Vacina Sputnik V tem eficácia de 91,4% contra Covid-19, diz Rússia

Segundo o Instituto Gamaleya, o imunizante protegeu todos os participantes vacinados de casos graves da doença em testes clínicos

Mariana Fonseca

(REUTERS/Dado Ruvic)
(REUTERS/Dado Ruvic)

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SÃO PAULO – Cientistas do Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, de Moscou, anunciaram resultados de eficácia da Sputnik V. Essa é a vacina desenvolvida pelo governo russo contra a Covid-19.

Após a fase 3 de testes clínicos, a eficácia teria sido de 91,4% contra o novo coronavírus. Os dados ainda não foram publicados em uma revista científica – parte importantíssima do estudo clínico para que os resultados acerca da vacina possam ser conferidos por agentes independentes.

22.714 mil voluntários receberam as duas doses da vacina. O ponto de controle, que permitiu a divulgação dos resultados de eficácia, foi atingido com 78 pessoas infectadas. Dessas, 62 estavam no grupo que recebeu uma substância inativa (placebo).

Segundo o Instituto Gamaleya, o imunizante protegeu todos os participantes vacinados de casos graves da doença em testes clínicos. Todos os 20 casos graves ocorreram entre o grupo que recebeu o placebo. Nenhum voluntário vacinado teve um caso grave de Covid-19.

Vacinação na Rússia, incerteza sobre Sputnik V no Brasil

Em 24 de novembro, o governo russo havia anunciado que a Sputnik V teve 95% de eficácia após a segunda dose. Uma semana depois, o governo russo anunciou que iniciaria a vacinação da sua população com a Sputnik V.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, um lote da vacina Sputnik V foi entregue a ao hospital Domodedovo Central City Hospital, em Moscou, no final de novembro. Ainda de acordo com a Reuters, algumas pessoas já receberam a dose antes do dia 30 de novembro.

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Residentes russos interessados devem se registrar em uma plataforma do governo com antecedência. Outro pré-requisito é apresentar um teste de Covid-19 atestando que não houve contágio pelo novo coronavírus e documentos de identificação.

Enquanto isso, a testagem e produção brasileira da Sputnik V não avançou. Segundo informou o UOL no dia 7 de dezembro, uma parceria anunciada em agosto deste ano previa o envio de dados sobre a Sputnik V para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro e a realização de testes em outubro. Até agora, nada ocorreu, de acordo com o portal.

O acordo no estado foi firmado entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e o Fundo de Investimento Direto da Rússia. Ao UOL, o Tecpar afirmou que o fundo alterou o projeto negociado com o Brasil. Já o Fundo de Investimento Direto da Rússia declarou aguardar uma definição da Rússia para que a parceria avance.

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Não há nenhum contrato firmado entre o governo federal e o Instituto Gamaleya. Mas os governos do Paraná e da Bahia selaram acordos com a Rússia para futuros ensaios clínicos no país e para aquisição de doses.

Em outubro, o fundo russo que financia o desenvolvimento da vacina anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro. Entretanto, até o momento, a Anvisa não recebeu um pedido formal do Instituto Gamaleya para teste ou registro da Sputnik V no Brasil.

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Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.