Caixa anuncia financiamento imobiliário com juro a partir de 2,95% + IPCA

Nova modalidade deixa TR de lado e adota inflação como indexação

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou nesta terça-feira (20) uma modalidade de financiamento imobiliário atrelado à inflação, com juros entre 2,95% e 4,95% ao ano mais IPCA.

A expectativa para a inflação em 2019 está em 3,71% em 2019 – o que totaliza um juro entre 6,66% e 8,66% para este ano. Para o ano que vem, o IPCA já está previsto em 3,90%.

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A modalidade de crédito anterior continua existindo. Atualmente, os contratos de financiamento feitos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH, utilizado para imóveis de até R$ 1,5 milhão) têm correção pela TR (Taxa Referencial) – que está zerada.

As taxas cobradas pela Caixa hoje estão entre 8,5% e 9,75% ao ano + TR. “Mantemos todas as linhas com a taxa referencial de juros e estamos oferecendo uma linha nova”, disse Guimarães.

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De acordo com Guimarães, essa nova modalidade aumentará as possibilidades de securitização do crédito imobiliário. “No caso de um produto atrelado à taxa referencial de juros o mercado já falou ‘eu não vou comprar'”, disse o executivo.

Com a nova linha, ele espera uma queda de até 51% no valor da prestação de quem tomar o crédito imobiliário pela instituição.

“Grande parte do ganho de fazer um crédito é diluir o risco”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele também disse que a novidade aumentará as possibilidades dentro de hipoteca reversa e crédito na modalidade de Home Equity.

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Campos Neto defende que o IPCA flexibiliza o mercado, integra a classe de ativos ao mercado financeiro; barateia o preço e fomenta a competição; diversifica o risco e aumenta o volume de recursos para o crédito imobiliário; alonga o prazo e diminui a prestação.

Ele estima uma injeção de R$ 500 bilhões na economia, direta e indiretamente, com essa nova modalidade de financiamento.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney