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SÃO PAULO – Seguindo a tendência de entrada nos meios de pagamento por empresas de varejo, o Magazine Luiza lançará em outubro o Magalu Pagamentos. O produto será criado inicialmente como antecipação de recebíveis dos lojistas do marketplace, com cobrança pelo serviço.
Os recebíveis antecipados de compras feitas no crédito pelo marketplace do Magalu será creditado ao lojista via conta digital, já existente – uma frente que tende a ser cada vez mais explorada por varejistas, após a entrada de empresas como Via Varejo e Mercado Livre no setor. No futuro, essa conta digital deve se tornar mais completa, oferecendo, por exemplo, linhas de financiamento aos lojistas.
Para analistas do setor, a novidade aumenta a competitividade do Magazine, que entrou tardiamente no negócio de marketplace. Ela será especialmente importante no momento em que a Via Varejo anuncia seu mergulho de cabeça no universo omnichannel – frente onde o Magalu era referência praticamente isolada.
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“A solução representa os primeiros passos de uma plataforma completa de serviços financeiros direcionada aos sellers, alinhada à tendência global de full commerce e digitalização de serviços financeiros liderados por gigantes do varejo como Alibaba e Amazon”, escreveu o Brasil Plural em relatório publicado na manhã desta quinta-feira. O banco mantém recomendação de compra para o papel empresa, a qual considera possuir “as melhores operações da categoria entre os varejistas brasileiros”.
Ficou para trás?
O lançamento destaca uma tendência clara no setor de varejo: cada vez mais, estas empresas tendem a “invadir” um campo antes dominado por fintechs na popularização dos meios de pagamento digital. Para especialistas, notavelmente a penetração dos mais de 50 milhões de brasileiros desbancarizados neste mercado tende a ser um prato cheio para empresas como o Magalu e seus competidores, que já estão na rotina de camadas menos abastadas da população.
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Vale lembrar que, na maratona dos produtos financeiros dentro do universo varejista, a Magazine Luiza não detém o ouro. Na semana passada, a Via Varejo anunciou uma parceria com opção de compra com a AirFox, startup sediada em Boston, focada em serviços financeiros e de pagamento digitais.
Além de autenticação de faturas, pagamento de boletos e cobrança digitais, e a digitalização do crediário, o negócio prevê: pagamento de contas como as de telefone celular, eletricidade, água; recarga de celular pré-pago; transferências peer-to-peer via QR code; autenticação do usuário usando biometria facial e, por último, um cartão de débito pré-pago vinculado a um app para compras nas Casas Bahia e outros estabelecimentos. Na divulgação dessa parceria, os analistas do mesmo Brasil Plural destacaram: “pela primeira vez em muito tempo, a Via Varejo dá um passo à frente do Magazine Luiza”.
Antes mesmo da Via Varejo, a B2W apresentou ao mercado o Ame Digital, aplicativo que permite a abertura de uma conta digital e alguns serviços, como o pagamento de contas. Compras feitas com este app têm 10% de cashback (dinheiro de volta).
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A ação MGLU3 via alta de 2,46% na bolsa na manhã desta quinta após a notícia. No mês, o movimento ainda é de queda, em -6,38%, e a alta acumulada no ano fica em 52,43%. Na comparação, a concorrente direta Via Varejo está subindo 3,81% nesta manhã, mas acumula queda de 33,06% no ano.