Análise financeira: conheça os indicadores mais usados pelos analistas

Utilizando dados dos demonstrativos da empresa, indicadores financeiros mostram estrutura da companhia

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Analisar os demonstrativos financeiros de uma empresa é uma forma importante de medir seu desempenho. No entanto, a maior parte dos analistas não considera apenas os números que constam nos principais demonstrativos, como o balanço patrimonial, o demonstrativo de resultados e o demonstrativo de origem e aplicação de recursos.

É através da análise de indicadores financeiros, calculados a partir dos dados disponíveis nos demonstrativos, que os analistas obtém uma fotografia mais clara da situação e desempenho recente das empresas. Dentro da análise financeira, os indicadores de uma empresa podem ser agrupados em quatro categorias.

Indicadores de Rentabilidade
Permitem avaliar os lucros da empresa em relação a um dado nível de vendas, ativos, e capital investido. A análise vertical (exibição dos itens do demonstrativo como porcentagem de vendas) é particularmente útil na comparação do desempenho de uma empresa entre períodos diversos. Os indicadores mais utilizados são retorno sobre patrimônio liquido, retorno sobre ativos e retorno sobre vendas (ou margem líquida).

Continua depois da publicidade

Margem Operacional – determina a porcentagem de cada real de venda que restou após a dedução de todas as despesas, à exceção do imposto de renda. É definida como resultado operacional dividido pela receita líquida de vendas. Caso uma empresa tenha um resultado operacional de R$ 10 milhões e vendas de R$ 100 milhões, a margem operacional será 10%, ou seja, a empresa ganhou R$ 10,00 (antes de imposto) para cada R$ 100,00 vendidos.

Margem EBITDA – em geral, os analistas preferem essa medida ao invés da margem operacional, pois exclui despesas financeiras e depreciação. O EBITDA, expressão em inglês para lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização, é visto como uma aproximação do impacto das vendas no caixa da empresa, de forma que a margem EBITDA dá uma idéia de retorno em termos de dinheiro em caixa.

Margem Líquida – determina a porcentagem de cada real de venda que restou após a dedução de todas as despesas, inclusive o imposto de renda. É definida como lucro líquido dividido pela receita líquida de vendas. Funciona de forma semelhante à margem operacional, porém, neste caso, o lucro líquido é utilizado, já incluindo o que foi pago em impostos.

Continua depois da publicidade

Retorno sobre Patrimônio – mede o retorno para os acionistas do capital investido na empresa (calculado como lucro líquido/patrimônio líquido). Por exemplo, um lucro de R$ 20 milhões para uma empresa de R$ 100 milhões de patrimônio significa um retorno de 20% sobre o capital investido por acionistas. Esse retorno pode ser comparado com o de outras empresas (do mesmo setor), ou de outros investimentos (ex.: poupança, renda fixa etc.).

Indicadores de Estrutura de Capital
Permitem analisar a posição de endividamento (quanto de capital de terceiros está sendo usado para financiar a empresa), a capacidade da empresa em gerar caixa suficiente para pagar os juros e principal de suas dívidas (cobertura de juros), e/ou garantir o crescimento sustentado de suas atividades (taxa de retenção).

Endividamento Total/ Patrimônio – expressa a relação entre o que a empresa deve a terceiros e o que foi investido pelos acionistas. Um índice elevado pode dificultar o levantamento de novos financiamentos, ou pressionar a capacidade de geração de caixa da empresa (já que grande parte do lucro será usada para pagar juros e principal de dívidas assumidas).

Continua depois da publicidade

Cobertura de juros – mede a capacidade da empresa de pagar os juros contratuais da sua dívida sem comprometer a sua geração de caixa. Às vezes uma empresa possui um endividamento alto, mas a sua cobertura de juros é muito boa. Nesse caso, o alto endividamento pode ser resultado da estratégia da empresa em buscar formas mais baratas de financiamento. A fórmula mais comum é a divisão do lucro antes dos juros e impostos (EBIT) pelas despesas financeiras brutas.

Indicadores de Liquidez
Medem a capacidade da empresa satisfazer suas obrigações de curto prazo na data de vencimento, ou seja, refere-se à solvência da situação financeira global da empresa. Os principais indicadores de liquidez são capital circulante, índice de liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral.

Liquidez Corrente – indica o quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação ao quanto tem a pagar no mesmo período. É definido como ativo circulante dividido pelo passivo circulante. Em geral espera-se que esse indicador esteja acima de 1, pois caso contrário a empresa pode ter dificuldades para pagar suas obrigações de curto prazo.

Continua depois da publicidade

Indicadores de Atividade
São usados para medir a rapidez com que várias contas da empresa são convertidas em vendas ou caixa. Entre os indicadores mais utilizados estão: giro de caixa, giro de estoques, e período médio de cobrança.

Giro de Caixa – em geral, quando o índice de liquidez corrente de uma empresa é baixo, isso significa que o giro de caixa é alto, ou seja, o dinheiro que a empresa recebe pelas suas mercadorias vendidas é rapidamente usado para financiar suas atividades.

Assim como muitos dos índices aqui discutidos, recomendamos comparar o índice da empresa com o de outras empresas do setor em que atua. Os índices financeiros podem variar de setor para setor ou de acordo com as condições conjunturais (taxas de juro, crescimento da economia, etc.).

ACESSO GRATUITO

CARTEIRA DE BONDS