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SÃO PAULO – São mais de 100 estudos clínicos sendo desenvolvidos atualmente em todo mundo com um único objetivo: criar uma vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). No Brasil, duas potenciais vacinas estão em fases avançadas, aplicando seus imunológicos em humanos.
Uma delas é desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, que pretende realizar testes em 5 mil voluntários no Brasil. Caso os estudos sejam finalizados com sucesso, a distribuição dessa vacina pode iniciar em dezembro deste ano, segundo Danilo Guimarães, membro do departamento de Life Sciences and Healthcare da Embaixada Britânica no Brasil.
“A proposta de iniciar a distribuição em dezembro é factível com os estudos da fase 3 dando certo e se finalizando até o meio de outubro”, disse Guimarães em uma live promovida pela XP Investimentos, que contou também com a presença Arly Santos, head do departamento de Life Sciences and Healthcare LATAM da Embaixada Britânica no Brasil, Pedro Mattos, analista de alocação da XP Investimentos, e a economista da XP Investimentos, Rachel de Sá.
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Porém, com a finalização dos estudos e a eficácia comprovada, a vacina ainda precisa ser registrada no país de origem e homologada em outros países – antes de se iniciar uma campanha massiva de distribuição.
No caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por essa aprovação. Mas, de acordo com os membros da Embaixada, a conversa entre a agência brasileira e a entidade regulatória inglesa segue avançada, sinalizando que o processo de registro da vacina no país não será demorado e que o Brasil pode contar com uma vacina contra a Covid-19 ainda em 2020.
Desafios
Durante a conversa, fatores que podem retardar o processo de produção e distribuição da vacina para garantir que ela chegue a todos foram apontados, entre eles a escassez de suprimentos de materiais de saúde e a dificuldade de organização logística.
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A AstraZeneca e outras entidades já constataram que não existe uma quantidade de frascos suficientes para atender a demanda de doses que a vacina da Covid-19 vai criar no mercado. O problema na cadeia de fornecedores desse produto fica ainda maior, pois poucas empresas atuam na produção dessa embalagem para a vacina.
Uma solução estudada pelas produtoras britânicas é armazenar de cinco a dez doses da vacina em um mesmo fraco para superar a falta.
Arly Santos também falou sobre a transferência de tecnologia de desenvolvimento da vacina para a Fiocruz. De acordo com Arly, o Brasil é um parceiro estratégico e referência no mundo em fornecimento de vacinas.
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“O Brasil tem uma posição favorável porque tem uma capacidade instalada e profissionais da indústria capacitados. Esse é um momento único de participar desse processo de luta contra à Covid-19 e também de oportunidade para que o país possa se inserir no cenário de grandes produtores de medicamentos e produtos biológicos”.
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