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O ABC Brasil (ABCB4), especializado na concessão de crédito e serviços para empresas de médio a grande porte, provisionou R$ 117 milhões para o caso específico de Americanas (AMER3) no quarto trimestre de 2022. O valor inclui R$ 50 milhões de provisões genéricas, que já estavam no balanço anteriormente, mais R$ 67 milhões específic0s para o evento isolado.
A cifra total corresponde a menos de 1% da carteira de crédito do ABC Brasil. “A gente não vê como uma exposição relevante para nós”, afirmou Ricardo Moura, diretor de Relações com Investidores do banco, em entrevista ao InfoMoney, sem citar o nome da varejista, já que o banco não comenta sobre clientes específicos. O caso é tratado como evento isolado no segmento de CIB (corporate e investment banking).
O executivo calcula que esse evento teve impacto de aproximadamente R$ 29 milhões no lucro líquido recorrente do banco no 4T22 (que ficou em R$ 197,3 milhões). Já o retorno sobre patrimônio líquido, que foi de 15,3% no período, teria sido de 17,5%, não fosse o provisionamento.
“O negócio, excluindo esse efeito isolado, está com um retorno muito bom e em linha com o retorno do trimestre passado”, afirmou Moura. Segundo ele, as provisões adicionais do caso em específico vão ser feitas segundo decisões técnicas. De acordo com a lista de credores da recuperação judicial da Americanas, o ABC Brasil tem uma exposição de R$ 415 milhões.
As provisões para devedores duvidosos do ABC Brasil ficou em R$ 119,2 milhões no quarto trimestre de 2022. O número é 125,2% maior que o registro no terceiro trimestre e 42,2% superior à cifra provisionada um ano antes.
As despesas com provisões no quarto trimestre foram de R$ 113,7 milhões, alta de 55,1% na comparação com o terceiro trimestre.
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O Bradesco BBI apontou que o ABC Brasil reportou tendências positivas no 4T22, apesar do lucro de R$ 197 milhões, 8,5% abaixo da estimativas dos analistas da casa e 7,8% menor do que o consenso Bloomberg.
“O banco manteve um ritmo sólido de crescimento da margem financeira, beneficiado principalmente pelos ganhos de tesouraria e margem com clientes (embora abaixo do esperado), enquanto as provisões foram impactadas pelo caso específico”, apontam os analistas.
Neste sentido, o BBI destaca que o banco provisionou cerca 30% de sua exposição com o caso específico no 4T22. Os analistas acreditam que a provisão poderia ter sido maior, aproveitando o momento positivo atual e evitando impactos em um 2023 desafiador.
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O banco também divulgou seu guidance para 2023, apontando para forte crescimento sequencial no segmento de empresas de médio porte e investimentos.
As ações ABCB4 fecharam em alta de 1,93%, a R$ 17,94.