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Já faz tempo que a educação de qualidade é percebida como saída para quase todos os problemas da sociedade brasileira. Apesar de alguns avanços ao longo do caminho, a situação ainda está longe de ser a ideal.
Com a pandemia de COVID-19, milhares de crianças e adolescentes ficaram impossibilitadas de frequentar as escolas. Apesar dos esforços em fazer com que o ensino continuasse à distância, 39% dos estudantes sentem-se despreparados em relação ao aprendizado, segundo pesquisa do Itaú Social em parceria com o Datafolha, publicada em setembro de 2021.
“A educação não estava bem, mas estava crescendo e agora perdeu. Então, a gente precisa voltar para o patamar anterior. Esse voltar precisa de priorização da sociedade para pressionar o poder público a, de fato, transformar isso em prioridade. Se não fizer educação no Brasil, a gente não vai para lugar nenhum, zero, esqueça!”, comenta Angela Dannemann, CEO do Itaú Social em entrevista ao podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL com apoio de Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev, e divulgação do Infomoney.
Segundo o artigo 205 da Constituição Federal de 1988: “Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Ou seja, todos na sociedade podem, e devem, contribuir para melhorar a educação de todos os brasileiros e brasileiras. Uma das saídas é aliar a educação formal — que acontece nas escolas, com a educação não formal — presente em outros espaços como museus e organizações da sociedade civil.
“É incrível, porque em certo momento a gente dá aula para alguém e depois se torna colega de profissão dessa pessoa! Então, é uma troca, uma dinâmica muito interessante esse trabalho voluntário, de ser professor, de ser monitor e ser estudante no Portal. Tem essa dinâmica, tem essa troca que é sempre muito maravilhosa!”, destaca Mariana Gama de Amorim. Ela é professora e coordenadora voluntária do cursinho Pré-Acadêmico Portal UFPE, de Pernambuco, voltado para alunos egressos do ensino público que desejam entrar na Universidade.
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O trabalho voluntário, como o realizado por Mariana, é considerado por quatro em cada cinco brasileiros como muito importante, segundo pesquisa do Datafolha realizada em parceria com o Itaú Social e o Instituto Unibanco e 82% das pessoas consideram, especificamente, muito importante o trabalho voluntário na educação.
Contudo, apenas 15% dos entrevistados se dedicam a alguma atividade do tipo, efetivamente, enquanto 33% já prestaram esse tipo de serviço no passado e 52% nunca foram voluntários.
Para quem tem vontade, mas nunca se voluntariou, Angela pontua: “Começo por falar muito do nome voluntariado. Tem a ver com a origem latina da palavra volutas que é vontade, desejo. Às vezes a gente tem, como ser humano, dificuldade em transformar nosso desejo e vontade em ação. Acho que tem um pouco do ser humano que não consegue sair do lugar — você está incomodada com alguma coisa? Vai lá, pega e resolva! Dê um pequeno passo!”