Vendas no varejo devem cair 0,7% no quarto trimestre, projeta índice Ibevar

Pesquisa aponta que as vendas de veículos devem crescer 1,38%, enquanto os produtos farmacêuticos devem avançar 1,1%; vendas nos supermercados ficarão estáveis e material de construção deve ter forte queda

Equipe InfoMoney

Movimento em shopping center (Foto: Pixabay)
Movimento em shopping center (Foto: Pixabay)

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As vendas no varejo brasileiro no conceito restrito – que exclui o comércio de  veículos e de material de construção – devem mostrar queda de 0,7% no período outubro-dezembro ante o trimestre anterior, segundo estimativa do índice Ibevar-FIA Business School. Na classificação ampliada do varejo, a projeção é de estagnação dos volumes comercializados.

A pesquisa projeta que as vendas de veículos devem crescer 1,38% no período, enquanto os produtos farmacêuticos devem avançar 1,1% e a vendas em supermercados ficarão estáveis (0%). No entanto, são esperadas quedas em móveis e eletrodomésticos (-0,67%), tecidos e vestuário (-1,9%) e material de construção (-5,58%).

O estudo destaca que esses resultados contrastam com as informações de crescimento do PIB, uma vez que a expansão da economia no ano vem sendo estimulada basicamente pelos programas de transferência e pelos aumentos do salário-mínimo acima da inflação.

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Entre as explicações do Ibevar-FIA para a projeção mais fraca estão as mudanças nos padrões de consumo, com a população destinando menos recursos para a aquisição de bens.

“Por exemplo, segundo o Banco Central, brasileiros gastam um valor surpreendente por mês com apostas online. O volume mensal de tais transferências (Pix) de pessoas físicas para empresas de apostas on-line variou entre R$ 18 e R$ 21 bilhões nesse ano”, destaca a pesquisa.

Outro ponto citado é a cautela dos consumidores: Apesar da melhora em alguns indicadores, os consumidores podem estar mais tímidos devido às incertezas econômicas ou políticas. A queda da inadimplência nos últimos trimestres pode ser uma evidência desse quadro. Ou seja, procura-se evitar ampliar o endividamento e, se possível, realizar algum tipo de reserva precaucional, diz o estudo.

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Para o presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, Claudio Felisoni de Angelo, essa questão do crédito evidentemente afeta o consumo, especialmente os bens duráveis. “Embora a taxa básica [Selic] tenha apresentado um significativo movimento descendente, exceto na última reunião do Copom, a verdade é que as taxas de juros na ponta caíram muito pouco”, comentou em nota.

Ele destacou que, em agosto de 2023, a taxa média de juros ao comércio era de 5,52% ao mês, mas que essa taxa caiu para apenas 5,14% mensais em agosto de 2024.