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As vendas do comércio varejista subiram 1,4% em maio de 2021 ante abril, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o resultado de maio é o segundo crescimento consecutivo do varejo, que se encontra 3,9% acima do patamar pré-pandemia. O setor acumula ganho de 6,8% no ano e de 5,4% nos últimos 12 meses.
Na comparação com maio do ano passado, o volume de vendas no varejo cresceu 16%.
Contudo, o número ficou abaixo do esperado. A expectativa, segundo projeções da Refinitiv, era de alta de 2,4% na comparação com abril e de 16,5% frente o mesmo período de 2020.
O aumento nas vendas foi acompanhado por sete das oito atividades investigadas pela pesquisa. Entre elas, a maior variação foi em tecidos, vestuário e calçados (16,8%), seguida por combustíveis e lubrificantes (6,9%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%). Livros, jornais, revistas e papelaria (1,4%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,3%), hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,0%) e móveis e eletrodomésticos (0,6%) foram as outras atividades que tiveram aumento das vendas em maio.
“Esses setores vêm de trajetórias diferentes. A atividade de tecidos, vestuário e calçados, que teve a maior variação, já havia crescido 6,2%, mas ainda está muito abaixo do que estava antes da pandemia. Além disso, esse setor sofreu outra queda em março deste ano. Então é uma recuperação, mas em cima de uma base de comparação muito baixa”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
A única atividade a ter queda no volume de vendas em maio foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,4%). “Tanto essa atividade quanto a de hiper e supermercados foram atingidas de forma diferente pelos efeitos da pandemia. Ambas foram consideradas atividades essenciais e não tiveram suas lojas físicas fechadas. Isso dá um caráter distinto em relação aos outros setores”, afirma.
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No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças (1,0%) e material de construção (5,0%), as vendas cresceram 3,8% na passagem de abril para maio. Também é o segundo mês consecutivo de alta. “Esse aumento foi puxado principalmente pelo setor de veículos, que tem uma base de comparação muito baixa e também não está nos patamares pré-pandemia, mas desde abril vem se recuperando. Material de construção também cresceu pelo segundo mês consecutivo”, diz o pesquisador.
De acordo com Cristiano Santos, o indicador acumulado nos últimos 12 meses aponta o crescimento no ritmo das vendas. “Em março de 2020, esse indicador estava em 2,2% e depois foi zerado pelos efeitos da pandemia. Após algum tempo, ele foi crescendo de forma lenta e, no início deste ano, caiu novamente por conta do agravamento da pandemia. De março a abril, houve aumento de três pontos percentuais. O final da trajetória até maio representou um momento de aceleração”, explica.
O resultado de abril, divulgado no mês passado como 1,8%, foi revisado para 4,9% neste mês. O ajuste decorre da aplicação do algoritmo de dessazonalização, que busca calibrar os efeitos sazonais no volume de compras no comércio, como festas de Natal e Páscoa, por exemplo. “Com a pandemia, há um novo cenário no comércio, com diferenças marcantes. O carnaval, por exemplo, não ocorreu neste ano. Com isso, há ajustes recorrentes que são feitos, baseados nas informações que chegaram por último, que foram inseridas naquele mês”, diz.
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Comparação anual
Quando comparadas a maio do ano passado, as vendas no varejo aumentaram 16,0%. Pelo terceiro mês consecutivo, houve aumento nesse indicador. O resultado positivo atingiu sete das oito atividades investigadas, com destaque para os setores de tecidos, vestuário e calçados (165,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (59,8%) e livros, jornais, revistas e papelaria (59,4%).
“Em relação a esse indicador, precisamos lembrar que a base de comparação era muito baixa. Era o recorde inferior da série histórica da pesquisa. Então podemos observar números bastante elevados, sobretudo no setor de tecidos, por causa da queda, especialmente, no período de março, abril e maio de 2020. Então ela reflete essa base muito baixa, assim como acontece com outros setores”, diz Cristiano.
O comércio varejista ampliado também registrou o terceiro aumento consecutivo na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em maio, o aumento foi de 26,2%, impactado, principalmente, pelas altas de veículos, motos, partes e peças (71,9%) e material de construção (25,7%).
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No varejo, o único setor que apresentou queda nas vendas em relação a maio do ano passado foi hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,1%). “À época, esse setor acabou absorvendo as demandas por alguns produtos que são usualmente consumidos em outros setores. Ele cresceu em alguns momentos, depois desacelerou, mas estava com uma base alta nos meses de março, abril e maio do ano passado. Então, isso explica a queda nesses últimos três meses”, explica o pesquisador.
(com Agência de Notícias do IBGE)
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