Última etapa do processo de desinflação é mais instável, diz integrante do BCE

Isabel Schnabel destacou que a queda da inflação foi motivada pela reversão dos choques anteriores do lado da oferta

Estadão Conteúdo

Sede do BCE em Frankfurt, Alemanha
14/09/2023 (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)
Sede do BCE em Frankfurt, Alemanha 14/09/2023 (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)

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A integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Isabel Schnabel disse hoje que a “última etapa” do processo de desinflação da zona do euro está se provando instável. Schnabel já vinha afirmando que a chamada “última milha” provavelmente seria mais difícil do que as fases anteriores. Em apresentação durante evento do Prêmio de Economia Global 2024, realizado neste domingo, Schnabel reforçou que o cenário é de queda acelerada da inflação de bens, enquanto a inflação de serviços se mostra resistente.

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Ela destacou que a queda da inflação foi motivada pela reversão dos choques anteriores do lado da oferta. Citou ainda a adoção pelo BCE de medidas para fazer frente ao aumento “sem precedentes” da inflação.

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Além disso, a dirigente indicou que o acúmulo de mão de obra pesa sobre a produtividade do trabalho e enfraquece a transmissão da política monetária. Schnabel sugeriu que existem as primeiras indicações de abrandamento do crescimento salarial, apoiadas pela queda das expectativas de inflação, e que as empresas estão começando a absorver custos salariais mais elevados nas margens de lucro.

Ela também destacou que há uma “desaceleração notável” nos empréstimos bancários em virtude do aumento acentuado das taxas de empréstimo, ao mesmo tempo em que os juros mais altos incentivaram o aumento da poupança, implicando em menor consumo. A dirigente citou, por fim, riscos geopolíticos e alterações climáticas como potenciais novos choques do lado da oferta.