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SÃO PAULO – Antes de começar a leitura de mais um artigo sobre controle de risco, pense e responda: ao iniciar uma operação, você determina primeiro os pontos de resistência ou de suporte? Na sua visão, o essencial é encontrar o melhor ponto de entrada ou elaborar uma estratégia de saída apropriada?
Não há uma pesquisa oficial sobre o assunto, mas as andanças por cursos e palestras relacionadas ao mercado financeiro mostram que os investidores pensam fundamentalmente nos lucros, para só depois calcular os potenciais prejuízos. Isso quando calculam.
Pode parecer óbvia ou até sem sentido para alguns, mas a atitude em relação ao questionado pode ser determinante para o fracasso ou sucesso no dia-a-dia do mercado financeiro.
Estratégia de saída
A estratégia de saída nada mais é do que determinar, no primeiro momento, o stop loss da operação, para logo em seguida monitorar a evolução dos preços através do stop gain. Este procedimento é a fronteira para limitar os prejuízos e deixar os lucros fluírem, regra número um dos traders.
A ideia de priorizar a estratégia de saída foi amplamente disseminada pelo trader norte-americano Van K. Tharp, através de sua reconhecida obra “Trade Your Way to Financial Freedom”, elaborada em 1998.
De acordo com Tharp, o trader deve ter consciência que estancar os prejuízos é fundamental para ser bem sucedido no mercado, como mostra o trabalho “The Value of Stop Loss Strategies”, desenvolvido recentemente pelos mestres Adam Y.C Lei e Huihua Li nos Estados Unidos.
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Muitos investidores pensam somente em encontrar o melhor ponto de entrada e esquecem dos riscos da operação, afirma Tharp, erro que pode custar todo seu patrimônio. Por isso, o “Manejo de risco” explorará neste artigo algumas das principais ferramentas de stop utilizadas pelos traders.
Stop loss gráfico
Uma das estratégias mais primitivas utilizadas para determinar o stop loss da operação é baseada na mínima do candle de entrada, mais conhecida como Stop Curto. Nos guias de análise técnica recomenda-se utilizar este método em operação de day trade, uma vez que o Stop Curto costuma não ser eficiente, ou melhor, frustrante, nas operações de swing trade.
Os investidores que utilizam o Stop Curto para swing trade usualmente reclamam do “efeito violino”, quando o preço alcança o stop loss no intraday e passa a subir, assim como o movimento do arco quando o violinista toca o instrumento.
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Para solucionar este impasse, os traders usualmente utilizam os pontos de reversão do mercado, ou seja, suportes e resistências importantes, canais de alta e de baixa, linhas de tendência, padrões gráficos e candlesticks.
Contudo, assim como no primeiro método, o investidor estará muito exposto ao “efeito violino”, uma vez que muitas pessoas saberão onde o stop loss foi alocado, já que é uma região evidente no gráfico. Sabendo disso, outros investidores buscarão exercer suas posições nestes pontos críticos, tendo em vista a grande probabilidade de ser exercido em função do acúmulo de ofertas, e, portanto, não havendo necessidade de comprar a níveis mais altos.
Stop loss baseado no preço
No nono capítulo do seu livro, Tharp sugere aos investidores buscarem alternativas de stop “ilógicas” para o mercado e que fujam do ruído dos preços. Para não ser mais um alvo do arco do violino, os guias de análise técnica recomendam aos traders vincularem o stop à exposição ao mercado.
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Os métodos Martingale e Antimartingale, além do FFE (Fixed Fraction Exposure), são alternativas interessantes ao investidor, pois propõem limitar as perdas conforme o percentual exposto na operação, ou seja, através da gestão do patrimônio, algo particular. Apesar de eficientes, os métodos envolvem, essencialmente, cálculos arbitrários de exposição ao risco, como a famosa regra de nunca arriscar mais de 2% do capital em uma única operação.
Sem o amparo de uma base estatística, o investidor pode alterar sem peso na consciência seu stop loss, na fé de uma reversão do mercado ou sinal gráfico que transformará em um passe de mágica seu prejuízo acumulado em lucro.
E aquela operação de swing trade transforma-se em posição de longo prazo por conta da falta de disciplina do investidor, que carrega o papel por meses ou anos para não exercer o prejuízo. Ou pior, encerra a posição e o papel começa a subir. Qualquer semelhança não é mera coincidência.
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Stop loss programado
Para evitar a interferência humana na tomada de decisão, cresce cada vez mais o uso de técnicas baseadas em osciladores e na volatilidade dos candles com stop móvel. É comum se deparar com sistemas fundamentados no cruzamento de médias móveis ou interligados nas Bandas de Bollinger.
Contudo, a inserção da volatilidade dentro dos sistemas de gestão de risco, utilizada por grandes instituições financeiras, vem sendo uma tendência mundial, por trazer melhores resultados e pela eficiência em fugir do ruído do mercado, como a exigência posta por Tharp no começo do artigo.
O uso do VaR (Value at Risk) como ferramenta de manejo de risco, visando estimar a perda máxima esperada de um ativo ou carteira, foi um grande avanço no mundo das finanças, advento que abriu os olhos dos traders em relação à importância da volatilidade para compor o stop loss.
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Cientes da exigência, muitos investidores utilizam atualmente o SaR (Stop and Reverse) como stop móvel, a fim de capturar as reversões de preço. Contudo, a deficiência em movimentos laterais traz dúvidas quanto à sua eficiência.
A fim de propor uma alternativa melhor, Tharp sugere em seu livro utilizar o stop móvel vinculado ao ATR (Average True Range), indicador que mensura a volatilidade dos candles, alternativa que será tema do próximo “Manejo de Risco”. Aguardem!