2 boas notícias para Petrobras, ex-CEO da Braskem negocia delação e mais 10 notícias no radar

Confira os principais destaques corporativos desta quinta-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário é agitado nesta quinta-feira (6), com destaque para as informações da Reuters sobe a venda das unidades de fertilizantes da Vale e também da venda de ativos da CSN, além da votação do pré-sal na Câmara e possível delação premiada do CEO da Braskem. Além disso, a Usiminas informou que a Justiça de Minas Gerais anulou a eleição do seu conselho feita em maio. Confira os destaques desta sessão:

Petrobras (PETR3;PETR4)
Em destaque no noticiário da Petrobras, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de lei que retira a obrigatoriedade da participação da Petrobras na exploração do petróleo do pré-sal. Atualmente, a lei que institui o regime de partilha do pré-sal estabelece que a exploração deverá, necessariamente, contar com pelo menos 30% de participação da Petrobras. Com o argumento de que a empresa não tem mais condições de arcar com essa obrigatoriedade, o projeto põe fim e essa obrigação, tornando facultativa à empresa a decisão de participar dos consórcios de exploração desses campos.

Segundo o Itaú BBA, a decisão da Câmara é positiva para Petrobras e para o setor, “uma vez que permitirá novos investimentos”. A mudança dá a outras empresas (locais e estrangeiros) maior flexibilidade para participarem de futuros leilões do pré- sal como operadoras.

“Isso não significa que a Petrobras vai perder o seu papel no setor Óleo & Gás brasileiro, já que vai manter direito de preferência sobre esses blocos, mas não a obrigação de participar”, destacam os analistas.

Para eles, o impacto para Petrobras no curto-médio prazo é “limitado”. A regra afeta apenas as áreas do pré-sal que foram ou serão leiloadas nos termos do contrato de partilha de produção – áreas que vão exigir uma parte relativamente pequena capex nos próximos cinco anos.

Libra é o único campo do pré-sal no portfolio atual da Petrobras leiloado sob o novo modelo, pelo qual a empresa pagou R$ 6 bilhões por uma participação de 40%. “Embora a Petrobras possa agora vender toda a participação no bloco, não acreditamos que a empresa queira deixar de ser operadora do bloco, dadas as perspectivas promissoras. Notamos que a Petrobras poderia vender uma participação de 10% em Libra e ainda manter-se como operadora”, destaca o Itaú BBA. Vale destacar ainda que o presidente da estatal, Pedro Parente, participa de road show com investidores em Nova York. 

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A companhia informou ainda que está em negociação com a Karoon Gas Australia para venda de participação nos campos de Baúna e Tartaruga Verde.

A transação considera 100% do campo de Baúna, localizado no pós-sal da Bacia de Santos, e 50% no campo Tartaruga Verde, no pós-sal da Bacia de Campos. A Petrobras continuará como operadora do campo Tartaruga Verde. O projeto de venda dos campos faz parte do Plano de Desinvestimento 2015-2016 da Petrobras. 

Braskem (BRKM5)
O jornal Valor Econômico informa que, na tentativa de conseguir um acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato, Carlos Fadigas, que foi presidente da Braskem entre 2011 e 2016, tem ajudado os investigadores a descobrir quanto da suposta propina, estimada em R$ 128 milhões destinados pelo conglomerado ao ex-ministro Antonio Palocci entre 2008 e 2013, teria cabido à empresa. A Braskem é o braço petroquímico da Odebrecht.

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A Braskem, sociedade da Petrobras com a Odebrecht (que detém 38,3% do capital total da empresa), é mencionada no material apreendido pela PF pelas iniciais BK, e seria fonte de receita para pagamentos ilícitos.

O executivo pode ser peça-chave para esclarecer ao menos um de dois episódios considerados centrais pela Lava-Jato, sobre a suposta atuação de Palocci em favor da Braskem, em troca de vantagens indevidas.

Usiminas (USIM5)
A Justiça de Minas Gerais aceitou pleito da Nippon Steel e decidiu anular a reunião do conselho de administração da Usiminas que elegeu o executivo Sergio Leite como presidente da siderúrgica brasileira. A Nippon Steel, uma das controladoras da Usiminas, pedia na ação a anulação da reunião do conselho realizada em 25 de maio deste ano.

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Nesta reunião, o executivo Rômel de Souza, indicado pelo grupo japonês, foi substituído por Leite, que teve votos favoráveis do grupo rival Techint. Até a reunião de 25 de maio, Leite era vice-presidente comercial da Usiminas. A decisão da 11a Câmara Cível do Tribunal de Justiça de MG, “consequentemente, restabelece a diretoria que estava em exercício até tal data e os poderes a ela inerentes”, afirmou a Usiminas em comunicado ao mercado.

O grupo japonês defendia a volta de Souza para a presidência em meio a uma disputa com a Techint que se arrasta desde 2014 pelo controle das operações da maior produtora de aços planos do Brasil em capacidade instalada. A tendência é que Souza seja reempossado na presidência da Usiminas.

Itaú Unibanco (ITUB4)
O mercado segue na expectativa de que o Itaú feche até amanhã a compra do Citi. De acordo com informações do Valor,  as negociações entre Itaú Unibanco e Citi para a compra da unidade de varejo do banco americano no Brasil estão em estágio final.

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Azul, Biosev e Irani
De acordo com a Exame, as empresas Azul, Biosev (BSEV3) e Irani (RANI3) avaliam oferta de ações. 

Magnesita (MAGG3)
O grupo austríaco de materiais térmicos refratários RHI anunciou nesta quarta-feira acordo para combinar suas atividades com a Magnesita por meio da compra de uma participação de pelo menos 46% e não mais que 50 por cento mais uma ação da fabricante brasileira de produtos refratários.

A aquisição da fatia de 46 por cento será paga em dinheiro pelo valor de 118 milhões de euros. A transação prevê a emissão de 4,6 milhões de novas ações a serem emitidas pela companhia combinada, a RHI Magnesita.

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Além disso, uma oferta pública subsequente obrigatória será lançada com a emissão de no máximo 5,4 milhões de ações da RHI Magnesita, o que elevará o total de novas ações emitidas pela empresa para até 10 milhões. A oferta vai incluir uma alternativa apenas em dinheiro que prevê valor de 8,19 euros por ação da Magnesita.

A operação deve ser concluída em 2017 e a nova empresa será sediada na Holanda, com ações listadas em Londres. O acordo foi acertado pela RHI com os acionistas controladores da Magnesita, a GP Investments e a Rhône. As duas empresas continuarão completamente separadas e independentes até a conclusão do negócio.

Como resultado da transação, a GP, maior acionista da Magnesita com 37,7 por cento de participação, vai se tornar acionista relevante da nova empresa combinada e terá presença no conselho de administração, informou a RHI.

Embraer (EMBR3)
Segundo o jornal O Estado de S. Pauloo presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse ao presidente Michel Temer que a aviação militar argentina tem interesse em comprar 24 Super Tucanos fabricados pela Embraer. O negócio, estimado em US$ 400 milhões, precisa de linha de crédito, do BNDES preferencialmente. A força aérea argentina usa o Tucano A-27, antecessor do Super, para treinar pilotos. A expectativa é que o negócio seja concretizado.

O Estadão também informa que a empresa abrirá, a partir de hoje, inscrições para um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV). A nova etapa desse programa será voltada para alguns setores específicos da companhia, como engenheiros, técnicos de nível médio e secretários. No primeiro PDV, 1.463 empregados tiveram suas inscrições aceitas, de um total de 1.470 cadastrados. O funcionário terá direito à indenização de 40% do salário nominal proporcional ao tempo de empresa, seis meses adicionais de plano de saúde e odontológico, além de apoio em programas de palestras e workshops de qualificação profissional.

Ainda no noticiário da companhia, a Folha de S. Paulo informa que autoridades americanas apuram a venda de 2 jatos 190 da Embraer para a Linhas Aéreas de Moçambique em 2008 como parte das investigações sobre suspeitas de que Embraer teria subornado agentes públicos para obter contratos no exterior. A Embraer não quis dar mais detalhes à Folha sobre a venda dos aviões para Moçambique, dizendo que desde 2011 tem informado publicamente que vem conduzindo uma ampla investigação interna e cooperando com as autoridades competentes. A companhia está na fase final de negociação com autoridades dos EUA e Brasil sobre o valor da multa e qual percentual ficará com o governo dos EUA e quanto será do Brasil, ressalta o jornal.

 Por fim, uma boa notícia para a empresa: o JPMorgan iniciou a cobertura para as ações EMBR3 com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) e preço-alvo de US$ 24,00 por ADR. 

Vale (VALE3; VALE5)
O plano da mineradora Vale de se desfazer de suas unidades de fertilizantes continua encaminhado apesar de um pedido feito na última semana pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para analisar a transação com mais cuidado, afirmou a Reuters citando duas fontes com conhecimento direto do tema.

Os termos do acordo, que envolvem a venda de certos ativos para a norte-americana Mosaic, não devem ter alterações significativas, disse uma das pessoas, que pediu anonimato para poder falar abertamente sobre o tema. O BNDES adiou o voto sobre o acordo durante uma reunião de Conselho de Administração da Vale na última quinta-feira, disse a primeira pessoa familiarizada com o tema. 

Uma das fontes disse que a Mosaic poderia pagar cerca de US$ 3,6 bilhões por alguns dos ativos de fertilizantes da Vale. Outras operações dentro da unidade de fertilizantes da Vale estão sendo negociadas com a norueguesa Yara International, disse a primeira fonte, sem dar mais detalhes.

CSN (CSNA3)
A CSN está buscando uma avaliação de entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões para a sua empresa de mineração Congonhas Minérios na negociação em que busca vender uma participação minoritária no ativo, disse a Reuters citando uma fonte próxima do assunto.

Segundo a fonte, a China Brazil Xinnenghuan International Investment Co quer comprar 20% a 25% da Congonhas Minérios diretamente da CSN. As negociações estão progredindo lentamente e podem não resultar em um acordo, afirmou a fonte.

Pão de Açúcar (PCAR4)
O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar aprovou nesta quarta-feira 13ª emissão de debêntures simples da companhia no valor de entre R$ 750 milhões e R$ 1,013 bilhão, segundo comunicado enviado ao mercado.

A emissão se dará em regime de colocação privada à Ares Serviços Imobiliários e os recursos da oferta serão destinados exclusivamente à compra de produtos agropecuários e hortifrutigranjeiros. As debêntures serão compradas na sequência pela Ápice Securitizadora, que vai vincular os títulos à uma segunda série de primeira emissão de certificados de recebíveis de agronegócio (CRA).

Oi (OIBR4)
A Oi afirmou nesta quarta-feira que manteve negociações com o fundo de hedge norte-americano Elliott Management sobre um eventual investimento na companhia, mas as conversas não geraram uma proposta firme.

As afirmações da Oi nesta quarta-feira ocorreram em resposta a informações da imprensa de que a companhia estava negociando receber investimentos de até 10 bilhões de reais do fundo de hedge.

Já de acordo com o Valor, os detentores de títulos da Oi terão direito de voz e voto individual numa futura assembleia geral de credores da operadora, conforme consta de despacho do juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, datado de terça-feira. O Citicorp Trustee Company Limited – agente fiduciário que representa interesses de “bondholders” com mais de R$ 15 bilhões a receber – havia se manifestado contrário ao pleito. Alegou que esses direitos deveriam ser exercidos apenas pelo próprio Citicorp.

Cyrela (CYRE3)
A Cyrela informou que Thiago Muramatsu será novo diretor financeiro; Pedro Daltro dos Santos acumulará diretoria de RI com presidência. 

Banpará (BPAR3)
O Conselho de Administração do Banco do Estado do Pará aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio relativos ao terceiro trimestre no valor total de R$ 13.085.654,83, o que representa R$ 1,374305525 para cada ação. A companhia informou que o pagamento ocorrerá dia 21 de outubro de 2016. Terão direito ao JCP os detentores de ações do Banpará no dia 10 de outubro, com as ações passando a ser negociadas na forma “ex” em 11 de outubro.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.