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O volume de serviços no Brasil cresceu 1,4% em dezembro na comparação com novembro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira (10).
O dado foi acima do esperado. A projeção do consenso Refinitiv era de alta de 0,9% na base mensal e de 9,1% na comparação anual.
No ano, o setor de serviços cresceu 10,9%, após ter recuado 7,8% em 2020. Essa foi a maior taxa para um fechamento de ano desde o início da séria histórica em 2012.
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De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, entre 2012 para 2019 o setor de serviços acumulou uma variação positiva de 0,1% e, no biênio 2020-2021, uma alta de 2,2%. Ou seja, boa parte do crescimento acumulado dos últimos 10 anos (2,3%) se deve ao desempenho mais dinâmico de alguns segmentos de serviços em 2021.
“Nos primeiros meses de 2020, o setor de serviços foi duramente afetado em função da necessidade de isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos que prestavam serviços de caráter presencial. Por outro lado, a pandemia trouxe oportunidades de negócios para serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares, que tiveram ganhos mais expressivos e compensaram as perdas dos serviços de caráter presencial”, contextualiza.
Ainda para o fechamento do ano, Lobo destaca que houve alta em todas as atividades. “É a segunda vez na série que todas as atividades crescem simultaneamente. Dos dez anos da série, o setor fechou positivo em cinco (2012, 2013, 2014, 2019 e 2021), e, desses cinco, apenas em 2012 e 2021 houve crescimento em todas as atividades”.
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As atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). Com o aumento, as duas atividades superaram as quedas de 7,6% e 1,6%, respectivamente, registradas em 2020.
Os demais avanços vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); serviços prestados às famílias (18,2%); e outros serviços (5,0%). No caso de serviços profissionais, administrativos e complementares e serviços prestados às famílias, o crescimento de 2021 não foi suficiente para compensar as perdas de 2020 (respectivamente, -11,4% e -35,6%). Já a atividade de outros serviços vem registrando aumento desde 2018, tendo crescido 6,8% em 2020.
Comparações mensais
Já na passagem de novembro para dezembro, com o crescimento de 1,4%, o setor de serviços amplia para 6,6% o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), e alcança seu maior o patamar desde agosto de 2015. No entanto, ainda se encontra 5,6% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.
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Lobo destaca que “a partir de junho de 2020, quando se inicia a recuperação, foram 19 informações, sendo 15 taxas positivas e 4 negativas (em dezembro de 2020, março, setembro e outubro de 2021). Isso confirma um contexto de crescimento para o setor.”
Quatro das cinco atividades investigadas avançaram no mês de dezembro. O maior impacto veio do setor de transportes, que cresceu 1,8%, segundo resultado positivo seguido, acumulando ganho de 4,0%. O setor está 9,8% acima do patamar pré-pandemia, mas 5,2% abaixo do seu ponto mais alto da série, em fevereiro de 2014.
Segundo maior impacto em termos setoriais, os serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 2,6%. Essa também é segunda taxa positiva, acumulando ganho de 3,9%. A atividade situa-se 0,2% abaixo do patamar pré-pandemia e 20,7% abaixo do ponto mais alto da sua série, em julho de 2012.
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Outros serviços ficaram com o terceiro impacto. O crescimento de 1,4% em dezembro foi a segunda taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,6%. Com isso, situa-se 0,5% acima do patamar pré-pandemia e 10,5% abaixo do ponto mais alto da série, em agosto de 2011.
Os serviços prestados às famílias (0,9%) foram a quarta atividade, com a nona taxa positiva seguida e crescimento acumulado de 61,6%. Ela está 11,2% abaixo do patamar pré-pandemia e 21,8% abaixo do ponto mais alto de sua série, em outubro de 2013. “Essa foi a atividade que sentiu os maiores efeitos da pandemia, perdeu muita receita nos meses iniciais, mas e de lá pra cá vem reduzindo suas perdas”, relembra Lobo.
A única taxa negativa do mês ficou com os serviços de informação e comunicação (-0,2%), depois de ter crescido 4,7% em novembro. “A atividade tirou apenas uma pequena parcela do ganho auferido em novembro, de 4,7%. O saldo ainda é amplamente positivo para essa atividade”, ressalta Lobo. “A atividade está 12,8% acima do patamar pré-pandemia e teve seu ponto mais alto no mês de novembro de 2021.
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No acumulado do ano, a alta no volume de serviços no Brasil (10,9%) se deu nas 27 unidades da federação. O principal impacto positivo veio de São Paulo (11,5%), seguido por Minas Gerais (14,0%), Rio de Janeiro (7,3%), Rio Grande do Sul (12,1%) e Santa Catarina (14,7%).
Já de novembro para dezembro houve altas em 19 das 27 unidades da federação, acompanhando o avanço (1,4%) observado no Brasil. Entre os locais com taxas positivas, o impacto mais importante veio de São Paulo (1,5%), seguido por Distrito Federal (9,3%) e Minas Gerais (2,3%). Já o Rio de Janeiro (-1,5%) registrou a principal retração.
Atividades turísticas sobem 21,1% no ano
O agregado especial de atividades turísticas cresceu 21,1% em 2021, impulsionado, sobretudo, pelos ramos de transporte aéreo; hotéis; restaurantes; rodoviário coletivo de passageiros; e locação de automóveis.
Já em dezembro de 2021, o índice de atividades turísticas cresceu 3,5% frente ao mês anterior, sétima taxa positiva nos últimos oito meses, período em que acumulou ganho de 66,7%. Contudo, o segmento de turismo ainda se encontra 11,4% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.
“O índice de atividades turísticas tem um perfil muito semelhante ao perfil dos serviços prestados às famílias, pois muitas das atividades que compõem o indicador vêm desse segmento”, observa o pesquisador.
(com Agência de notícias do IBGE)
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