SÃO PAULO – Um indicador de criptomoedas começou a sinalizar perigo para quem investe em altcoins, como são chamados Ethereum (ETH), Binance Coin (BNB), Cardano (ADA) e todos os outros criptoativos que não são Bitcoin nem stablecoins.
Trata-se da Dominância do Bitcoin (BTCD), que mede a participação do Bitcoin na capitalização total de criptomoedas. Dependendo das condições de mercado, analistas entendem que um aumento da dominância pode significar perdas para demais moedas, especialmente quando o preço do BTC não está subindo com força.
O receio é que este seja o caso atual. Sem ímpeto para passar de US$ 50.000 há cerca de 10 dias, o Bitcoin vem sendo negociado em uma área incerta que dá pouca indicação de tendência. Estes seriam os ingredientes adequados para que altcoins comecem a desvalorizar bruscamente se a dominância do Bitcoin continuar subindo.
Se isso de fato ocorrer, várias criptomoedas podem começar a cair mesmo que o BTC siga mais ou menos estável, prejudicando diretamente quem decidiu diversificar o portfólio com ativos mais arriscados em busca de maiores lucros. Se o Bitcoin subiu 1.150% desde a mínima de março de 2020 até aqui, o Ethereum disparou 3.600% e a Cardano registrou ganho impressionante de 12.000% no mesmo período.
Neste momento, a dominância do Bitcoin deve representar mais risco para para quem pensa em entrar agora nas altcoins. Nesse caso, talvez seja mais indicado esperar o próximo movimento de mercado. “Se você está considerando entrar em altcoins agora, eu diria: toma cuidado”, alerta o trader de criptomoedas Vinícius Terranova.
O analista pondera ainda que não chegou o momento de sair das altcoins se o investidor comprou lá atrás e está no lucro. De qualquer modo, mesmo quem já surfa a valorização de 2021 deveria ficar de olho na dominância do Bitcoin em busca de um sinal mais claro de topo de mercado, mais especificamente no nível de 43% – no fechamento da matéria, a dominância estava em 41,91%. Se o indicador ultrapassar esse patamar, liquidar altcoins pode ser mais seguro.
A distância até o nível crítico parece pequena para o mercado de cripto, mas um avanço de 3% pode levar tempo para ocorrer, já que a dominância não tem a mesma volatilidade dos preços. A última vez que o indicador esteve tão baixo foi em maio de 2018, e a máxima quando o BTC disparou na virada do ano foi de 72,5%.
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Se a dominância continuar a subir sem uma disparada de preço do Bitcoin, altcoins deverão começar a sofrer, com destaque para as que subiram muito rapidamente nas últimas semanas. Ativos como Solana (SOL) e Avalanche (AVAX), por exemplo, estariam mais vulneráveis a quedas intensas do que as demais posicionadas nas cabeças do ranking global por valor de mercado.
O otimismo no longo prazo para as altcoins persiste, mas o momento exige cautela. “Nesse momento específico eu prefiro estar em Bitcoin ou até mesmo em dólar”, afirma o especialista em cripto.
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