10 ações que driblaram a derrocada do Ibovespa e subiram até 13%

Principalmente por conta da divulgação de resultados do segundo trimestre, diversos papéis subiram em um dia de forte queda da bolsa

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em uma sessão de forte aversão ao risco diante da combinação de tensão externa com piora do clima político doméstico, poucas ações tiveram um dia de ganhos. Dos 58 papéis que fazem parte do Ibovespa, apenas 11 registraram alta.

Porém, algumas empresas conseguiram “driblar” toda esta tensão e fecharam com ganhos. A maioria por conta da divulgação de seus resultados trimestrais, sendo que algumas seguiram um movimento já registrado dias atrás.

Confira 10 ações que driblaram a derrocada do Ibovespa e subiram até 9%:

PetroRio (PRIO3, R$ 44,99, +13,01%)
Uma das maiores altas do dia, a PetroRio reagiu bem ao resultado do segundo trimestre após conseguir reverter o prejuízo de R$ 51,022 milhões de um ano atrás para um lucro atual de R$ 47,107 milhões. A receita total, por sua vez, foi de R$ 155,5 milhões, alta de 50% na base de comparação anual.

O Ebitda subiu 1016%, para R$ 66,1 milhões, enquanto o dado ajustado foi de um resultado negativo para um valor positivo em R$ 23,75 milhões. A margem Ebitda foi de 42,5%.

Randon (RAPT4, R$ 5,80, +5,65%)
Mais uma que reagiu bem ao seu balanço, após reportar um lucro líquido de R$ 18,987 milhões no segundo trimestre deste ano, com avanço de 176,5% ante igual período de 2016. Com o resultado, a empresa obteve uma melhora de 1,6 ponto porcentual na margem líquida, para 2,6%. No primeiro semestre, a empresa obteve lucro líquido consolidado de R$ 20,6 milhões, contra prejuízo de R$ 2,7 milhões, no mesmo período de 2016.

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O Ebitda consolidado da Randon somou R$ 86,882 milhões no segundo trimestre, com expansão de 15,4% no comparativo anual. A margem Ebitda consolidada ficou em 11,9%, ante 10,8% de um ano antes. A receita líquida consolidada atingiu de abril a junho R$ 730,1 milhões, representando um aumento de 4,8% sobre o mesmo período do ano passado. A companhia atribuiu o resultado ao crescimento de produção de caminhões no País e ampliação do market share na venda de semirreboques. No comparativo semestral, a receita líquida registrou queda de 8,5%, para R$ 1,3 bilhão.

Fras-Le (FRAS3, R$ 4,84, +1,04%)
Após subir 3% na véspera, a Fras-le voltou a subir após reportar um lucro líquido de R$ 27,9 milhões no segundo trimestre, uma alta de 45,7% ante os R$ 19,1 milhões de um ano antes. Enquanto isso, a receita líquida consolidada caiu 0,9% no mesmo período, atingindo R$ 215,1 milhões. Apesar do resultado pior, a receita evoluiu ante o primeiro trimestre, o que se deve, em grande parte, pelo maior volume de vendas.

O Ebitda no segundo trimestre ficou em R$ 33,8 milhões, também sofrendo a influência do menor nível de receitas e lucro bruto, com uma queda de 24% ante os R$ 44,4 milhões reportados entre abril e junho de 2016. A margem Ebitda ficou em 15,7% no trimestre, que corresponde a uma queda de 4,8 pontos percentuais comparado ao mesmo período do ano passado.

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O custo dos produtos vendidos do primeiro semestre somou R$ 296,4 milhões, e representou 75,5% da receita líquida consolidada, resultando em uma pequena evolução de 2,6% em valor absoluto, e um acréscimo de 7,0 pontos percentuais em proporção à receita líquida consolidada. Já as despesas operacionais somaram R$ 32,3 milhões entre abril e junho, apresentando uma redução de 10,2% comparadas ao segundo trimestre de 2016, quando haviam ficado em R$ 36,0 milhões.

IMC (MEAL3, R$ 7,96, +3,65%)
A IMC, dona das redes Frango Assado e Viena, reportou receita líquida de R$ 376,9 milhões em seu balanço do 2° trimestre, queda de 2,8% na comparação com o mesmo período de 2016. Por sua vez, a empresa mostrou uma expansão de 80,5% no Ebitda do período, para R$ 37,2 milhões, levando a margem Ebitda de 5,3% para 9,9%, crescimento de 4,6 pontos percentuais.

Já o Ebitda ajustado cresceu 60,3%, para R$ 37,9 milhões, com a margem Ebitda ajustada indo de 6,1% para 10,1% no período. Já o lucro líquido saltou de R$ 191 mil para R$ 14,86 milhões no trimestre.

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Comgás (CGAS5, R$ 51,15, +3,21%)
A Comgás deu continuidade ao movimento positivo da véspera, puxado pelo bom resultado divulgado na noite de terça-feira. A companhia registrou um lucro líquido normalizado pela conta corrente regulatória de R$ 204 milhões no segundo trimestre deste ano, montante 66,5% maior que o reportado no mesmo intervalo de 2016.

O Ebitda normalizado pela conta corrente regulatória somou R$ 459,8 milhões entre abril e junho, alta de 37,5% na comparação anual. A companhia destacou que o número foi negativamente impactado por um ajuste não caixa na conta corrente regulatória no valor de R$ 60 milhões.

“Excluindo esse efeito, o Ebitda normalizado teve um incremento de 16,6%, refletindo o maior volume de vendas, melhor mix e positivamente afetado pela correção das nossas margens pela inflação em maio de 2016 e 2017 (9,81% e 2,55%, respectivamente)”, explicou a companhia. A margem Ebitda normalizado avançou 11,4 pontos porcentuais, para 33,8%.

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A receita líquida atingiu R$ 1,359 bilhão, retração de 9%, refletindo a redução das tarifas, definidas pelas portarias da agencia reguladora, a Arsesp. “Vale mencionar que estes movimentos ocorreram em virtude da dinâmica do custo do gás e do saldo da conta corrente regulatória, sem impactar as margens normalizadas da companhia”, destacou a companhia.

Linx (LINX3, R$ 17,69, +1,67%)
A Linx é outra que segue o bom desempenho dos últimos dias. A companhia tem sido elogiada por analistas, mas também é considerada cara, o que tem levado a um desempenho um pouco descolado do resto da bolsa.

Na última terça, a empresa reportou lucro líquido de R$ 21,4 milhões no segundo trimestre de 2017, valor 22,4% superior na comparação anual, enquanto a receita operacional líquida cresceu 10,7% no período, para R$ 135,4 milhões. O Ebitda teve alta de 3,2%, a R$ 32,97 milhões no trimestre, enquanto a margem Ebitda ficou em 24,3% ante 26,1% nas mesmas bases de comparação. As despesas operacionais tiveram alta de 20,5% no intervalo, para R$ 82,5 milhões. 

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De acordo com o BTG Pactual, o resultado foi em linha. “Apesar de não esperarmos qualquer melhora nos números no curto prazo, resultado deve melhorar mais para o fim do ano por conta de reabertura de lojas (com a economia melhor), planos de expansão dos grandes clientes, expansão de margens de companhias adquiridas, entre outros fatores”, apontam os analistas, que mantêm recomendação de compra para os ativos. 

Guararapes (GUAR3, R$ 112,99, +1,34%)
As ações ONs da Guararapes – que possuem mais liquidez na bolsa – registraram forte alta após balanço do 2° trimestre. Na máxima do dia, os papéis subiram 4,49%, a R$ 116,51. Os papéis PNs (GUAR4, R$ 110,57, +2,36%) da varejista subiam forte também. 

A ação foi incluída ontem na Carteira InfoMoney do mês de agosto. Clique aqui para conferir. 

A companhia, dona da Riachuelo, reportou lucro líquido de R$ 82,3 milhões no segundo trimestre de 2017, crescimento de 126,9% ante o apurado nos mesmos meses de 2016. No acumulado do primeiro semestre do ano, o lucro da Guararapes foi de R$ 192 milhões, montante equivalente a quatro vezes o lucro do mesmo semestre do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 213,6 milhões entre abril e junho, aumento de 84,8% na comparação com igual período de 2016. Em seis meses, o Ebitda atinge R$ 485,3 milhões, crescimento de 144%.

Suzano (SUZB5, R$ 15,69, +1,36%) e Fibria (FIBR3, R$ 35,33, +2,05%)

Como é normal em momentos como o atual, as companhias de papel e celulose acabam subindo favorecidas pela alta do dólar. Nesta sessão, a moeda norte-americana fechou com forte ganho de 0,74%, cotada a R$ 3,1756 na venda. Como as duas tem grandes operações no exterior, suas receitas acabam sendo favorecidas por uma melhora no câmbio.

OGX (OGSA3, R$ 1,74, +11,54%)
A companhia está tendo um agosto de altos e baixos. Logo no segundo dia do mês, a OGX disparou mais de 8% após informar o fim de seu processo de recuperação judicial. Por outro lado, os papéis passaram a oscilar bastante desde então. Nos últimos cinco pregões a queda foi de 45% e agora a empresa passa por uma correção na bolsa.

No último dia 2 de agosto, a empresa informou que a 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro decretou o encerramento do processo de recuperação judicial da companhia. A empresa entrou com o processo de recuperação no dia 30 de outubro de 2013, com dívidas superiores a R$ 13,8 bilhões. 

A empresa informou ainda que “há recursos pendentes de julgamento contra a decisão que homologou os planos de recuperação judicial”, mas que não têm impacto que evite o fim do processo de recuperação judicial.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.