15 ações para ganhar com inflação alta e crescimento econômico, segundo o Santander

Banco listou 15 ações que podem se destacar em um ambiente de juros mais altos e crescimento econômico

Felipe Moreira

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Com a probabilidade de recessão nos Estados Unidos diminuindo e o Brasil enfrentando incertezas fiscais, o Santander divulgou uma lista com 15 ações que podem se destacar em um ambiente de juros mais altos e crescimento econômico por aqui.

Após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA em setembro, o mercado de futuros agora prevê uma redução de 25 pontos base nas taxas de juros em novembro, abaixo dos 50 pontos base, e uma maior probabilidade de um cenário de “no landing” (economia não entrará em recessão).

O Santander comenta que a inflação não está mais diminuindo tão rapidamente nos EUA e, com isso, a possibilidade de um corte de taxa de 50 pontos base agora parece fora de questão. Segundo o banco, o foco voltou-se para saber se o Fed optará por uma redução de 25 pontos base ou manterá as taxas de juros na próxima reunião. O próximo relatório de emprego (payroll), previsto para 1º de novembro, pode ter influência sobre essa decisão.

Embora um payroll extraordinário possa alterar as expectativas e descartar cortes adicionais em novembro, a equipe macro do Santander permanece convencida de que o Fed acabará optando por cortar os juros em 25 pontos base tanto em novembro quanto em dezembro.

No Brasil, o fiscal segue como um fator de incerteza, em meio às recentes declarações do governo sobre ma expansão da faixa de isenção do imposto de renda para indivíduos que ganham até R$ 5 mil por mês.

A equipe macro do banco projeta que essa medida poderia resultar em uma redução da arrecadação de impostos em aproximadamente R$ 40 bilhões, equivalente a cerca de 0,4% do PIB, enfraquecendo ainda mais a confiança dos investidores no compromisso do governo em reduzir o desequilíbrio fiscal.

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Como consequência, os rendimentos de 2 anos do Brasil subiram cerca de 30 pontos base, com a curva agora precificando uma taxa Selic terminal de 13,25% para setembro de 2025, desfazendo efetivamente a maior parte dos cortes de taxas implementados desde junho de 2023.

Neste cenário, à medida que recalibra sua perspectiva para levar em conta o ambiente de crescimento mais robusto e as taxas de juros crescentes no Brasil, o Santander revisou sua alocação setorial e reequilibrou o seu portfólio recomendado de ações, contando com 15 nomes.

Confira abaixo as ações preferidas do Santander e as teses por trás:

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1. Totvs (TOTS3)

O Satander vislumbra um impulso favorável para a Totvs em 2024, uma vez que não vê nenhum sinal de desaceleração do crescimento na dimensão de software de gestão, bem como pelo crescimento acelerado na dimensão de desempenho empresarial (BP), impulsionado por uma contribuição crescente das vendas cruzadas.

O banco também salienta o aumento das margens de Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e lucro líquido, à medida que a alavancagem operacional continua beneficiando os negócios relacionados a software. Analistas também acreditam que a avaliação é razoável, pois múltiplos altos são justificados por alto crescimento. A recomendação é de compra e preço-alvo de R$ 42.

2. Sabesp (SBSP3)

Para o Santander, a Sabesp está negociando a uma avaliação atraente de 0,92 vez o Valor da Firma (EV) sobre base de ativos regulatórios (RAB). Além disso, a nova regulamentação aprovada a ser aplicada pela Arsesp dá mais previsibilidade às revisões tarifárias, beneficiando a avaliação da Sabesp.

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Na opinião do banco, a Sabesp ainda tem várias oportunidades para aumentar a eficiência, e o novo acionista de referência, Equatorial (EQTL3), possui a experiência para orientar a virada da empresa. Além disso, com a privatização e o aumento dos volumes negociados da empresa, mais investidores podem negociar as ações da Sabesp.

O Santander reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 106,2.

3. Itaú (ITUB4)

Com base nos dados do Banco Central, o Santander projeta que o Itaú reporte um crescimento mais pronunciado em sua carteira de empréstimos no terceiro trimestre, o que acredita que será bem recebido pelo mercado no 3º trimestre de 2024.

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Os analistas também esperam que o Itaú mantenha a qualidade de crédito de sua carteira sob controle, mantendo seus resultados em um nível elevado. Embora não seja uma pechincha aos múltiplos atuais, eles ainda enxergam potencial de alta dadas as perspectivas sólidas para o 3º trimestre de 2024 e os próximos trimestres.

O Itaú tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 44.

4. Bradesco (BBDC4)

O Santander vê o impulso dos lucros do banco como positivo, com a probabilidade de ganhos de lucratividade por meio de receitas de crédito e provisões mais baixas.

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Em termos de avaliação, o Bradesco está negociando a 0,9 vez Preço/Valor Patrimonial para 2025, o que analistas consideram atraente dado o potencial de crescimento no lucro e na lucratividade no 3º trimestre de 2024 e nos próximos períodos. Com base nisso, o banco mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19.

5. Petrobras (PETR4)

O Santander espera que o próximo Plano Estratégico da Petrobras (2025-29) forneça ao mercado notícias positivas sobre a estrutura de capital da estatal, o que era uma preocupação importante dada a significativa adição de FPSOs arrendados nos próximos trimestres.

Analistas acreditam que a petroleira poderia abordar as questões atuais da estrutura de capital rígida por meio de aumento de seu teto de dívida bruta de US$ 65 bilhões para US$ 70 a 75 bilhões e (ii) fornecendo mais clareza sobre sua posição mínima de caixa. Além disso, também esperam notícias positivas nas frentes de capex e produção de curto prazo, o que também poderia ser bem-vindo pelo mercado.

Como resultado, o banco projetam dividendos extraordinários para 2025, levando o total de dividend yield (dividendo sobre o valor da ação) até o final de 2025 a 23%. Segundo estimativas, a ação está negociando com um retorno de fluxo de caixa (FCFY) de 21% para 2025 e 3,4 vezes EV/Ebitda (24% de desconto em relação a 10 anos históricos), com melhoria no impulso operacional até o segundo semestre de 2024.

O Santander reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 54.

6. Eletrobras (ELET3)

Para o banco , a história de investimento da Eletrobras combina uma avaliação atraente (EV/EBITDA de 2024 de 6,2 vezes), revisão positiva de lucros derivada de condições climáticas adversas, forte potencial de novos investimentos em transmissão e exposição positiva ao aumento do custo marginal de expansão.

Além disso, o banco vê vários gatilhos potenciais positivos: (i) acordo do governo federal para encerrar a disputa no Supremo Tribunal Federal; (ii) cortes de custos; (iii) reversão adicional de provisões de empréstimos compulsórios; (iv) venda de ativos; (v) forte capacidade de reduzir o pagamento de impostos. Consequentemente, reiterou classificação de compra e preço-alvo de R$ 56,60.

7. Hapvida (HAPV3)

O Santander comenta que a Hapvida está próxima de um ponto de inflexão em termos de adição líquida de membros de saúde, que projeta em 15 mil no 3º trimestre de 2024, após vários trimestres de perdas líquidas de membros.

Além disso, a taxa de perda médica deve continuar melhorando ano a ano, levando a uma expansão adicional da margem Ebitda e melhor geração de caixa. A empresa está negociando a 11 vezes Preço/Lucro ajustado (ex-goodwill) em 2025, o que considera atraente considerando o poder de ganhos.

O banco mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 5,50.

8. Lojas Renner (LREN3)

O Santander reitera compra para Lojas Renner e preço-alvo de R$ 23, pois avalia que a empresa é uma das melhores varejistas do mercado de vestuário, e as comparações mais fáceis podem incentivar mais investidores a prestarem atenção à ação.

O banco espera que a Renner mostre uma recuperação substancial da lucratividade com base em ganhos de alavancagem operacional, à medida que captura benefícios do centro de distribuição de Cabreúva e a Consumer Finance deixa de prejudicar os resultados.

9. Porto Seguro (PSSA3)

Considerando um resultado financeiro mais elevado e resultados promissores para o segmento de Saúde, além de um trimestre sem efeitos das inundações no Rio Grande do Sul no 2º trimestre de 2024, os analistas acreditam que a Porto Seguro deve apresentar um crescimento substancial nos resultados, em comparação com o trimestre e o ano anterior.

Eles também avaliam que a empresa está bem posicionada para continuar se beneficiando principalmente dos segmentos de saúde e bancário em 2025, combinado com um crescimento significativo nos resultados financeiros. Dessa forma, o banco reteira recomendação de compra e preço-alvo de R$ 33.

10. Direcional (DIRR3)

O Santander mantém recomendação de compra para Direcional e preço-alvo de R$ 36,50, com base em sua: (i) avaliação atraente, com P/L de 6,5 vezes em 2025, apesar de uma forte taxa de crescimento composta anual do lucro por ação de 39% e um rendimento de dividendos estimado de 10,7% para 2025; (ii) espaço adicional para expansão do retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) para 31,6% em 2025 ante 24,0% no último 12 meses; (iii) balanço sólido para apoiar o crescimento de curto prazo; (iv) espaço para aceleração adicional no desempenho de vendas, dado um ambiente competitivo mais fraco e maior eficiência comercial.

11. Mercado Livre (MELI34)

A empresa continua dominando o comércio eletrônico na América Latina, impulsionada pela pandemia e agora o ecossistema da empresa continua a amadurecer. O Mercado Pago, unidade fintech da MELI, por exemplo, tem perspectivas robustas de longo prazo (principalmente no crédito ao consumidor), no ponto de vista do Santander.

“As capacidades logísticas da companhia, apoiadas pelo forte tráfego da web da marca em todos os mercados da América Latina, ofertas em expansão e níveis de serviço que melhoram rapidamente, a tornam preparada para permanecer líder de mercado por muitos anos”, explica Santander.

O banco mantém classificação equivalente à compra e preço-alvo de US$ 2.100,00 para a ação negociada nos EUA.

12. Smart Fit (SMFT3)

O Santander reitera compra e preço-alvo de R$ 32, tendo em vista a liderança da empresa no segmento de academias no Brasil, operando com um modelo de alto valor, baixo preço (HVLP) que oferece aos membros uma experiência positiva com taxas mensais baixas.

Na opinião de analistas, o maior desafio para a Smart Fit é recuperar as métricas operacionais pré-pandemia no Brasil. Isso porque, além do alto nível de rotatividade de membros usual, a empresa poderia enfrentar um crescimento econômico mais lento e uma competição mais acirrada do que no passado.

13. Vivara (VIVA3)

O Santander tem recomendação de compra para Vivara com preço-alvo de R$ 37, devido a expansão acelerada da Life, gerando um crescimento de 16% da receita entre 2024 e 27, levando à expansão da margem, dada a margem bruta mais alta da Life e a alavancagem operacional adicional.

O banco também destaca que o portfólio diversificado de produtos e marcas da Vivara torna as ofertas da empresa atraentes para várias faixas de renda e servem como um amortecedor para ambientes macro desafiadores.

14. WEG (WEGE3)

O banco acredita que a WEG tem um impulso de lucros superior e potenciais revisões positivas de lucros, com base nas expectativas de uma aceleração adicional na demanda de Transmissão & Distribuição (T&D) (e um mix mais lucrativo dentro da divisão), alguns preços de commodities subindo e a aceleração da integração do negócio de motores Regal na estrutura da WEG.

O banco tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 72.

15. Vale (VALE3)

Por fim, o banco reitera compra para Vale e preço-alvo de R$ 90,00, com base uma avaliação atraente de 4,5 vezes EV/ Ebitda e previsão do preço do minério de ferro de US$ 100 por tonelada (em termos reais) em perpetuidade.