O seguro de motocicletas é muito semelhante ao seguro de carros. Protege contra os mesmos riscos, como colisão, incêndio, furto, roubo e danos a terceiros, e pode contar também com assistências. “O seguro de moto é 100% baseado no seguro de carro, faz parte da mesma carteira”, explica Caio Souza, executivo responsável pela área de Produtos de Seguros para Pessoas Físicas da XP.
O que é seguro de moto
É um seguro para veículos como o de carros. A principal diferença é a precificação. Percentualmente, o prêmio do seguro de moto tende a ser mais alto, correspondendo a uma fatia maior do valor do veículo, ou seja, do capital segurado. O “prêmio” é o montante que o segurado paga à seguradora.
“O seguro de moto tem uma sinistralidade maior”, afirma Souza. “Sinistro”, no jargão do setor, é o evento que dá ensejo à indenização pela seguradora. Por exemplo, o acidente ou o roubo. Com motos, o risco de que algo assim ocorra é potencialmente maior.
Por ser um veículo menor, em tese mais frágil e de reparação mais difícil, a tendência de haver indenização integral em caso de colisão é maior, e a taxa de roubos de motos é mais elevada do que a de carros.
Souza ressalta, no entanto, que a cobertura para terceiros em seguros de motos geralmente é mais barata, pois o potencial de danos é menor.
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Como funciona o seguro de moto?
O funcionamento do seguro de motos é semelhante ao de automóveis. “O seguro de motocicletas cobre dano parcial ou integral à moto por colisão, incêndio, roubo e furto – denominado seguro total –, e pode contar com coberturas acessórias”, diz Marcelo Sebastião, presidente da Comissão de Seguro Auto da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
A contratação do seguro se dá das mesmas maneiras que no caso de carros, via corretores, revendedores, fabricantes, seguradoras e online. Em motos novas, valem as informações da nota fiscal. Para usadas, é necessária avaliação.
O seguro de motos tem também franquia, em caso de danos parciais. “É uma maneira de a seguradora controlar a sinistralidade”, observa Souza. Dependendo do valor do reparo, não vale a pena acionar o seguro.
Como funciona para motos financiadas?
Não há restrições para o seguro de motos financiadas. “Todo mundo que tem um financiamento deveria ter seguro”, observa Souza. De fato, imagine seu veículo ser destruído e você ter que continuar pagando as prestações.
Funciona como o seguro para carros financiados e sua maior importância, segundo Sebastião, é no caso de sinistros com dano integral. “É apurado o valor pendente na instituição financeira, efetuada a quitação, e a diferença que por ventura possa existir será paga ao proprietário da moto, tão logo seja liberada a alienação do bem junto aos órgãos competentes”, explica.
Ou seja, a seguradora quita o financiamento e devolve ao segurado a diferença relativa aos valores já pagos, se houver.
Como o seguro de moto é calculado?
O seguro da moto é calculado com base no valor do veículo – o prêmio geralmente equivale a uma porcentagem maior do que no seguro de carros –, marca, modelo, tipo, ano, utilização, área de circulação, e o perfil do segurado.
Se o modelo, por exemplo, costuma ser mais visado por ladrões, o seguro será mais caro. O custo de reparação também vai influir no cálculo. Além dos critérios relativos ao veículo e ao segurado, os prêmios variam de seguradora para seguradora.
Quais são as principais coberturas do seguro de moto?
As principais coberturas do seguro de moto são contra colisão, incêndio, roubo e furto, pacote conhecido também como “seguro total”. Há coberturas adicionais, sendo a de terceiros para danos materiais e corporais a mais comum. Mas há também para danos aos faróis, lanternas e retrovisores, acessórios, equipamentos de segurança e outras.
Há ainda assistências, como guincho, socorro mecânico, troca de pneus e chaveiros, meio de transporte alternativo para o segurado, hospedagem em caso de pane e remoção médica. As coberturas adicionais e assistências variam de acordo com a seguradora.
Os pacotes também. É possível, por exemplo, contratar só seguro para terceiros, ou só para incêndio e roubo, ou só para colisão e incêndio, ou ainda só para roubo e furto.
Há restrições para fazer seguro de moto?
De acordo com Sebastião, eventuais restrições dependem das seguradoras, mas a mais comum é para seguro de motos utilizadas para prestação de serviços, como motofretista, motoboy e entregadores de aplicativos. Caso haja tal restrição, a seguradora não cobre os riscos das motos usadas para esses fins.
“Em todos os seguros, e o seguro de moto não é exceção, há uma relação de risco/retorno que, se for muito danosa, a seguradora prefere não operar no mercado. Quando falamos de motofretistas, de motoboys, há um risco mais elevado, principalmente de colisão, e aí as companhias preferem não operar”, observa Souza. “O mercado é cíclico, pode num determinado momento não cobrir um risco, mas as companhias podem rever isso no futuro”, acrescenta.
Ele ressalta, porém, que há seguradoras que oferecem seguro contra roubo e furto para este segmento.