas operações na Austrália. Os analistas do banco seguiram com recomendação neutra para os ativos por conta do valuation, mas o preço-alvo foi elevado de R$ 26 para R$ 28.
O Itaú BBA, por sua vez, segue com recomendação outperform (desempenho acima da média dos mercados), rolando o preço-alvo de R$ 32 em 2019 para R$ 35 em 2020, mantendo-a como a top pick do setor. Já o JPMorgan elevou a recomendação a overweight (exposição acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 32. A XP reiterou recomendação de compra, vendo potencial para revisão para cima das estimativas e do preço-alvo de R$ 27 por ação. “À título de referência, no nosso atual cenário otimista estimamos preço-alvo de R$ 37 por ação”, avalia Betina.
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Marfrig (MRFG3)
A Marfrig reverteu no segundo trimestre um prejuízo de quase R$ 600 milhões registrados no ano passado e obteve lucro de R$ 86,5 milhões entre abril e junho deste ano, o terceiro lucro trimestral consecutivo guiado por melhora operacional.
O Ebitda ajustado foi de R$ 1,1 bilhão, 13% acima do registrado no mesmo período de 2018. Já a receita líquida totalizou R$ 12,2 bilhões, 10% acima na base anual. A companhia, maior produtora de hambúrgueres do mundo, espera ter em 2019 receita líquida entre R$ 47 bilhões e R$ 49 bilhões.
“Os resultados acumulados no primeiro semestre de 2019 e a tendência positiva esperada para o próximo semestre nos fazem reiterar o guidance divulgado no primeiro trimestre”, afirmou a companhia no relatório de divulgação do balanço.
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A XP Investimentos avalia os números apresentados como sólidos, com receita líquida acima do esperado impulsionada pela forte demanda da China e do Oriente Médio e impacto positivo do câmbio nas exportações.
A Marfrig é a empresa na América do Sul com o maior número de plantas (9) autorizadas a exportar carne bovina para a China. No trimestre, aproximadamente 46% do total das receitas de exportação da Argentina e 62% do Uruguai vieram de vendas para o país asiático. No Brasil, aproximadamente 31% das exportações são enviadas para a China.
Para o Itaú BBA, os números foram neutros. “Os resultados operacionais foram bons, mas a dívida líquida em dólar ficou estável após o ajuste para os efeitos da atividade de fusões e aquisições”. Desta forma, o resultado não é um catalisador positivo ainda para as ações.
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Natura (NATU3)
A Natura viu o lucro do segundo trimestre mais que dobrar na base de comparação anual com fortes vendas e controle de custos. O lucro líquido saltou 109,4%, para R$ 66,6 milhões.
A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 3,4 bilhões, uma alta de 9,8% na comparação com abril e junho de 2018, enquanto o Ebitda teve alta de 27%, a R$ 424,7 milhões.
“Todas as nossas três marcas (Natura, Aesop e The Body Shop) contribuíram para uma boa performance no trimestre”, afirmou a companhia de cosméticos, que apontou esperar concluir a compra da Avon no início de 2020.
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O Itaú BBA avalia os números como bons: “os resultados do segundo trimestre da Natura mostraram tendências positivas nas operações brasileiras, com uma recuperação no crescimento da receita após um desempenho pouco brilhante no trimestre anterior. Além do sólido desempenho no Brasil, um leve aumento anual nas vendas da The Body Shop em moeda local, juntamente com o aumento da lucratividade, justificaria uma reação positiva do mercado”.
Para o Bradesco BBI, parece haver um sólido progresso nas iniciativas estratégicas no Brasil (digital, comércio eletrônico e maior número de consultores nos níveis Silver, Gold e Platinum), América Latina (expansão da base de consultores) e na TBS (aceleração das vendas nas mesmas lojas e fechamento de pontos). “Como tal, o momento é robusto na maioria dos negócios”, afirmam os analistas.
Ultrapar (UGPA3)
A Ultrapar viu seu lucro líquido cair 47%, para R$ 127 milhões, no segundo trimestre de 2019 na comparação com abril e junho de 2018, em meio ao desempenho fraco de Oxiteno e Ipiranga.
A receita líquida também registrou queda, de 18%, para R$ 589 milhões, enquanto o Ebitda registrou baixa de 4%, a R$ 21,693 bilhões.
A Ultrapar afirmou que os volumes de venda da Ipiranga caíram 4%, “influenciado por um ambiente competitivo mais acirrado”.
A companhia encerrou junho com dívida líquida de R$ 8,1 bilhões, ou 2,6 vezes o Ebitda ajustado, ante R$ 8,6 bilhões no fim de março (2,65 vezes).
A XP aponta os números como negativos, devido a um resultado mais fraco que o esperado em todas as linhas de negócios. Com relação à Ipiranga, a subsidiária seguiu a tendência observada nas pares BR Distribuidora (BRDT3) e Raízen Combustíveis (na qual a CSAN3 tem 50% de participação), com deterioração das margens devido a um cenário ainda competitivo no mercado e baixo crescimento de volumes, afirma o analista Gabriel Francisco.
Quanto à Oxiteno, afirma, o volume de vendas continua a decepcionar devido à menor demanda nos mercados doméstico e internacional, e margens de produtos petroquímicos ainda pressionadas em função da menor demanda global. Assim, ainda se um cenário muito desafiador para a empresa após vários trimestres de decepção de resultados frente às expectativas do mercado, com poucos destaques positivos nos diferentes segmentos do grupo.
O Credit ainda aponta que o trimestre fraco deve confirmar o setor de distribuição como o que mais decepcionou entre todos que o banco suíço cobrem. “O papel já caiu 31% no ano, mas ainda não parece claro que estamos diante de um ponto de entrada”, afirmam os analistas.
“A Ipiranga entregou um trimestre fraco juntamente com os outros players do setor, mas tanto a Oxiteno quanto Ultragas, Ultracargo, e Extrafarma não trouxeram boas noticias. O case de Ultra não nos parece claro e continuamos com nossa leitura mais conservadora pro papel”, afirmam.
Via Varejo (VVAR3)
A Via Varejo, dona das Casas Bahia e Ponto Frio, teve prejuízo líquido de R$ 154 milhões no segundo trimestre de 2019, revertendo lucro de R$ 14 milhões em igual período de 2018.
A receita líquida totalizou R$ 6,024 bilhões, uma queda de 6,5%, enquanto o Ebitda também teve baixa, de 39%, aos R$ 315 milhões.
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Mariana Vergueiro, da XP, aponta que a Via Varejo reportou resultados fracos, com vendas líquidas e EBITDA que ficaram 7% e 47% abaixo das estimativas da analista, respectivamente.
“Apesar da decepção com relação aos números reportados, acreditamos que os investidores que recentemente se tornaram mais otimistas com o potencial de recuperação da empresa tinham em mente que os resultados no curto prazo permaneceriam pressionados e devem focar nos resultados do 2º semestre e de 2020”, avalia.
Assim, Mariana aponta que a primeira mensagem da nova diretoria trouxe um tom animador e confiante, tendo como principais destaques: (1) melhora no desempenho das lojas e da motivação da equipe de vendas após a implementação do novo modelo de remuneração e mais investimentos na experiência de compra do consumidor; (2) aprovação da incorporação da Cnova (ecommerce), reforçando e expandindo as iniciativas de multicanalidade; e (3) comentário sobre tendência positiva nos primeiros 45 dias desde que a nova gestão foi nomeada e o compromisso em entregar uma estratégia de recuperação gradual e consistente.
Even (EVEN3)
A Even apresentou um lucro de R$ 22,047 milhões, revertendo as perdas líquidas de R$ 30,378 milhões do mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado somou R$ 82,915 milhões, revertendo geração de caixa negativa de um ano atrás, de R$ 4,101 milhões. A margem Ebitda ficou em 14%.
A receita líquida somou R$ 591,564 milhões no segundo trimestre, ante R$ 364,362 milhões do mesmo período do ano passado. A incorporadora destacou que apresenta o menor número de estoque pronto desde o quarto trimestre de 2016.
A empresa lançou seis empreendimentos no primeiros semestre, com VGV de R$ 939,667 milhões, na parte Even. No mesmo período do ano passado, foram dois lançamentos com VGV de R$ 308,137 milhões.
A Even, aponta o Credit, teve uma forte surpresa positiva quando ajustados os números pelos não recorrentes, mostrando diluição de custo fixo e reconhecimento de receita, além de um forte fluxo de caixa livre de R$ 112 milhões, indicando uma queda relevante de alavancagem. “Enxergamos um Retorno sobre o Patrimônio Líquido [ROE] recorrente de 9% e acreditamos que a geração de caixa deve continuar forte nos próximos trimestres”, afirmam os analistas.
Sabesp (SBSP3)
A Sabesp reportou um lucro líquido de R$ 454,4 milhões no segundo trimestre, um aumento de 2,5 vezes sobre os ganhos líquidos do mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o lucro foi beneficiado pelo efeito das variações monetárias e cambiais líquidas, com melhora de 790,7 milhões na comparação anual.
O Ebitda ajustado somou R$ 1,231 bilhão, uma queda de 10,9%. A margem Ebitda ajustada atingiu 30,8%, ante 37,7% do mesmo período do ano passado.
A receita operacional líquida, que considera construção, totalizou R$ 3,997 bilhões, uma alta de 8,9%.
A Sabesp surpreendeu negativamente, aponta o Credit Suisse, com o Ebitda ajustado ficando 12,8% abaixo da estimativa do banco principalmente devido à performance de custos ruim (alta de 28% na base anual), com maiores provisões e outras despesas.
Os números foram um pouco ajudados por volumes mais altos, pelo reajuste de tarifas em 4,7% e por tarifas médias maiores (relacionadas a incorporação de Guarulhos), que levaram a um aumento de 10,1% na receita líquida.
Os resultados financeiros também vieram abaixo do esperado e a relação entre dívida líquida e Ebitda alcançou 1,6 vez (de 1,5 vez no segundo trimestre). Ainda, a companhia anunciou que assinou um contrato de programa com Santo Andre em troca da suspensão do recolhimento judicial da dívida. Os analistas do Credit mantêm a visão que a performance do papel depende fortemente das melhorias regulatórias que estão em discussão no Congresso (com potencial privatização).
Oi (OIBR3;OIBR4)
A operadora de telefonia Oi registrou um prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 1,559 bilhão no segundo trimestre, ampliando em 24% as perdas em comparação ao prejuízo de R$ 1,258 bilhão do mesmo período do ano passado. A Oi reportou ainda um prejuízo consolidado de R$ 1,625 bilhão (+31,8%) e um prejuízo líquido consolidado ajustado de R$ 1,709 bilhão (+38,6%).
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de rotina somou R$ 1,218 bilhão, queda de 22,1%, com margem de 23,9% (-4,3 p.p.). Já o Ebitda de rotina considerando os efeitos do IFRS 16 atingiu R$ 1,599 bilhão, com margem de 31,4%. A dívida líquida da companhia encerrou junho em R$ 12,573 bilhões, um aumento de 25,5% na comparação anual e de 24,4% ante o final de março.
No segundo trimestre, a receita líquida consolidada atingiu R$ 5,091 bilhões, queda de 8,2% em relação ao segundo trimestre e de 0,8% em relação ao primeiro trimestre. A receita líquida das operações brasileiras totalizou R$ 5,046 bilhões (-8,1% na comparação anual e -0,8% ante o primeiro trimestre), enquanto a receita líquida das operações internacionais (África e Timor Leste) somou de R$ 45 milhões, queda de 18,5% no ano, mas alta de 2,6% ante trimestre passado.
Segundo o Credit, os números vieram em linha com a estimativa, confirmando a expectativa fraca para o trimestre. A empresa ainda queimou R$ 2 bilhões de caixa no trimestre (igual ao primeiro trimestre), explicada principalmente pela a aceleração do deployment de capex e pagamento de Fistel.
Gafisa (GFSA3)
A Gafisa reportou um prejuízo de R$ 12,7 milhões no segundo trimestre deste ano, representando uma queda de 49% sobre as perdas do mesmo período do passado e de 72% frente ao primeiro trimestre deste ano. No semestre, as perdas somam R$ 59 milhões, queda de 24,7%.
O Ebitda ajustado somou R$ 13,9 milhões, queda de 58% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada atingiu 14,0%, alta de 2,1 pontos porcentuais. A receita líquida recuou 64,7%, para 99,6 milhões.
As vendas contratadas recuaram 83,7%, para R$ 56,2 milhões. Os distratos atingiram R$ 31,6 milhões, queda de 47,1%. A empresa não realizou lançamentos, destacando que ao longo do primeiro semestre se concentrou no processo de venda e monetização das unidades em estoque.
A Companhia encerrou o segundo trimestre de 2019 com uma geração de caixa positiva em R$ 6,9 milhões, excluindo o efeito do aumento de capital no valor de R$ 132,3 milhões.
A construtora encerrou junho com R$ 266,4 milhões de endividamento a vencer ainda este ano, ou 34,6% do total da dívida. O caixa e as disponibilidades somavam R$ 182,8 milhões.
O Credit ressalta que o resultado da Gafisa veio razoavelmente alinhado com a projeção do banco depois de ajustados os não recorrentes. “A velocidade de vendas mais fraca (5%) deve ser monitorada nos próximos meses, mas acreditamos que o resultado trimestral tem uma menor relevância em função de os investidores estarem muito mais preocupados com o tamanho e preço do segundo aumento de capital. Acreditamos que quem olhar o resultado pode acabar interpretando como positivo, mas continuamos um pouco mais negativos com o papel por acreditar que existe um risco razoável de diluição para os minoritários”, avalia o banco.
Eztec (EZTC3)
A Eztec registrou um lucro líquido de R$ 94,910 milhões no segundo trimestre, uma alta de 553%. No semestre, o lucro somou R$ 112,212 milhões, representando uma expansão de 457%.
O Ebitda atingiu R$ 71,083 milhões, o que representou uma reversão ante o número negativo de geração de caixa de R$ 7,332 milhões do mesmo período do ano passado. A margem Ebitda encerrou o período em 43,9%.
A receita líquida atingiu R$ 161,833 milhões, uma alta de 135%. No trimestre foram lançados três empreendimentos, ante nenhum do mesmo período do ano passado. No semestre foram seis lançamentos, contra um dos seis primeiros meses do ano passado.
A empresa informou ainda que elevou seu guidance de lançamentos em 2019 para o novo range, de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões de VGV lançados – desconsiderando deste cálculo o efeito de torres corporativas como o Esther Towers, já em construção.
“Desta forma, a Companhia converge ao volume operacional que já havia entregado entre 2010 e 2013, uma vez que, se corrigido por inflação, o VGV lançado em cada um destes anos estaria contido dentro deste guidance, com uma média anual de R$ 1,8 bilhão. Esta revisão do guidance, portanto, remete a um volume operacional que a EZTEC já provou ser capaz de entregar”, destaca a empresa.
A empresa, avalia o Credit, conseguiu entregar uma combinação bastante interessante de lucros maiores com um aumento de backlog e uma queima de caixa menor do que a esperada. Mesmo ajustando os números para a aquisição de Jardins do Brasil, os números ainda surpreenderam bastante, avaliam.
Wiz (WIZS3)
A Wiz viu seu lucro líquido subir 11,2% no segundo trimestre do ano na base de comparação com igual período de 2018, indo de R$ 48,6 milhões para R$ 54 milhões.
A receita líquida foi de R$ 164,9 milhões no trimestre, alta de 12,8% na mesma base de comparação. O Ebitda somou R$ 90,2 milhões, uma alta de 10%.
Já a margem Ebitda foi de 54,7%.
Petrobras (PETR3;PETR4)
Três anos depois da primeira e frustrada tentativa de vender seu parque termoelétrico, a Petrobras volta ao mercado. Desta vez, a oferta é menor: serão 15 de suas 26 usinas, e não 21 como foi anunciado em 2016. Ao mesmo tempo, a estatal vai participar do próximo leilão de energia elétrica do governo, previsto para outubro, no qual poderá aumentar novamente sua posição no setor de geração de energia termoelétrica. Agora, num modelo diferente.
“A gente olha essa oportunidade (leilão de energia), mas em parcerias, seja através da geração da termoelétrica, seja como fornecedora de gás”, disse Anelise Lara, diretora de refino e gás da Petrobras. Já estão cadastrados para o leilão, que vai garantir a entrega de energia elétrica ao mercado em 2025, 52 projetos de termoelétricas a gás natural, com capacidade de 41.718 megawatts.
A Petrobras tem capacidade de geração térmica de 6,14 mil megawatts, em estados brasileiros. Procurada, a estatal disse que mais detalhes serão fornecidos em comunicado ao mercado. A venda das termoelétricas acontecerá a partir de 2020.
Segundo Anelise, o mercado de gás natural no Brasil vai crescer de forma mais expressiva entre 2023 e 2025, quando está prevista a entrada de projetos de gás do pré-sal na bacia de Santos. Para chegar ao consumidor, essa produção terá de contar com investimentos em logística.
“Hoje, compramos gás de parceiros porque não há como ter outros carregadores no processo, por isso a necessidade de revisão de modelo (do mercado de gás), de entrada e saída(de gás dos gasodutos), e do sistema tributário, para que outros atores possam entrar e comercializar o próprio gás”, disse.
PDG (PDGR3)
A PDG apresentou um prejuízo líquido de R$ 249 milhões no segundo trimestre, uma melhora de 26,8% ante as perdas líquidas de R$ 340 milhões de um ano antes.
As vendas brutas somaram R$ 53 milhões, 44% abaixo do valor registrado há um ano. A redução se deve, principalmente, à alteração na política de vendas adotada pela companhia, que voltou a focar nas vendas de unidades geradoras de caixa livre.
Durante o segundo trimestre, o valor distratado foi de R$ 40 milhões, 18% menor que o valor registrado no segundo trimestre do ano passado.
A dívida líquida da companhia encerrou o segundo trimestre em R$ 2,758 bilhões, alta de 8,7%. As disponibilidades, por sua vez, somam R$ 139 milhões, ao final de junho. Os ativos totais atingiram R$ 2,2 bilhão.
Rossi (RSID3)
A Rossi apresentou um prejuízo líquido de R$ 106 milhões no segundo trimestre, uma queda de 7,3% sobre as perdas líquidas de R$ 99,7 milhões de um ano antes.
O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 63,8 milhões, uma piora de 68,6% ante a geração de caixa negativa de R$ 37 milhões do segundo trimestre do ano passado.
A receita líquida, por sua vez, recuou 89,9%, para R$ 6 milhões. A empresa não realizou lançamentos no primeiro semestre deste ano, nem no mesmo intervalo de 2018.
As rescisões somaram R$ 40,2 milhões, queda de 34,2%. Do total deste ano de distratos, 81% já foram revendidos, “contribuindo para a manutenção do elevado índice de revenda dos últimos trimestres”.
A empresa terminou o segundo trimestre com uma posição em caixa de R$ 60,8 milhões, para uma dívida bruta de R$ 1,595 bilhão. As dívidas de curto prazo somam R$ 181,7 milhões.
Equatorial (EQTL3)
A Equatorial reportou um lucro líquido de R$ 316 milhões no segundo trimestre deste ano, um desempenho 2,1 vezes acima do registrado no mesmo período do ano passado, de lucro de R$ 144 milhões.
O Ebitda ajustado somou R$ 943 milhões, alta de 119%, com margem 21,6% (+3,1 p.p.).
A receita operacional líquida subiu 87,1%, para R$ 4,376 bilhões.
A Equatorial divulgou resultados fortes, segundo o Credit, com alguns efeitos positivos não recorrentes e controle de custos. Na parte da receita, os volumes totais vieram fracos (queda de 4.4% na base anual) impactados pelas temperaturas atípicas e pela atividade econômica mais fraca. Também houve impacto negativo da exclusão de recebíveis regulatórios no balanço da Ceal, as tarifas aumentaram. Já os custos subiram 12,6% na base anual, refletindo maiores custos de compra de energia.
Os analistas destacam que o principal catalisador pro papel continua sendo os planos de turn-around para a Cepisa e a Ceal, além do avanço nos projetos de transmissão.
Copel (CPLE6)
A Copel registrou um lucro liquido de R$ 346,9 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Ebitda atingiu R$ 947,0 milhões, uma expansão de 13,3%, com margem de 25,8% (-2,6 p.p.).
A receita operacional líquida subiu 1,7%, para R$ 3,665 bilhões
Celesc (CLSC4)
A Celesc reportou um lucro líquido IFRS de R$ 53,2 milhões no segundo trimestre, retração de 23,2% na comparação com o lucro de R$ 69,2 milhões de um ano antes.
O Ebitda somou R$ 158,0 milhões, queda de 14,7%, com margem de 9,6% (-0,3 p.p.). A receita operacional líquida, sem construção, recuou 12%, para R$ 1,649 bilhão.
JSL (JSLG3)
A JSL registrou um lucro líquido de R$ 71,2 milhões no segundo trimestre, aumento de 44,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O Ebitda somou R$ 518,2 milhões, alta de 32,5%, com margem de 30,2% (+4,5 p.p.). A receita líquida atingiu R$ 2,388 milhões, alta de 23,3%.
Segundo a empresa, o lucro foi recorde, refletindo o efeito positivo da reorganização empresarial em todas as empresas do Grupo JSL, que foram organizadas de forma independente com gestão focada em cada um dos negócios.
SLC (SLCE3)
A SLC teve um lucro consolidado de R$ 211,952 milhões no segundo trimestre, alta de 26%. A receita líquida reportada ficou em R$ 413,058 milhões, queda de 11,1%.
O Ebitda somou R$ 370,588 milhões, alta de 27,6%, enquanto o Ebitda ajustado atingiu R$ 103,776 milhões, queda de 34,7%, com margem ajustada de 25,1% (-9,1 p.p.).
Biosev (BSEV3)
A Biosev, produtora de açúcar e etanol controlada pela Louis Dreyfus, registrou um prejuízo trimestral de R$ 169 milhões, queda de 66,7% frente o prejuízo registrado em igual período do ano passado, devido a efeitos positivos do câmbio e por redução de custos.
A Biosev afirmou ter processado 10,88 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no trimestre, queda de 3,4% frente igual período de 2018, em parte por conta de um início tardio da colheita. Por outro lado, houve recorde para o período de alocação de cana para a produção de etanol, com 66,3%, otimizando suas instalações para produzirem o biocombustível, que atualmente gera retornos financeiros maiores que o açúcar.
O Ebitda ajustado subiu 13%, indo para R$ 291 milhões.
Eneva (ENEV3)
A Eneva registrou um lucro líquido de R$ 15,8 milhões no segundo trimestre, uma queda de 92,3% sobre o lucro de R$ 206 milhões do mesmo período do ano passado.
O Ebitda, excluindo poços secos, somou R$ 295,7 milhões, queda de 16%. A receita líquida recuou 26,5%, para R$ 555 milhões.
De acordo com o Itaú BBA, os números foram brandos, com os dados operacionais influenciados pelo Eneva (neutro): dados operacionais flexíveis impulsionados pela demanda menor que a esperada em térmicas, que deverá ser compensado durante o restante do ano.
PetroRio (PRIO3)
A PetroRio apresentou um lucro de R$ 153 milhões non segundo trimestre, uma alta de 118%, desconsiderando os efeitos do IFRS 16. O Ebitda somou R$ 229,7 milhões, uma alta de 169%. A receita líquida subiu 129%, para R$ 547,8 mihões.
Positivo (POSI3)
A Positivo Tecnologia apresentou um lucro de R$ 11,1 milhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo de R$ 11,6 milhões do mesmo período do ano passado.
O Ebitda ajustado somou R$ 49,5 milhões no segundo trimestre, uma melhora de 527% sobre os R$ 7,9 milhões do mesmo período do ano passado. A margem ficou em 8,1%, ante 1,6% de um ano antes.
A receita líquida somou R$ 565,2 milhões, alta de 16,5%.
Tupy (TUPY3)
A fundição Tupy viu seu lucro líquido recorrente aumentar 26,9% na base de comparação anual, indo para R$ 70 milhões. O Ebitda (ajustado) somou R$ 204,4 milhões, 13% superior na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Já a receita totalizou R$ 1,4 bilhões, alta de 15,3% em relação ao mesmo período de 2018, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou praticamente estável a 14,6%.
Segundo o Brasil Plural, o resultado representou um bom reinício, com os números se mostrando decentes, mas ainda não impressionantes. “Tudo isto foi conseguido mesmo com vários desafios nos últimos dois trimestres. Assim, os resultados são bastante encorajadores, com iniciativas para conter os custos adicionais que melhoram a rentabilidade, incluindo a reestruturação das compras, a automação da produção e a otimização de sua linha de produtos. Além disso, os produtos de alto valor agregado finalmente decolaram, com as vendas de produtos usinados saltando de 21% do volume total no ano passado para 25% neste trimestre, enquanto os produtos de CGI subiram de 14% para 21%”, afirmam os analistas do banco.
Restoque (LLIS3)
A Restoque, dona de Rosa Chá, John John, Les Lis Blanc e Dudalina, registrou lucro líquido atribuído a sócios da empresa controladora de R$ 41,2 milhões no segundo trimestre de 2019, alta de 36,2% frente os R$ 30,2 milhões de igual período de 2018.
Já a receita líquida totalizou R$ 244,9 milhões, uma queda de 26,6% frente o mesmo trimestre de 2018. O custo dos produtos vendidos teve baixa de 17%, para R$ 92,6 milhões, assim como as despesas operacionais, com baixa de 66% entre os dois trimestres, para R$ 51 milhões.
O Ebit foi de R$ 101,2 milhões, alta de 37,7%, enquanto o resultado financeiro foi negativo em R$ 46 milhões, alta de 27,5%.
De acordo com o Brasil Plural, os resultados da Restoque vieram “poluídos” pelas diversas iniciativas da empresa para promover uma mudança radical em sua estratégia comercial. “Infelizmente, sentimos que a mesma história dos últimos trimestres está se repetindo, mas dessa vez com perda de receita e rentabilidade mais intensa”, aponta a equipe de análise.
A equipe de análise do banco aponta que, durante o trimestre, a empresa continuou sua política de redução de remarcações em todas as suas marcas, na esperança de ser capaz de promover margens mais saudáveis ??e aumentar a lucratividade geral no futuro. Houve de fato uma redução acentuada nos produtos disponíveis para venda em liquidação (queda de 36% na marca Le Lis Blanc e 39% na Dudalina), além de maior eficiência de estoque durante eventos promocionais, que poderiam representam um gatilho importante para um aumento consolidado de margem. A empresa também apresentou uma série de melhorias em suas operações digitais e omnichannel e também tomou medidas para alinhar melhor todos os canais de vendas à nova estratégia comercial.
“Infelizmente, a mudança para consolidar as vendas e as menores ações promocionais foram os principais fatores por trás da queda brutal da receita no período. Em suma, apesar das medidas agressivas adotadas no trimestre, a visibilidade dos retornos futuros de sua iniciativa permanece baixa, já que a recente volatilidade em seus números nos impede de ter uma visão mais clara”, afirma o Brasil Plural, que mantém recomendação equalweight e recomenda que os investidores permaneçam cautelosos até que retornos mais tangíveis de sua mudança estratégica comecem a aparecer.
Saraiva (SLED3)
A Saraiva, em recuperação judicial, viu seu prejuízo líquido saltar 90,4%, passando de R$ 37,6 milhões para R$ 71,6 milhões.
A receita líquida teve baixa de 57,3% no trimestre, a R$ 155,8 milhões, enquanto o Ebitda ficou negativo em R$ 56,4 milhões. A margem Ebitda encerrou o trimestre em -36,2%.
(Com Agência Estado e Bloomberg)