SÃO PAULO – Call, put, candlestick e análise de tendência. O mercado de opções pode parecer complicado para quem está chegando na bolsa de valores agora, mas, segundo o analista Fernando Góes, da Clear Corretora, existem alguns conceitos-chave que podem facilitar muito a vida de quem ainda está começando no mundo de operações com derivativos.
Fernando Góes é especialista no mercado de opções. Em suas redes sociais e vídeos no YouTube, ele costuma compartilhar conhecimentos sobre derivativos e algumas das operações que realiza no mercado.
Nesta semana, ele preparou uma série gratuita de 4 aulas que visa ajudar quem deseja começar a operar, explicando os conceitos fundamentais da análise técnica e do mercado de opções.
Confira a seguir alguns dos conceitos citados por Góes e que podem te ajudar a entender melhor o mercado de opções:
1. O que são calls e puts
“A call é uma opção de compra, ou seja, é um contrato que te dá o direito de comprar o ativo-objeto por um preço já pré-determinado na data do exercício. A put, por sua vez, é uma opção de venda, ou seja, é um contrato que te dá o direito de vender o ativo-objeto na data do vencimento”, explica Góes.
Segundo ele, a não obrigatoriedade de segurar uma opção até seu exercício é o que dá liberdade para os traders realizarem operações de curto prazo, seguindo as variações dos preços das opções no mercado.
2. Relação entre passagem tempo e volatilidade
Para Góes, entender a relação entre tempo e volatilidade é muito importante na hora de avaliar os preços das opções disponíveis no mercado. Apesar destas não serem as únicas variáveis que afetam os preços, o analista diz que esses fatores estão entre as bases para que, mais tarde, o trader se aprofunde na análise de pontos de entrada e saída.
“Quando a ação sobe e desce desesperadamente, ela tem uma opção mais cara e quanto mais tempo estiver longe do exercício, mais cara também vai ser. A maior volatilidade também aumenta o intervalo de variação possível para o preço do ativo objeto. Assim quanto maior a volatilidade, maior a probabilidade de que oscilações favoráveis ocorram e maior o preço das opções.”, explica Góes.
3. Entender o funcionamento de candlesticks
Durante a série, Góes também destaca a importância de entender o funcionamento dos gráficos de candlestick, já que esses são a base para o trader fazer a análise técnica dos ativos que deseja operar.
“Você precisa entender a saber identificar o que são topos e fundos, ou seja, os pontos mais altos e mais baixos de uma série de movimentos de candles, além de também entender como se formam as tendências de alta e baixa”, afirma.
Ao longo da série, Góes explicou com mais detalhes o funcionamento dos gráficos, passando por cada um dos pontos citados.
4. Determinar um limite de perda
Para Góes, traçar um limite de perda é essencial para quem está começando a operar na bolsa. Isso, segundo o analista, permitirá que você teste seus conhecimentos e não desanime na primeira perda que tiver.
Para isso, ele recomenda apostar uma pequena parte do seu capital em uma dezena de operações no mercado de opções dentro de um período de 1 ano, em uma estratégia conhecida como regra dos 10 tiros.
“Vamos supor que você separe 1000 reais para aplicar na regra. Cada um dos tiros equivale a 100 reais, ou seja, você coloca 100 reais em uma operação, com o objetivo de ganhar 3, 5 ou até 10 vezes. Se você perder, você só perde os 100 reais. Mas, se você ganhar, você pode lucrar muito mais”, explica.
5. Diferença entre trade e investimento
Durante a série, o analista fala da importância de saber qual é seu propósito ao entrar na bolsa. Para ele, essa noção clara dos seus objetivos pode mudar a performance do trader, já que este gerenciará melhor o fator psicológico na hora de realizar as operações.
“Se me perguntarem qual é a coisa mais importante que um iniciante deveria saber sobre bolsa antes de começar a operar, eu responderia: ‘A diferença entre trade e investimento’. O trader, quando entra no mercado, ele precisa entrar sabendo que terá que trocar o risco de perder pouco na busca de um ganho mais elevado, e não entrar buscando por segurança, como um investidor faria”, afirma Góes.
Góes também alerta para os riscos envolvido nas operações com opções, já que esses ativos pertencem à classe de renda variável.
“É preciso técnica e consistência na hora de operar. Saber seus objetivos e calcular os passos para chegar até eles. Tem risco? Lógico que tem. Mas o mercado não é um bicho de sete cabeças. É preciso apenas ter um bom gerenciamento de risco e uma estratégia bem definida”, afirma.