3R Petroleum (RRRP3): CEO diz estar tranquilo com relação às mudanças previstas na política da Petrobras (PETR4)

Ricardo Savini comentou que não crê que os contratos assinados com a estatal sejam revistos

Augusto Diniz

Setores como o de extração de petróleo têm segurando a produção industrial nos últimos meses (Shutterstock)
Setores como o de extração de petróleo têm segurando a produção industrial nos últimos meses (Shutterstock)

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Em meio à mudança de governo, que pretende mudar a política da Petrobras (PETR4), inclusive relacionada a desinvestimentos, Ricardo Savini, CEO da 3R Petroleum (RRRP3) disse durante apresentação dos resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22) a analistas de mercado, na última quarta-feira (9), que não vê riscos.

“Esse programa de desinvestimento da Petrobras, lembrando que vários de nós eram da Petrobras naquela época, foi desenhado no governo da Dilma (2011-16)”, comentou.

“A gente está muito tranquilo, principalmente na parte upstream (produção e exploração). Pessoalmente, não vejo nenhum risco. A gente tem nove contratos assinados com a Petrobras e a estatal não tem tradição de desonrar contratos”, afirmou o CEO.

Dos nove ativos adquiridos pela petrolífera independente da Petrobras, três ainda estão pendentes de assinatura final de contrato: Pescada, Papa-Terra e Potiguar. Nos três casos, a empresa esclareceu a posição que se encontram.

O Polo Papa-Terra, na Bacia do Espírito Santo, em meados de dezembro está previsto o closing. Os outros dois polos pendentes são o de Pescada e o Potiguar, no Cluster Potiguar, no Nordeste.

O Polo de Pescada deve entrar em operação até o final do ano. A 3R informa que o closing está muito próximo depois de uma etapa longa de licenças junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Segundo a empresa, há apenas a última condicionante da Agência Nacional de Petróleo (ANO) a ser cumprida, já em fase final. A expectativa é de que em meados de dezembro a empresa assuma a operação de Pescada.

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Já o Polo Potiguar, a Ricardo Savini comentou que a 3R deve assumir a operação no primeiro trimestre do ano que vem e iniciar imediatamente o trabalho de perfuração.

A empresa anunciou na teleconferência com analistas que em 2023 a previsão é fazer cerca de 150 perfurações em seus campos, com até seis sondas de perfuração em operação até o final do ano.

O CEO não vê dificuldades de colocar o plano de crescimento em prática, mesmo com o momento do valor do Brent em alta, que acaba pressionando os custos de fornecedores.

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No 3T22 da 3R, chama a atenção o fato de quase a metade da produção da petrolífera ser de gás. O gás representou 23% da receita líquida no 3T22 com a incorporação do Polo Peroá, na Bacia do Espírito Santo. Mas Savini disse que entrada em operação de poços de óleo (Papa-Terra e Potiguar) deve colocar a produção de gás de volta ao patamar de 20% na produção total da empresa.