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Tão logo saiu a lista e começaram a vazar os nomes de possíveis beneficiados das operações da Odebrecht na denúncia inicial da Procuradoria-Geral da República ontem à tarde, parte dos políticos e o Palácio do Planalto procuraram aparentar tranqüilidade. Afinal, analisava-se para efeito externo, são apenas suspeitas de “suspeitas” delações premiadas. Faltam o processo, a comprovação e o julgamento – e ninguém crê ter praticado irregularidades.
O ambiente encontrado nos corredores do Congresso e sentido no Palácio, porém, era diferente – de susto, apreensão, medo. Afinal, todos têm consciência de que os estragos políticos são e serão grandes. Quem melhor definiu a situação foi o senador peemedebista Romero Jucá: “Estamos em guerra”. Não é para menos. Uma pequena amostra do que já vazou só do chamado primeiro time:
Lula, Dilma, Aécio, Serra, Rodrigo Maia, Eunício, Kassab, Aloysio, Moreira Franco, Renan, Padilha, Jucá, Palocci, Mantega, Bruno Araújo, Lobão… São cinco ministros de Temer, dois ex-presidentes, dois candidatos a ex-presidentes, três ex-ministros de Lula e Dilma, os presidentes da Câmara e do Senado…
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O procurador-geral Rodrigo Janot pediu a abertura de 83 inquéritos no Supremo Tribunal Federal para quem ainda tem foro privilegiado e a abertura de 211 procedimentos nas instâncias inferiores da justiça. Pediu também a quebra do sigilo geral. Agora, o prosseguimento das ações ou arquivamento está nas mãos do ministro do STF, Luiz Fachin, que não tem prazo para decidir.
Em carta aos colegas procuradores Janot definiu o quadro encontrado: “A triste realidade de uma democracia sobe ataque.”
Assim, a “guerra” de que fala Jucá é clara: achar o caminho para a anistia geral dos financiamentos ilegais de campanha – o “SOS políticos”. Esse movimento, cada vez mais aberto e crescente, está se confundindo com as discussões da reforma eleitoral e a busca de novas formas de financiar os partidos nas eleições. Hoje Temer vai discutir a reforma do Eunício, Rodrigo Maia, líderes partidários, Gilmar Mendes. O governo entrou definitivamente em campo.
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Em entrevista A “Globonews” o procurador Deltan Dallagnol levantou a suspeita de que o jogo real é mais amplo: é para acabar com a Operação Lava-Jato e perdoar os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Nesta quarta-feira estão marcadas manifestações nas principais cidades brasileiras, até com ameaças de greve, contra a reforma da Previdência. A Lava-Jato pode entrar no coro.
Destaques dos
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jornais do dia
– “Para cumprir meta fiscal, governo avalia elevar impostos” (Globo)
– “Gasto com salário de servidores cresce 10% e supera teto” (Estado)
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– “União reduz em 8,8% repasse para a saúde nos municípios” (Valor)
– “Reforma da Previdência tem 146 emendas” (Folha/Estado)
– “Nomeações para Itaipu ignoram Lei das Estatais” (Globo)
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– “Congresso aprova segunda fase da repatriação” (Globo/Folha)
– “Alemanha quer multar rede social em até 50 mil euros por noticia falsa” (Folha/Globo/Valor)
LEITURAS SUGERIDAS
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1. Elio Gaspari – “Só a rua salva a Lava-Jato” (diz que só as ruas podem evitar que oligarquia asse a pizza para se livrar da Lava-Jato) – Globo/Folha
2. Míriam Leitão – “Depois da lista” (diz que cresce a reação dos políticos e juntos os investigados se sentem forte, culpam o sistema e preparam uma reforma que os proteja) – Globo
3. Monica de Bolle – “Trump em seu labirinto” (diz que plano do presidente americano para a saúde deixará cerca de 14 milhões sem cobertura já no primeiro ano) – Estado