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SÃO PAULO – A temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre chegou ao fim na noite de ontem e no pregão desta terça-feira (16) as últimas ações reagem aos números apresentados. Entre os destaques, a JBS reverteu seu prejuízo em lucro, enquanto três companhias elétricas divulgaram balanço. Confira os destaques:
JBS (JBSS3, R$ 9,98, -7,51%)
A gigante de alimentos encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido consolidado de R$ 486,2 milhões, revertendo resultado negativo de R$ 2,64 bilhões apurado um ano antes, de acordo com dados divulgados pela maior processadora de carne bovina do mundo. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 2,14 bilhões nos primeiros três meses do ano, acréscimo de 0,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em relatório, o Credit Suisse também apontou que a JBS reportou números bem abaixo do esperado, com destaque negativo para o Ebitda. “Os highlights foram uma forte contração no Ebitda na JBS Mercosul, fraca performance da Seara, nível saudável de performance operacional da JBS Beef USA e Pilgrims e alavancagem alta”. Já o Itaú BBA cortou a recomendação dos papéis de outperform para marketperform, mantendo o preço-alvo de R$ 16,00.
CSN (CSNA3, R$ 7,69, -0,13%)
A companhia siderúrgica apresentou apenas seus números não auditados, mas o suficiente para os analistas e o mercado reagirem. Segundo a XP Investimentos, os números do primeiro trimestre vieram fortes, mas os analistas destacaram que a empresa segue com elevada alavancagem financeira, tendo um risco ainda bastante elevado.
Do lado positivo, eles comentaram que o resultado deixou claro que o ativo pode ser beneficiado de um cenário de recuperação da atividade econômica. Os analistas apontaram que a expansão da receita líquida pode ter vindo de um aumento de preços (recuperação de volume ainda não veio), mas já é possível verificar uma forte expansão do Ebitda.
No primeiro trimestre de 2017, as vendas de aço da companhia recuaram 4% em um ano, para 1,19 milhão de toneladas, enquanto as vendas de minério de ferro caíram 13% ante o primeiro trimestre do ano passado, fechando em 7,24 milhões de toneladas.
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A receita líquida da CSN, por sua vez, subiu 15%, passando de R$ 3,84 bilhões para R$ 4,41 bilhões. Enquanto isso, o Ebitda ajustado teve um salto de 82%, saindo de R$ 733 milhões no início de 2016 para R$ 1,33 bilhão entre janeiro e março deste ano.
Cemig (CMIG4, R$ 8,79, -1,24%)
A elétrica mineira Cemig registrou lucro líquido de R$ 342,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 6.482% em relação ao resultado líquido positivo de R$ 5,2 milhões de reais de igual período de 2016. A empresa ainda apurou Ebitda de R$ 1,1 bilhão entre janeiro e março, 70,5% maior na base anual.
Para a equipe do BTG Pactual, a companhia apresentou números melhores que o esperado, com destaque para o Ebitda. Segundo os analistas, o balanço foi impulsionado por dois fortes eventos não recorrentes, que impulsionaram a geração de caixa. Por outro lado, o lucro ficou próximo da projeção. A recomendação foi mantida em neutra para as ações.
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Cesp (CESP6, R$ 17,83, +0,17%)
A Cesp fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 62,5 milhões, um recuo de 36% em relação a um ano antes. A receita líquida, por sua vez, caiu 24,6% no mesmo período, para R$ 362,3 milhões. O principal motivo da queda foi o fim da operação assistida das usinas de Jupiá e Ilha Solteira.
Já o Ebitda teve queda de 13,7% no trimestre, para R$ 167,4 milhões. O Ebitda ajustado pelas provisões operacionais, por sua vez, apresentou baixa de 17,8% no período, para R$ 242,4 milhões.
O Credit Suisse disse que a Cesp entregou um resultado fraco. Contudo, o grande destaque ficaram para as declarações do Governador Geraldo Alckmin de que pretende privatizar a empresa ainda no ano de 2017. “O papel reagiu bem nos últimos minutos de pregão de ontem e acreditamos que deve continuar a boa perfomance”.
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Já sobre os resultados, os números operacionais não foram bons e devem continuar pressionados ao longo do ano em função da combinação de um GSF severo e preços elevados no mercado spot. “O nosso call otimista com Cesp está pautado na provável privatização e que o papel oferece um potencial de valorização bastante interessante quando consideramos este cenário, com a renovação das concessões seguindo a lei 9.074”, afirmam os analistas do banco.
Copel (CPLE6, R$ 30,53, +4,20%)
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou um lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 410,34 milhões no primeiro trimestre deste ano, montante mais de três vezes superior aos R$ 133,5 milhões anotados no mesmo período do ano passado.
O Ebitda somou R$ 1,006 bilhão, número 87,2% maior que os R$ 537,4 milhões reportados um ano antes. A margem Ebitda passou de 17,4% para 30,5%. Conforme explicou a companhia, a forte expansão reflete, principalmente, a nova contabilização do fluxo de caixa dos ativos de transmissão anteriores a 2000 e não amortizados até a renovação das concessões, em 2013, denominados no setor como Rede Básica do Sistema Existente (RBSE).
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Desconsiderando os efeitos não recorrentes do período, o Ebitda ajustado ficou em R$ 811,5 milhões entre janeiro e março, montante 51% superior ao registrado no mesmo período de 2016. A receita operacional líquida da Copel totalizou R$ 3,297 bilhões nos três primeiros meses do ano, o que corresponde a um crescimento de 7% frente igual etapa de 2016.
Segundo o Credit, a Copel entregou um trimestre em que mostrou uma evolução considerável em relação aos trimestres anteriores e que se beneficiou de um maior volume residencial na distribuição e da presença de energia secundaria na geração.
Even (EVEN3, R$ 4,55, +2,94%)
A construtora Even reverteu o lucro líquido de R$ 24,69 milhões do primeiro trimestre do ano passado em um prejuízo líquido de R$ 39,95 milhões de janeiro a março. A receita líquida caiu 39,5%, para R$ 513,27 milhões, enquanto a margem bruta recuou de 19,2% para 14,3%.
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Em relatório, a Even informou que o balanço teve impacto negativo da margem dos distratos, de 43,8% no trimestre, ao hiato na composição da receita decorrente de menos lançamentos em 2015 e no primeiro semestre do ano passado, e da margem bruta pressionada pelo estoque reprecificado. “Os três fatores devem perder relevância já a partir do ano que vem, quando esperamos recuperação dos resultados”, disse a companhia.
Segundo o Credit Suisse, a Even entregou um trimestre fraco, mas dentro do esperado. O único ponto positivo foi o fluxo de caixa livre que ficou em R$ 38 milhões e acima das expectativas. Os analistas apontam que enxergam espaço para geração de caixa nos próximos trimestres.
“O que mais nos preocupa ainda é o nível de lucros em um patamar baixo e que tem seguido uma tendência negativa, principalmente em função de menor reconhecimento de receita, margens pressionadas e outras despesas”, disseram reforçando que o cenário de lucros fracos deve continuar entre 2017-2018.
Guararapes (GUAR3, R$ 102,89, +4,99%)
A Guararapes, dona da varejista Riachuelo, fechou com lucro líquido de R$ 110,6 milhões no primeiro trimestre, ante R$ 11,1 milhões em igual período de 2016. De acordo com a empresa, o resultado foi impulsionado pela reversão de provisão referente à exclusão do ICMS da base de cálculos do PIS/Cofins, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), com efeito de R$ 108,4 milhões sobre Ebitda. Sem esse efeito, a Guararapes estima que teria um lucro líquido de R$ 39,6 milhões.
A receita líquida ficou em R$ 1,27 bilhão de janeiro a março, uma alta de 4,6% em um ano. No critério “mesmas lojas”, houve um crescimento de 4,0%. O Ebitda, por sua vez, subiu 226%, a R$ 271,7 milhões, enquanto o Ebitda ajustado excluindo efeito não recorrente cresceu 89,2%, a R$ 163,3 milhões.
Após o balanço, o Itaú BBA manteve a classificação outperform e atualizou o preço justo de R$ 80 para R $ 115 por ação. “A Guararapes informou um trimestre neutro, uma vez que outro grande aumento no financiamento ao consumo compensou a ainda frágil recuperação da operação de varejo. Atualizamos nossas estimativas para incorporar as novas premissas macroeconômicas, que projetam uma redução mais rápida das taxas de juros”, apontam os analistas.
Alupar (ALUP11, R$ 18,88, 0,00%)
A receita líquida da Alupar foi para R$ 376,8 milhões, queda de 1,2% na comparação anual, enquanto o lucro atribuído a sócios subiu de R$ 54,2 milhões para R$ 73,7 milhões. O Ebitda caiu 1,7%, a R$ 305,9 milhões, enquanto a margem Ebitda foi de 83,5% para 82,2%.
Segundo o Santander, a Alupar apresentou resultado em linha com as estimativas, principalmente devido aos ajustes de inflação. No lado positivo, destaque para a estratégia de alocação diferente no braço de geração. “Nós mantemos nossa avaliação da compra das ações, porque nós vemos um valuation atrativo e acreditamos que os projetos novos adquiridos em leilões recentes têm retornos atrativos”, disseram os analistas.
Linx (LINX3, R$ 19,37, -0,41%)
A Linx registrou lucro líquido de R$ 26,706 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 77,5% ante igual intervalo de 2016. A receita líquida avançou 13,6% no intervalo, para R$ 134 milhões, enquanto o Ebitda ficou em R$ 34,75 milhões, avanço de 11,2% no comparativo anual. “Reforçamos que apesar da recente recuperação nos indicadores de confiança de consumidores e empresas, a performance da economia real e do varejo ainda seguiu fraca no trimestre”, disse a companhia.
O Credit Suisse aponta que a Linx reportou um trimestre neutro e com um crescimento de Ebitda que pode ser considerado razoável, “principalmente quando levamos em conta o momento mais difícil do varejo”. O corte de custos iniciados no final de 2016 foram os principais responsáveis pelo crescimento. Além disso, o Credit destaca que a forte receita de serviços (19% acima do mesmo período do ano passado) sugere uma aceleração de vendas no restante do ano.
Tupy (TUPY3, R$ 16,27, -0,97%)
O lucro líquido da Tupy passou de R$ 17,3 milhões no primeiro trimestre de 2016 para R$ 47,2 milhões no mesmo período de 2017. Já a receita totalizou R$ 855,1 milhões no período, acima da estimativa de R$ 813,2 milhões, de acordo com compilação da Bloomberg. O Ebitda foi de R$ 112,3 milhões, enquanto a margem Ebitda teve queda de 14,8% para 13,1% na base de comparação anual.
De acordo com o Santander, os números da companhia foram neutros, com a surpresa positiva dos volumes sendo ofuscada pela menor geração de caixa.
PDG Realty (PDGR3, R$ 2,29, +0,44%)
A PDG Realty reduziu o seu prejuízo líquido em 33% na base de comparação anual, para R$ 275,7 milhões. Já a receita operacional líquida caiu 16%, passando de R$ 140 milhões para R$ 118 milhões. O Ebitda passou de negativo em R$ 156,3 milhões no primeiro trimestre de 2016 para negativo em R$ 87,4 milhões. Os distratos caíram 54%, totalizando R$ 141 milhões.
“Durante o primeiro trimestre de 2017 nenhum lançamento foi realizado, e todos os esforços continuam voltados para monetização dos ativos, redução de custos e readequação dos passivos da companhia. Neste trimestre, as vendas brutas continuaram sofrendo impacto em função do momento econômico restritivo, além da demanda do setor ainda desaquecida. Outro fator que afetou diretamente as vendas da companhia decorreu da reestruturação dos processos de vendas, necessária após pedido de Recuperação Judicial”, apontou a empresa.
Springs Global (SGPS3, R$ 10,85, -4,82%)
A Springs Global encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo líquido de R$ 12 milhões, uma queda de 46% nas perdas de R$ 22,2 milhões de um ano antes. O resultado foi beneficiado por uma queda de 24,6% na despesa financeira líquida, que passou de R$ 64,1 milhões para R$ 48,3 milhões, devido a efeito de variação cambial.
A receita líquida ficou em R$ 516,2 milhões de janeiro a março, queda de 14,3%, O Ebitda, por sua vez, fechou o período em R$ 55 milhões, retração de 13,4% na base anual.
Paranapanema (PMAM3, R$ 1,34, -0,74%)
A Paranapanema passou de lucro líquido de R$ 2,7 milhões para prejuízo líquido de R$ 43,1 milhões no primeiro trimestre de 2017. De acordo com a companhia, o resultado foi impactado principalmente pela menor utilização da capacidade instalada, gerando maior gasto com ociosidade. A receita líquida caiu 41,4%, a R$ 774,8 milhões, queda de 41,4% na base de comparação anual. Já o volume de produção total teve baixa de 38%. A companhia ainda informou que elegeu André Luis da Costa Gaia diretor financeiro.
Unipar Carbocloro (UNIP6, R$ 9,62, +4,79%)
A Unipar registrou lucro líquido de R$ 34,47 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 5% ante os R$ 36,17 milhões do mesmo período do ano passado. A receita líquida, por sua vez, ficou praticamente estável, saindo de R$ 236,75 milhões para R$ 238,22 milhões. Já o Ebitda da companhia ficou em R$ 74,09 milhões, uma alta de 18% ante um ano antes, quando ficou em R$ 62,55 milhões.
Veja também: Caso Unipar: quando uma briga societária ofusca todo o potencial de uma empresa
Metalfrio (FRIO3, R$ 2,55, +14,35%)
A Metalfrio registrou lucro líquido de R$ 15 milhões no primeiro trimestre, queda de 4,6% em um ano, enquanto a receita líquida da companhia somou R$ 199,3 milhões de janeiro a março, recuo de 31,5%. O Ebitda, por sua vez, teve queda de 30% a R$ 20,1 milhões. Segundo a companhia, a variação se deve principalmente “à mudança no momento de colocação dos pedidos e evolução cambial”.
JHSF (JHSF3, R$ 2,58, -2,64%)
A JHSF Participações registrou prejuízo líquido atribuível aos sócios controladores de R$ 17,4 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 53% na base de comparação anual. Já a receita líquida teve queda de 25%, a R$ 88 milhões na mesma base de comparação. Já o Ebitda subiu 16%, a R$ 43,2 milhões.
Bombril (BOBR4, R$ 3,53, +8,62%)
As ações da Bombril dispararam até 13,85%, a R$ 3,70, nesta sessão, com forte volume financeiro, em meio à divulgação do balanço do 1° trimestre. A companhia reverteu o prejuízo líquido de R$ 23,8 milhões um ano antes para lucro líquido de R$ 34,7 milhões no 1° trimestre de 2017. Já o Ebitda saltou em 32% na mesma base de comparação, para R$ 80,4 milhões. A receita líquida, por sua vez, caiu 9,5%, a R$ 251,8 milhões no período.