11 de setembro de 2001: cinco anos depois, o que mudou em Wall Street?

Ameaça de novo atentado parece já estar apreçada no mercado, apontam analistas; práticas de governança avançaram

Felipe Abi-Acl de Miranda

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SÃO PAULO – Há exatos cinco anos, os EUA sofreram o maior ataque terrorista já realizado, sendo para muitos historiadores o marco oficial do início do século XXI.

Desde então, o temor de um novo atentado semelhante é latente. No mercado financeiro, as conseqüências também podem ser facilmente percebidas, sobretudo em Wall Street.

Risco-terror

Talvez o efeito mais notório seja uma espécie de risco-terror. Alguns analistas sugerem já estar apreçada nos mercados a ameaça de um evento similar à colisão dos aviões com as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001.

A magnitude deste prêmio, no entanto, parece ser amplificada devido à ausência de um atentado significativo nos EUA desde o desabamento do World Trade Center, dada a chance iminente de reprodução de eventual parecido.

Isso porque, quando do ocorrido, o vice-presidente norte-americano Dick Cheney alertou o mundo de que a possibilidade de um novo ataque era quase certa, não se tratando de “se irá acontecer, mas quando”.

Maior integração

Outro resultado da ofensiva da Al Qaeda é um maior reconhecimento de que os mercados financeiros estão realmente integrados em nível mundial. Ou seja, haveria agora uma maior compreensão de que acontecimentos na Europa, na China ou no Oriente Médio afetam diretamente os EUA.

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Em adição, a qualidade dos balanços corporativos é apontada atualmente como bastante superior à observada a cinco anos atrás. Analistas salientam que muitas empresas refinanciaram suas dívidas e aumentariam sua geração de caixa, o que lhes confere maior resiliência para enfrentar momentos de desaceleração da economia.

Por fim, as práticas de governança corporativa melhoraram de forma considerável, após os escândalos envolvendo Enron, WorldCom, Tyco e outras gigantes. A transparência é hoje muito maior.