O Datafolha realiza suas pesquisas de intenção de voto no modelo face a face em pontos de fluxo. “Acreditamos que essa é a melhor forma de representar o universo de eleitores brasileiros”, afirma Luciana Chong, diretora do instituto.
Instituto: | Datafolha |
Metodologia: | Pesquisa presencial em pontos de fluxo populacional |
Principal(is) contratante(s): | o instituto só trabalha para veículos de comunicação |
Quantidade de entrevistas: | O instituto tem pesquisas nacionais que vão de 2.556 até 5.744 entrevistas. |
Estágios da pesquisa Datafolha
O plano amostral das pesquisas Datafolha é estratificado por região geográfica e definido em três etapas principais. Primeiro, ocorre um sorteio das cidades que farão parte do levantamento, por um método com probabilidade proporcional ao tamanho (PPT). Isso significa que cidades que concentram um número maior de eleitores têm mais chances de serem selecionadas do que municípios menores.
Depois, são sorteados os pontos onde ficarão os entrevistadores em cada localidade selecionada. Ao contrário do que se possa imaginar, pontos de fluxo não são necessariamente locais de grande circulação de pessoas, como estações de metrô, mas pontos localizados nos bairros. O instituto trabalha com um banco de 70 mil pontos em 4.800 cidades, que é usado no sorteio dos locais usados para o trabalho de campo de uma pesquisa.
A partir daí, são definidos os números de entrevistas e as proporções de perfis de entrevistados a serem abordados por cada pesquisador, a partir de grades disponibilizadas pelo TSE. Os números variam, de modo a, no final, ser possível capturar uma fotografia representativa da população estudada, respeitando a proporcionalidade de cada grupo considerado.
Os dados utilizados para definição e seleção da amostra são baseados nos dados fornecidos pelo TSE, IBGE (PNAD, Censo). As únicas cotas utilizadas pelo Datafolha para a realização das entrevistas são sexo e idade.
Definição da amostra
Em uma pesquisa nacional registrada em 2022 (BR-01192/2022), o instituto definiu a seguinte distribuição amostral esperada: 47% homens, 53% mulheres; 14% com idade entre 16 e 24 anos, 20% de 25 a 34 anos, 21% de 35 a 44 anos, 24% de 45 a 59 anos, e 21% com 60 anos ou mais.
Outras variáveis, como escolaridade, renda, religião e voto declarado em 2018, são usadas como resultado da própria pesquisa. “São perguntas que temos em todos os questionários e vamos controlando para avaliar se de fato aquela amostra está sendo representativa do universo ou não”, explica Chong.
O Datafolha produz seus próprios dados nestes casos, e alega, assim, evitar números defasados de outras bases. Os números de escolaridade do TSE, por exemplo, estão baseados nos cadastros e eventuais recadastramentos realizados em algumas partes do país. Já a variável de renda é instável e muito sensível à conjuntura econômica. Além disso, é sabido que muitos eleitores fazem afirmações imprecisas sobre seus rendimentos.
No último levantamento de abrangência nacional, o instituto trabalhou com uma proporção de 80% do eleitorado com até o nível médio completo ou incompleto (o que inclui os sem escolaridade e analfabetos), e 20% com nível superior. Quanto à renda, a distribuição foi de 51% de eleitores com rendimentos familiares de até 2 salários mínimos ao mês, 45% acima de 2 salários mínimos e 4% na categoria dos que não souberam ou se recusaram a responder.
O Datafolha prevê eventual ponderação a posteriori, para correção nos tamanhos dos estratos, considerando as variáveis região geográfica, sexo, faixa etária e escolaridade, de acordo com os percentuais detalhados nos registros das pesquisas, em caso de diferenças superiores à margem de erro máxima.
Margem de erro da pesquisa Datafolha
O instituto costuma trabalhar com uma margem de erro máxima de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, considerando os totais da amostra, e um nível de confiança de 95%, e baseado em uma amostra aleatória simples (AAS), em pesquisas com 2556 entrevistas. Os números, porém, podem mudar dependendo do tamanho da amostra.
Os entrevistadores envolvidos na realização das pesquisas são treinados pelo próprio instituto e recebem instruções específicas para cada projeto realizado. A coleta será feita com a utilização de tablet e questionário eletrônico. São checados, no mínimo, 30% dos questionários de cada pesquisador, seja in loco por supervisores de campo ou, posteriormente, por telefone.
“Se percebemos que tem algum material com problema ‒ que o pesquisador não agiu corretamente ou não aplicou as perguntas da maneira como havia sido ‒, refazemos o material. Chamamos outro pesquisador e o material não fica na amostra”, diz Chong.