Ações de Magazine Luiza, B2W e Via Varejo sobem forte à espera de Black Friday; MRV cai quase 4%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (27)

Lara Rizério

SÃO PAULO – Em uma sessão de volatilidade, o Ibovespa acabou fechando com ganhos nesta quarta-feira (27), em recuperação seguindo o exterior e após uma terça-feira de queda para o índice.

As varejistas de e-commerce ganharam força, com as ações do Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VVAR3) e B2W (BTOW3) subindo entre 4% e 6% com os investidores já à espera da Black Friday, que pode impulsionar as vendas das companhias.

No noticiário do Magalu, atenção ainda para a parceria com a Linx (LINX3) – esta última fora do Ibovespa – que subiu 5%. Confira as melhores ações de varejistas segundo os analistas para ter na carteira em 2020 clicando aqui. 

Os papéis da CCR (CCRO3), que chegaram a cair 4% após a decisão da ANTT de reduzir tarifa da MSVia, amenizaram as perdas e fecharam próximos à estabilidade. MRV (MRVE3), por sua vez, registrou a maior queda do Ibovespa: na véspera, os ativos tiveram a recomendação reduzida pelo JPMorgan.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
MGLU3 5.94796 45.6
YDUQ3 4.6871 40.65
BTOW3 4.64246 55.9
LAME4 4.10357 21.31
VVAR3 4.02516 8.27

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
MRVE3 -3.75483 17.43
GNDI3 -2.52542 57.51
HYPE3 -2.09485 33.65
BRML3 -2.03433 15.41
CVCB3 -1.80332 40.84

Confira os destaques:

CCR (CCRO3)

A CCR informou a decisão da ANTT de que a tarifa de todas as praças da BR-163, rodovia administrada pela MSVia, em 53,94%. A companhia informou também que vai tomar as medidas necessárias para reverter a decisão.

Conforme apontam os analistas do Credit Suisse, a notícia não era esperada, surpreendendo o mercado. Eles ainda lembram que a Eco101 da Ecorodovias teve um reajuste nagativo nesse ano de 11,7% por causa do fator D, mesma razão que impactou a MSVia. No cenário base da companhia, contudo, a MSVia seria devolvida a um valor de reembolso baixo, ou seja, o impacto no valor presente líquido [NAV] consolidado da CCR não é muito relevante.

Vale (VALE3)

A Vale informou que irá fazer uma baixa contábil de aproximadamente US$ 3,2 bilhões no quarto trimestre, após reavaliar ativos de metais básicos e carvão, e não descartou impairments adicionais ainda este ano.

Segundo a empresa, foram identificados valores contábeis de certos ativos que excediam o seu valor recuperável, “levando ao reconhecimento de um impairment”, o que deverá impactar o resultado da companhia no quarto trimestre de 2019. “Os efeitos de impairment não terão impacto no fluxo de caixa e serão tratados como itens excepcionais”, acrescentou.

“Ao longo de 2019, o segmento de Metais Básicos vem enfrentando desafios com relação à confiabilidade da produção e processamento do minério originado nas operações da Nova Caledônia. Como resultado, a companhia reduziu os níveis esperados de produção ao longo da vida útil remanescente da mina e irá registrar um impairment de aproximadamente US$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2019, de um total de aproximadamente US$ 3,0 bilhões de ativos nessas operações”, afirmou.

A mineradora acrescentou que a revisão anual dos ativos da companhia na Nova Caledônia será concluída até fevereiro de 2020 e ajustes adicionais que necessitam ser implementados estão em avaliação e, consequentemente, impairments adicionais que podem impactar o ano fiscal de 2019 não podem ser descartados ainda.

Além disso, durante a conclusão do planejamento estratégico para as operações de carvão, a Vale identificou que sua expectativa de yield do carvão metalúrgico e térmico mudou desde a concepção do projeto, principalmente devido a problemas técnicos apresentados no projeto e nas operações.

A companhia realizou também uma revisão detalhada do plano de lavra, o que reduziu o nível de reservas provadas, e revisou os cenários de preço do carvão metalúrgico e térmico utilizado em suas avaliações. “Como resultado, a companhia registrará um impairment, sem efeito caixa, de aproximadamente US$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2019”, afirmou.

O novo plano de lavra do Carvão priorizará reservas minerais de melhor qualidade, “maximizando a participação do carvão metalúrgico no mix de produtos e com uma menor relação estéril/minério”.

Em 2020, as operações de carvão em Moatize entrarão em manutenção por um período de três meses e implementarão um novo flowsheet operacional, aumentando a produtividade e o yield da planta. “Após a adoção dessas medidas, a Vale espera alcançar um ritmo de produção de 15 Mtpa no segundos semestre de 2020 em Moatize”, finalizou.

Ainda sobre a Vale, a companhia liderou os investimentos de empresas brasileiras no exterior no ano passado. Em 2018, a companhia anunciou o relançamento de um grande projeto de mineração de níquel no Canadá, em um investimento que, sozinho, vai consumir US$ 2 bilhões. No total, a companhia investiu US$ 2,8 bilhões fora do Brasil em 2018.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anunciou reajuste de cerca de 4% no preço da gasolina nas refinarias. Com a alta, que acontece em meio à valorização do dólar frente ao real, o preço do combustível atingiu cerca de R$ 1,91. Já o preço do diesel se manteve.

O repasse de ajustes de valores nas refinarias aos consumidores finais nos postos depende de diversos fatores, como margens de revendedoras e distribuidoras, misturas de biocombustíveis e impostos.

O reajuste anterior feito pela empresa ocorreu em 19 de novembro, com uma elevação de 2,7% no preço da gasolina. O preço do diesel também subiu em 1,2%.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou ainda em comunicado no seu site que encerrou a greve na Petrobras. No comunicado, os sindicalistas afirmaram que realizaram a greve “para denunciar as demissões em massa e o aumento da insegurança”.

“Na contramão de outras petrolíferas, a empresa vem reduzindo drasticamente os seus efetivos. Nos últimos anos, 270 mil postos de trabalho próprios e terceirizados foram fechados”, afirmou a FUP.

Lideranças dos petroleiros passaram o segundo de greve sob pressão, avaliando os prejuízos de manter a paralisação até o fim da semana. No balanço pesou, principalmente, a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de bloquear as contas da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e dos 13 sindicatos associados, que pode acabar com o caixa e o fôlego do movimento.

Os passos dos grevistas foram acompanhados de perto pelo governo, alerta a uma possível adesão dos caminhoneiros. Os indicativos recebidos pelo Planalto foram de que o movimento dos petroleiros estava contido e limitado.

Apesar de a categoria ser considerada fundamental para garantir o abastecimento do País, os dados que chegaram foram de que eles estariam “sem gás” para prorrogar a paralisação, prevista para ser encerrada na sexta-feira, e que só atinge parte dos trabalhadores.

Braskem (BRKM5)

A agência de classificação de risco Fitch reafirmou o rating de crédito BBB- da Braskem nesta terça-feira, mas alterou sua perspectiva para a companhia de estável para negativa.

Segundo a agência, a mudança de avaliação é resultado “da confluência de uma forte retração nos spreads petroquímicos devido ao menor crescimento global, além da expectativa de materialização das despesas e/ou multas ou outros passivos legais relacionados às operações da Braskem em Alagoas”.

Para evitar um rebaixamento de seu rating, de acordo com a Fitch, a empresa terá que “reforçar seu fluxo de caixa e o balanço patrimonial por meio de medidas como novas iniciativas de corte de custos, redução de investimentos e dividendos e/ou vendas de ativos”.

Já a corte americana responsável pelo caso do executivo José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem, marcou para esta terça-feira, 27, a audiência que vai decidir se ele poderá ou não ser preso sob fiança. Grubisich foi preso nos EUA último dia 20, sob acusação de comandar um intricado esquema de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e pagamento de propinas enquanto comandava a petroquímica.

Segundo o DoJ, as investigações sobre o executivo correm desde 2015 e se referem a pagamentos ilegais feitos entre 2002 e 2014. Ele foi presidente da petroquímica do grupo Odebrecht, um dos pivôs da Operação Lava Jato e hoje em recuperação judicial, entre os anos de 2002 e 2008.

Magazine Luiza (MGLU3) e Linx (LINX3)

O Magazine Luiza anunciou parceria para integrar seu marketplace, incluindo a Netshoes, ao sistema Omnichannel da Linx.

“Com a parceria, os usuários do sistema Linx OMNI OMS poderão facilmente publicar seu catálogo de produtos online e offline no nosso marketplace e acelerar suas vendas”, afirmou o Magazine Luiza no comunicado.

Os vendedores no marketplace do Magalu e que são usuários do mesmo sistema Linx poderão usar seus próprios pontos físicos como opção de entrega ou retirada de produtos vendidos no Magalu.

“O Magalu continua reforçando a sua estratégia multicanal e disponibilizando ferramentas para que outras varejistas melhorem o nível de serviço. Por meio da parceria, os vendedores poderão digitalizar as suas operações de uma maneira simples e/ou reduzir o prazo e custo de frete para o consumidor final, ao permitir que outras varejistas ofereçam a opção de ‘retira-loja’”, destaca a XP Investimentos.

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Aliansce Sonae (ALSO3)

A empresa de shoppings Aliansce Sonae informo que fará uma oferta de ações para financiar sua estratégia de crescimento, que pode movimentar até R$ 1 bilhão, com início em 9 de dezembro. Na véspera, os papéis fecharam a R$ 43,00.

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig, por sua vez, confirmou que avalia fazer oferta pública de ações. No momento, não há qualquer definição ou aprovação societária quanto à realização da potencial oferta, disse a companhia.

Gerdau (GGBR4)

A Gerdau anunciou a aquisição de 96,35% das ações de emissão da Siderúrgica Latino-Americana, localizada em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza (CE), por US$ 110,8 milhões, sujeito a ajustes habituais no valor da aquisição.

“A conclusão da transação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, bem como à verificação de outras condições suspensivas usuais para o seu desfecho”, escreveu a empresa, em comunicado ao mercado.

A SILAT tem capacidade instalada de 600 mil toneladas de laminação. “Essa aquisição faz parte da estratégia da Gerdau de atender cada vez melhor seus clientes no mercado brasileiro”, informou.

Banco Pan (BPAN4)

O Morgan Stanley iniciou a cobertura do Banco Pan com recomendação de Overweight e preço-alvo de R$ 13 para o final de 2020, o que implica um potencial de valorização de 55%. “A recente recapitalização e transformação digital do banco devem impulsionar o rápido crescimento do EPS e a expansão do ROE”, afirmaram os analistas Jorge Kuri, Jorge Echevarria e Eugenia Sanchez.

“Prevemos um CAGR EPS de 2 anos de 43%, superando em muito a nossa cobertura bancária no Brasil (na faixa de 12 a 16%)”, acrescentaram, destacando que o foco do banco em pessoas de baixa renda, onde a penetração de crédito é menor, abre espaço para expansão de crédito acima do setor.

A nova estratégia digital pode melhorar o crescimento e a lucratividade, destacaram os analistas, porém as taxas de juros mais baixas podem pressionar o NIM, ressaltaram.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.