“A grande besteira do BTG foi ter ficado parceiro de Eike”, diz analista-chefe

O acordo, divulgado no dia 06 de março de 2013, inverteu o sentido das ações do banco, que vinha de uma alta de 9,76% do IPO até o dia da parceria

Arthur Ordones

Publicidade

SÃO PAULO – As ações do BTG Pactual (BBTG11), do banqueiro André Esteves, vinham apresentando bom desempenho desde o seu IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), no dia 25 de abril de 2012, até que entrou em uma cilada ao anunciar uma parceria com o empresário Eike Batista, de acordo com Henrique Kleine, analista-chefe da Magliano Corretora, em palestra no Expo Money 2013.

Acompanhe a cotação de todos os fundos imobiliários negociados na BM&FBovespa

O acordo, divulgado no dia 06 de março de 2013, inverteu o sentido das ações do banco, que vinha de uma alta de 9,76% do IPO (R$ 31,25) até o dia da parceria (R$ 34,30). Do dia do anúncio até 29 de agosto (R$ 27,10), dia que começaram boatos sobre o fim da parceria no blog de Lauro Jardim, da Revista Veja, a queda foi de 20,99%. Apesar de a parceria não ter chegado ao final, do momento que a parceria começou a ruir até o fechamento da última sexta-feira (13) (R$ 29,43), a ação já subiu 8,60%. Coincidência? De acordo com o analista, não.

Quer saber mais sobre os termos usados no mercado financeiro? Acesse o glossário InfoMoney

Para Kleine, a inversão para queda das ações do BTG estão ligadas diretamente à parceria com o controlador do Grupo EBX, cujas ações de sua principal empresa, a OGX (OGXP3), já caíram 91,32% em 2013, até o fechamento de sexta-feira (13). “A grande besteira do BTG Pactual foi ter ficado parceiro do Eike Batista, pois depois disso que o banco começou a cair”, afirmou o especialista. No entanto, ainda de acordo com o analista, como agora eles estão se separando, tudo deve mudar. “Durou pouco o casamento”, disse.

A alta de quase 10% que os papéis acumularam desde o IPO até a parceria, viraram uma queda de 5,82%, se considerarmos o preço do IPO até o fechamento da última sexta-feira (13).

Continua depois da publicidade

Apesar do erro de se juntar com Eike, Esteves é muito competente
Segundo o analista-chefe, apesar do erro de se juntar com o empresário, é admirável o talento e a forma de conduzir os negócios de Esteves. “O André Esteves é muito competente e o banco é excepcional, mas a parceria que ele fez não foi nada boa”, afirmou. “Eu ainda acredito na companhia, pois eles têm um know-how muito bom, mas não consegue, por enquanto, entrar nos critérios que nós adotamos”, finalizou Kleine.