3 bancos revisam recomendação para 13 ações; BM&FBovespa e Petrobras têm dia de queda

Confira os destaques da Bolsa na sessão desta sexta-feira (19)

Lara Rizério

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BM&FBovespa (BVMF3, R$ 10,41, -1,42%)
As ações da BM&FBovespa têm queda hoje, após a divulgação do resultado. Porém, os olhos do mercado ficam de olho no encontro de hoje da BM&FBovespa para comentar o resultado. Havia expectativa de que a BM&FBovespa anunciaria a nova proposta pela compra da Cetip. Contudo, a companhia falou que não iria fazer comentários sobre a Cetip. As ações da Cetip (CTIP3, R$ 38,00, -0,91%) também têm queda. 

A companhia divulgou o resultado ontem, encerrando o quarto trimestre de 2015 com um prejuízo líquido de R$ 407,5 milhões por conta de um ajuste contábil sem efeito caixa de quase R$ 2 bilhões. No período, a companhia fez um ajuste contábil de valor recuperável de ativos de R$ 1,7 bilhão (R$ 1,1 bilhão, líquido de imposto) referente a ágio fundamentado em expectativa de rentabilidade futura gerado na aquisição da Bovespa Holding em 2008. Em termos recorrentes, a companhia teve lucro de R$ 534,1 milhões nos últimos três meses do ano passado, contra R$ 373,2 milhões no mesmo período de 2014. No acumulado do ano, o resultado ajustado atingiu R$ 1,819 bilhão, uma alta de 23% sobre o ano anterior. 

No quarto trimestre, a receita líquida da BM&FBovespa teve alta de 1,8% sobre um ano antes, atingindo R$ 543,2 milhões, enquanto o resultado financeiro teve um salto de 436,2%, passando de R$ 54,1 milhões para R$ 289,8 milhões. No acumulado do ano, a receita atingiu R$ 2,216 bilhões, com ganhos de 9,2% em um ano, enquanto o resultado financeiro foi a R$ 508,8 milhões, uma alta de 144,4%. Conforme destaca o Credit Suisse, a companhia conseguiu atingir seu guidance mais uma vez; no entanto, há preocupação com as perspectivas para 2016 e há a expectativa de um volume de Bovespa mais fraco, reduzindo as expectativas para o Ebitda em 2016 em 5%. O preço-alvo foi reduzido de R$ 11,50 para R$ 10,50, mas mantiveram o rating neutro.

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Construtoras
Bradesco BBI revisou as recomendações para as construtoras. A corretora elevou a recomendação da Direcional (DIRR3, R$ 3,89, -0,26%) para outperform e PDG (PDGR3, R$ 5,20, +6,12%) para neutra; enquanto reduziu a recomendação para EzTec (EZTC3, R$ 12,90, -0,39%) para neutra e a Even (EVEN3, R$ 4,54, +0,44%) para underperform, refletindo os persistentes desafios. MRV (MRVE3, R$ 9,47, +0,42%) e Direcional (DIRR3, R$ 3,89, -0,26%) são as top picks do banco no setor de construção.

Frigoríficos
O HSBC iniciou a cobertura para as ações de frigoríficos, com a Minerva (BEEF3, R$ 11,42, +0,18%) tendo recomendação de manutenção, com preço-alvo de R$ 13,00. JBS (JBSS3, R$ 10,90, -0,46%) e BRF (BRFS3, R$ 52,61, -1,22%) foram iniciadas com recomendação de compra, com preços-alvo respectivos de R$ 15,50 e R$ 70,50. Já a Marfrig (MRFG3, R$ 5,91, -0,17%) foi iniciada com recomendação de reduzir.

Elétricas
O UBS revisou a recomendação para o setor elétrico, rebaixando a Eletropaulo (ELPL4, R$ 8,70, -2,03%) de neutra para venda e com um preço-alvo de R$ 8 por ação. Já a Tractebel (TBLE3, R$ 34,26, -1,10%) foi elevada para neutra e a Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 46,92, +0,36%) foi elevada para compra, com preços-alvo respectivos de R$ 37 e R$ 57 por ação. 

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Raia Drogasil (RADL3, R$ 44,24, -0,58%)
Maior alta do Ibovespa no ano, as ações da Raia Drogasil têm leve queda na sessão de hoje. A companhia informou que teve lucro líquido de 78,3 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 25,5 por cento sobre o mesmo período um ano antes. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado entre outubro e dezembro de 2015 foi de 188,1 milhões de reais, ante 159,7 milhões de reais no quarto trimestre de 2014. Segundo o BTG Pactual, o ano de 2015 da companhia foi para ser lembrado. Os resultados foram um pouco acima do esperado pelo Votorantim, reforçando a avaliação da corretora como um ativo premium – e a companhia está bem posicionada em um mercado eficiente. 

Cosan (CSAN3, R$ 24,19, +2,29%)
A Cosan vê suas ações subirem. A companhia informou lucro líquido de 674,2 milhões de reais no quarto trimestre, frente a prejuízo de 83,5 milhões de reais no mesmo período de 2014.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 1,85 bilhão de reais, aumento de 80 por cento na comparação anual. 

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Segundo o BTG, o resultado veio sem grandes surpresas, enquanto o resultado operacional de Comgás veio abaixo.

Em destaque, a Comgás (CGAS5, R$ 35,25, +8,56%) sobe forte após o anúncio de um dividendo alto de R$ 1,2 bilhão (24% yield por ação preferencial) o que significa um pagamento de R$744 milhões para a Cosan. “Dúvida que fica é quando à alocação de capital. Acreditamos que a melhor maneira de gerar valor para o minoritário de Cosan é pagando a dívida no nível das empresas, mas temos dúvidas se este será o caminho”, afirma o BTG Pactual. 

Petrobras (PETR3, R$ 6,50, -1,52PETR4, R$ 4,50, -1,96%)
As ações da Petrobras têm queda seguindo a baixa do petróleo. O brent registrava queda de 1,66%, a US$ 33,71 o barril.  

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No noticiário da companhia, o presidente da Bolíveia, Evo Morales, pode ajudar a estatal a retomar as obras da unidade de fertilizantes que a estatal estava construindo em Três Lagoas (MS), e que já consumiu uns R$ 3 bilhões, informa a coluna de Ancelmo Gois para O Globo.  

Para atrair um parceiro privado capaz de realizar os investimentos necessários à conclusão da fábrica, a Petrobras negocia a entrada na sociedade da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos. Assim, garante que não vai faltar gás.

Siderúrgicas
Destaque para uma notícia que gera cautela entre as siderúrgicas. A demanda de aço caiu 27% em janeiro na comparação anual, confirmando números fracos de Anfavea e Fenabrave (mas vale destacar que base foi forte em janeiro de 2015). O BTG destaca que segue cautela com o setor, com preferência relativa pela Gerdau (GGBR4). Como destaque de baixa, está a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,33, -2,92%), enquanto a Usiminas (USIM5, R$ 0,88, +1,15%) tem leve alta. Vale destacar que hoje o dia é de alta para o minério de ferro, com a commodity negociada em Qingdao em alta de 2,93%. Contudo, as ações da Vale (VALE3, R$ 11,49, -0,17%; VALE5, R$ 8,30, 0,60%) registram leve queda 

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Oi (OIBR4, R$ 1,82, -3,70%)
A Oi é destaque de baixa do Ibovespa, com queda de quase 4%. No noticiário da companhia, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) adiou nesta quinta-feira, devido a pedido de vista do conselheiro Igor de Freitas, o julgamento do acordo para a Oi trocar multas que totalizam cerca de 1,2 bilhão de reais por investimentos na melhoria dos serviços. Em janeiro, a Anatel publicou acórdão com os critérios a serem adotados para determinar os projetos estratégicos que podem ser usados na assinatura de Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC), como o da Oi, que permitem às operadoras trocar multas da agência por investimentos em projetos de interesse público no setor de telecomunicações.

Suzano (SUZB5, R$ 14,81, -0,60%)
A Suzano Papel e Celulose reverteu prejuízo e teve lucro líquido de R$ 341 milhões no quarto trimestre, com a alta do dólar impulsionando as exportações da empresa e o maior preço de papel no mercado doméstico. O desempenho reverteu resultado negativo de R$ 197 milhões no mesmo período do ano anterior, que havia sido impactado pela variação cambial. Contudo, veio abaixo do esperado pelo mercado, de lucro líquido de 520 milhões de reais, de acordo com pesquisa da Reuters. Conforme destaca o Haitong, os resultados não animaram e os menores volumes vendidos e maiores descontos refletem a mesma questão que afetou a Fibria: uma menor demanda da China. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.