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As ações de empresas que divulgaram resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23) entre a noite da véspera e a manhã de hoje registraram movimentos bastante expressivos – de queda ou de alta – na sessão desta terça-feira (7).
Entre as maiores baixas estiveram 3Tentos (TTEN3, R$ 10,63, -5,93%), Aura Minerals (AURA33, R$ 32,48, -4,47%) e Pague Menos (PGMN3, R$ 3,15, -4,26%), enquanto Kora Saúde (KRSA3, R$ 0,93%, -2,11%]) oscilou entre perdas e ganhos dado o baixo valor de face dos seus ativos e fechou em baixa.
Já o grande destaque entre as altas ficou com a Vibra Energia (VBBR3, R$ 21,64, +5,61%]), seguida pela alta de TIM (TIMS3, R$ 16,57, +3,11%), Itaú (ITUB4, R$ 28,98, +2,80%) como os principais destaques.
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Confira tudo sobre os balanços
Gerdau (GGBR4), por sua vez, caía cerca de 1%, também seguindo o setor após dados da China mais fracos do que o esperado.
Confira as análises dos resultados:
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Maiores quedas
3Tentos (TTEN3)
Enquanto a XP definiu os resultados da 3Tentos (TTEN3) como fracos, o Itaú BBA adotou uma perspectiva mais positiva, considerando-os neutros.
Para a corretora, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 116 milhões ficou 27% abaixo do esperado.
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“O aumento de 30% na receita líquida [de R$ 2,4 bilhões] no ano foi impulsionado por sólidos volumes, apesar da queda nos preços, e o lucro bruto ajustado também cresceu 30%, refletindo uma recuperação promissora nas margens da Indústria e dos Grãos”, disse a equipe liderada por Leonardo Alencar.
“No entanto, as despesas com vendas aumentaram cerca de 50% no ano, afetando as margens da 3Tentos. O aumento nessas despesas foi impulsionado pelo ajuste de R$ 56 milhões, devido a maiores exportações de grãos e farelo e tarifas elevadas pela nova operação em Mato Grosso (MT), além do impacto de R$ 14 milhões referente à abertura de novas lojas e à remuneração das equipes de vendas”, explica a XP, que mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 19,10.
O time do Itaú BBA, liderado por Daniel Sasson, aponta que o Ebitda ficou ligeiramente abaixo de sua estimativa, cerca 2% menor que as projeções do banco.
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Eles destacam que o forte desempenho em volume compensou os preços mais baixos em algumas divisões, mas expressam preocupação com o possível impacto negativo no quarto trimestre devido ao ritmo de plantio e condições climáticas adversas, especialmente os potenciais efeitos do El Niño na operação da companhia no Rio Grande do Sul e Mato Grosso.
O Itaú BBA classifica as ações da 3Tentos como ‘outperform’ com um preço-alvo de R$ 16.
Aura (AURA33)
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A divulgação dos resultados da Aura Minerals (AURA33) gerou opiniões divididas entre os analistas, sendo em sua maioria interpretadas negativamente.
A XP Investimentos considerou o balanço “em linha com o esperado”. No entanto, a equipe da corretora acredita que a redução da projeção de produção eclipsou os resultados divulgados.
“A Aura reportou um Ebitda ajustado de US$ 30 milhões, conforme esperado, impactado principalmente pelos resultados inferiores do complexo EPP, embora tenha sido parcialmente compensado pela melhora em Aranzazu e pelos primeiros resultados de Almas”, explicam.
A empresa revisou sua projeção para 2023, indicando uma diminuição de aproximadamente 7% nos volumes, com custos caixa maiores (devido à menor produção de EPP e Almas) e aumento nos investimentos em Borborema.
Apesar disso, a corretora manteve sua recomendação neutra para a Aura Minerals, com preço-alvo de R$ 50.
O Itaú BBA também comentou, com uma visão mais negativa do resultado.
“A Aura registrou um Ebitda de US$ 30 milhões para o 3T23, 10% abaixo de nossa estimativa. A diferença deve-se principalmente a um desempenho de custos mais fraco do que o previsto. Além disso, a Aura reduziu sua projeção de produção para 2023 e aumentou sua estimativa de custos”, observa a equipe, que, apesar disso, recomenda ‘outperform’ para as ações, com preço-alvo de R$ 50.
Pague Menos (PGMN3)
Os resultados da rede de farmácias Pague Menos (PGMN3) também dividiram opiniões entre os analistas.
Segundo a XP, a empresa apresentou resultados mistos. De acordo com a equipe da corretora, liderada por Danniela Eiger, houve uma desaceleração no crescimento e pressão na margem bruta. Por outro lado, observou-se eficiência nos gastos e captura de sinergias após a aquisição da Extrafarma no ano anterior.
“A receita bruta consolidada [de R$ 3,1 bilhões] cresceu 16% no ano, impulsionada pelo desempenho da marca Pague Menos, mas ainda afetada pelo fechamento de 27 unidades da Extrafarma nos últimos 12 meses e pelo encerramento da operação de atacado”, relata a equipe da XP.
Em termos de rentabilidade, a corretora aponta que a margem bruta consolidada se manteve estável. A melhoria na Extrafarma foi neutralizada por menores ganhos inflacionários no estoque e maior participação das vendas digitais.
“A margem EBITDA consolidada aumentou 0,8 ponto percentual, alcançando 4,7%, sustentada por maior eficiência nas despesas e pela reestruturação das despesas gerais e administrativas, decorrente da integração com a ExtraFarma”, adicionam.
O Itaú BBA viu os resultados como “em linha” com suas expectativas.
“A Pague Menos compensou a pressão na margem bruta com um controle rigoroso das despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A)”, pondera a equipe do banco, liderada por Thiago Macruz.
“Os números da Extrafarma continuam a refletir tendências operacionais positivas, embora com uma desaceleração nas vendas, algo a ser monitorado”, acrescentam.
O Bradesco BBI tem uma visão mais negativa, considerando os resultados da Pague Menos fracos, com um resultado líquido ainda negativo, mas dentro das expectativas.
“A performance operacional foi prejudicada por uma queda na margem EBITDA orgânica e por receitas estáveis da Extrafarma, que também viu sua margem diminuir. Por outro lado, os benefícios vieram do aumento de capital e do fluxo de caixa livre, que contribuíram para a redução da alavancagem da empresa”, analisa a equipe liderada por Marcio Osako.
A XP recomenda compra para as ações da Pague Menos, com preço-alvo de R$ 5. O Itaú BBA também recomenda compra, com preço-alvo de R$ 5. O Bradesco BBI mantém uma posição neutra, com preço-alvo de R$ 4.
Gerdau (GGBR4)
Apesar da queda das ações na sessão, a Gerdau surpreendeu positivamente os analistas, com seu resultado sendo considerado, majoritariamente, ao menos “dentro da linha” – e, para algumas casas, acima dela.
O time do americano Morgan Stanley, com Carlos de Alba a sua frente, destacou que o Ebitda ajustado, de R$ 3,3 bilhões, ficou 5% acima da sua estimativa.
“A superação em relação ao nosso número foi impulsionada por receitas maiores, apesar de maiores custos das mercadorias vendidas (COGS) em dinheiro e despesas com Vendas, Gerais e Administrativas (SG&A)”, falam.
Outro destaque apontado pelo Morgan foi o fluxo de caixa das operações foi de R$ 3,8 bilhões, com a Gerdau diminuindo seu necessidade de capital de giro.
Kora (KRSA3)
Para a XP, a Kora apresentou resultados neutros no 3T23, com prejuízo líquido ajustado de R$ 2 milhões. A receita aumentou 2,1% na base trimestral, impulsionada principalmente pelo aumento dos leitos operacionais e do ticket médio, parcialmente compensado pela redução na taxa de utilização.
A margem Ebitda ajustada ficou estável, com alguns ganhos provenientes de custos e despesas com pessoal sendo compensados por maiores custos com medicamentos e serviços de terceiros. As despesas financeiras líquidas consumiram 84% do Ebitda ajustado, uma vez que a alavancagem da empresa ficou em 5,8 vezes o Ebitda ajustado dos últimos doze meses.
“Finalmente, vemos que as elevadas necessidades de capital de giro prejudicam a capacidade da Kora de reduzir o seu saldo de dívida. Mantemos a nossa visão cautelosa no nome devido às incertezas em relação à estrutura de capital da empresa e à dinâmica do mercado”, avalia a casa.
Maiores altas
Vibra (VBBR3)
A Vibra apresentou forte resultado referente ao terceiro trimestre de 2023. Os números foram impulsionados pelo preço do petróleo, que permitiram que a companhia vendesse seus produtos com margens mais elevadas, bem como uma reavaliação positiva dos valores em estoques, destaca a Levante Corp.
Outro fator que impactou positivamente foi a redução da entrada do Diesel russo em território nacional. Neste cenário, a Vibra obteve maior margem bruta, principalmente no segmento de Rede de Postos. Os volumes vendidos no terceiro trimestre de 2023 totalizaram 9,4 milhões de m³, redução de 8,7% na comparação com o terceiro trimestre do ano anterior. Já a receita líquida da Vibra totalizou 43,2 bilhões de reais, queda de 15,3% na comparação na base anual.
As duas principais linhas de negócios são o segmento de Rede de Postos BR, com 8.383 unidades em todo país, que representou 62% das receitas neste trimestre, sendo Diesel e Gasolina os dois produtos mais relevantes nas vendas. O segundo segmento é o B2B (venda para empresas) que representou 38% do faturamento, tendo destaque o Diesel e o Querosene de aviação. Os custos somaram 39,9 bilhões de reais, redução de 21% frente ao 3T22.
“A empresa vem apresentando melhoria nos números desde o segundo trimestre de 2023, com a reoneração tributária dos combustíveis”, avalia a Levante.
Entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023 a empresa enfrentou compressão de margens, devido à volatilidade dos preços dos combustíveis e questões tributárias. No entanto, desde o segundo trimestre deste ano o cenário vem melhorando, destacam os analistas da casa.
“Apresentando no terceiro trimestre de 2023 o seu melhor resultado, com margens mais elevadas, o que permitiu redução do endividamento e alta rentabilidade no período, com isso, as ações da companhia tem performado bem no ano de 2023”, complementam, ressaltando que o atual patamar segue atrativo. “Neste sentido reiteramos nossa visão positiva para as ações de Vibra que tem momento favorável tanto no segmento em que atua quanto na bolsa de valores”, finaliza.
O Itaú BBA aponta que a Vibra reportou números bem acima do esperado no terceiro trimestre. O resultado operacional (Ebitda) totalizou R$ 2,333 bilhões, levando a rentabilidade operacional (margem Ebitda) para R$ 248 por m³. Com isso, manteve recomendação de “compra” para VBBR3, com preço-alvo de R$ 28 ao fim de 2023.
“A empresa reportou uma margem de R$ 248 por m³, que se ajustada pela venda de ativos e por recuperações tributárias no trimestre iria para R$ 229 por m³, ainda muito acima das nossas expectativas. O maior impacto positivo na margem foi o ganho de estoque, resultado dos aumentos nos preços dos combustíveis, em especial diesel e gasolina, tanto por aumentos da Petrobras quanto por aumento de impostos. Se ajustados aos efeitos de hedge (mecanismo de proteção) e de ganho de estoque no período, a margem normalizada da Vibra iria para R$ 198/m³”, avalia.
Além disso, a Vibra teve aumento de 4,3% no volume de vendas em relação ao trimestre anterior, principalmente devido à sazonalidade positiva normal do período. O volume no período ficou em 9,410 milhões m³.
A empresa teve um fluxo de caixa operacional de R$ 1,8 bilhão. O impacto negativo do maior consumo de capital de giro no trimestre, de cerca de R$ 922 milhões (devido ao aumento dos preços dos combustíveis), foi compensado pelos recursos provenientes da venda da ESGás (R$ 980 milhões), resultando em um fluxo de caixa livre para a empresa de R$ 2,7 bilhões no trimestre.
Itaú (ITUB4)
No terceiro trimestre de 2023 (3T23), o Itaú (ITUB4) apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 9,04 bilhões (crescimento de 3,4% na base trimestral e de 11,9% na comparação anual), em linha com as expectativas do mercado.
O resultado incluiu um mês de operações argentinas vendidas em agosto, com impacto negativo de R$ 1,2 bilhão e tratado como item extraordinário no resultado do 3T23. Assim, o lucro líquido contábil foi menor, totalizando R$ 7,5 bilhões (queda de 11,1% na base trimestral e de 4,3% ano a ano).
Já os números globais, destaca a XP, seguiram uma tendência positiva e o guidance para o ano inteiro foi praticamente reiterado (ainda que tenha sofrido pela venda do ativo no país vizinho).
“A qualidade dos ativos permaneceu forte, com NPL [índices de inadimplência] acima de 90 dias estável em 3,5%, abaixo do mercado geral (SFN)”, avaliam os analistas da casa. Este desempenho permitiu ao banco reduzir marginalmente as provisões para R$ 9,3 bilhões (-1,9% frente o 2T23), ainda em linha com a criação de NPL (NPL creation).
A carteira de crédito registrou um aumento modesto de 1% em termos trimestrais, desacelerando o seu crescimento anual para 4,7%, de 6,2% no último trimestre, no total, e 6,0% no Brasil. “Esta descida pode ser vista como um sinal de alerta, uma vez que o ritmo atual está ligeiramente abaixo do limite inferior da orientação do banco”, avalia a XP.
TIM (TIMS3)
Os resultados da TIM vieram neutros a ligeiramente positivos para os papéis da companhia de telecomunicações, segundo analistas de mercado.
“As boas tendências na receita total foram mantidas no trimestre – o que era em certa medida esperado, considerando que outras empresas de telecomunicações brasileiras divulgaram boas cifras de ARPU no trimestre mais cedo neste mês – o que, portanto, continua a indicar um bom momento nos próximos trimestres”, afirma o Bradesco BBI.
O Bradesco considera o nome como neutro, com preço-alvo de R$ 19,00, e entende que o balanço demonstrou “momentum positivo da receita mantido, como esperado”.
A Genial destacou que o crescimento dos números foi resultado de “uma boa estratégia de manejo de custos, que possibilitou a empresa a crescer Opex abaixo da inflação no trimestre”. Na análise, a corretora também ressaltou o bom desempenho do segmento pós-pago e a gestão de base, que “incluiu a redução do churn (cancelamento) e a implementação de estratégias de upselling (aumento de ticket médio de clientes)”.
Os números apresentados foram complementados com anúncio de elevação da projeção de proventos para R$ 2,9 bilhões em 2023.