Vice-presidente do BCE prevê inflação da zona do euro na meta até o final de 2025

Mesmo reconhecendo que a inflação caminha para os 2% buscados, Luis de Guindos disse ainda é cedo para "reivindicar a vitória"; temores de que região está à beira da recessão permanecem

Reuters

O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos - 04/10/2023 (Foto: Yiannis Kourtoglou/Reuters)
O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos - 04/10/2023 (Foto: Yiannis Kourtoglou/Reuters)

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Madri (Reuters) – A inflação geral e o núcleo da inflação na zona do euro estão se aproximando da meta de 2% do Banco Central Europeu e os preços devem ficar estáveis até o final de 2025, embora os dados econômicos mostrem que os riscos estão inclinados para o lado negativo, disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, nesta sexta-feira (4).

“Não podemos reivindicar a vitória (sobre os preços)”, disse De Guindos em entrevista à estação de rádio espanhola Radio Intereconomia.

A inflação caiu para menos de 2% no mês passado e o bloco monetário de 20 países está à margem de uma recessão, de modo que os mercados já estão apostando que o BCE terá de acelerar os cortes nas taxas de juros, com sua próxima medida prevista para 17 de outubro.

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Mercado de trabalho

Também nesta sexta-feira, Mário Centeno, outra autoridade do BCE comentou em conferência que o mercado de trabalho da zona do euro está começando a esfriar, o que é preocupante, já que pode levar a investimentos e crescimento abaixo da média.

Mas ele também reforçou que a inflação na zona do euro está sob controle.

Os mercados estão apostando que o BCE terá de acelerar os cortes de juros em sua próxima reunião de 17 de outubro porque a inflação desacelerou para menos de 2% no mês passado, enquanto a região está à margem de uma recessão.

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Centeno disse na conferência em La Toja, na Espanha, que “a questão do crescimento na Europa é central… e agora estamos começando a ver as primeiras dúvidas no mercado de trabalho.”

Ele apontou que a criação de vagas de emprego nas empresas europeias está 20% menor do que há dois anos e o número de pessoas recém-contratadas está 10% abaixo da máxima observada no segundo trimestre de 2022, “que coincidentemente foi quando o BCE começou a aumentar os juros.”

“A dinâmica do mercado de trabalho está esfriando um pouco e esses são os primeiros números que devem nos preocupar”, disse ele.

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Isso já poderia sinalizar um nível mais baixo de investimento, enquanto a previsão atual do BCE aponta para o mesmo nível de 2023 nos próximos dois anos.

“Neste ponto do ciclo econômico, não é possível para uma economia do tamanho da zona do euro considerar seu futuro (de crescimento) sem investimento”, disse ele.

Centeno afirmou ainda que o BCE “tem que ser muito bom em comunicar” que as decisões tomadas hoje são para atingir uma inflação de 2% no médio prazo e que a trajetória de juros precisa ser previsível.