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SÃO PAULO – A segunda fase do Open Banking no Brasil ganhou uma nova data de início: 13 de agosto. O Banco Central adiou em cerca de um mês essa etapa de implementação a fim de dar mais tempo para as instituições participantes terminarem de se preparar para iniciar as operações de forma mais segura.
Nesta semana, o InfoMoney promoveu uma série de lives sobre o tema, como parte da reportagem especial “Big Bank, nasce um novo universo financeiro”, publicada no último sábado (10).
A Semana Open Banking trouxe vários convidados que abordaram diversos aspectos sobre o novo conceito. Separamos um resumo do conteúdo para você ficar por dentro.
Confira abaixo tudo o que você precisa saber sobre Open Banking e como ele vai mudar a sua vida.
1. Controle de dados na mão do cliente
Algumas pesquisas já mostram que a maioria dos brasileiros não sabe o que é o Open Banking e alguns até confundem com o open bar, com comidas e bebidas liberadas. Para desmistificar isso, Rogério Melfi, líder do grupo de trabalho de Open Banking na ABFintechs, explica que a principal ideia é que o cliente final vai ter mais controle de seus próprios dados, tendo a liberdade de enviar de uma instituição para outra a fim de obter benefícios para sua vida financeira.
“O Open Banking pode ser resumido como o direito que o usuário vai ter de compartilhar os dados financeiros de uma instituição com a outra. E pode ser de um banco para uma fintech e vice-e-versa. […] Por exemplo, o usuário tem um histórico em uma instituição e poderá compartilhar seu extrato com uma outra instituição, que com esses dados em mãos poderá oferecer produtos e serviços melhores. […] Sempre de uma maneira tecnológica, pelo internet banking ou pelo aplicativo do banco”, diz Melfi.
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Ricardo Pandur, gerente sênior de estratégias e negócios da Accenture, complementa explicando que o Open Banking no Brasil está sendo implementado de forma segmentada. Para 2021, estão previstas quatro fases iniciais. A cada fase um novo escopo de dados são liberados para o compartilhamento, e novos produtos e serviços podem ser criados a partir do garimpo desses dados compartilhados pelo cliente – sempre com o seu consentimento expresso.
“A primeira fase, que começou em fevereiro, ainda não trazia os dados do cliente, foi uma abertura inicial das informações públicas das instituições financeiras participantes. Agora, já na fase 2 ela começa a liberação dos dados e compartilhamento de dados cadastrais e transacionais. É o primeiro momento no qual de fato o usuário final terá a possibilidade de compartilhar seus dados”, explica.
Melfi, Pandur e Leonardo Medeiros, head de Open Banking da XP, explicam como o Open Banking pode mudar sua vida e aumentar a concorrência no setor financeiro.
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Veja a live completa: Beabá do Open Banking
2. Brasil vai trazer o mais amplo Open Banking do mundo
Embora o Open Banking seja uma novidade para o brasileiro, já há iniciativas similares em outros países. O Reino Unido, por exemplo, é referência quando o assunto é Open Banking, alguns países da Europa, Austrália e Estados Unidos também já deram passos nesse sentido.
Porém, a principal diferença do modelo do Brasil para o resto do mundo é o tamanho da transformação: aqui o BC e as instituições financeiras estão promovendo o que deve ser o Open Banking com o maior escopo de compartilhamento do mundo, incluindo serviços de investimentos, câmbio, seguros – ampliando o conceito para o Open Finance (inclsuive, o Roberto Campos Neto, presidente do BC, comentou sobre isso no especial Big Bank).
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Por isso, João, diretor da Roland Berger, Leandro Vilain, diretor da Febraban, e Thiago Álvarez, fundador e CEO do Guiabolso, discutem esse e outros desafios da implementação no Brasil.
Veja a live completa: Open Banking pelo mundo
3. Banco Central, LGPD e Sigilo Bancário protegem os seus dados
Um receio dos brasileiros em relação ao Open Banking é a segurança: afinal, o Open Banking é seguro? Um dos pilares do Open Banking no Brasil é garantir a segurança no compartilhamento de dados. A promessa é que tudo seja feito de forma online, rápida e segura.
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“Vale destacar as APIs: nesse sentido, um paralelo bom é pensar que é um tubo de água: se existe remendo ou falha, há vazamento. Então, a ideia do BC é construir uma API única, um tubo único de compartilhamento de dados justamente para garantir a uniformidade e segurança no envio de informações de uma instituição para outra. Ainda, os bancos e fintechs participantes também são responsáveis pela segurança do compartilhamento”, diz Letícia Becker, especialista em proteção de dados da Quanto.
Além disso, há políticas e leis que as instituições financeiras precisam seguir confirme o BC definiu: como a Política de Segurança Cibernética, que visa reduzir incidentes de segurança digital; a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que corrobora com a liberdade do consumidor na hora de escolher com quem compartilha seus dados, e a Lei do Sigilo Bancário, que que proíbe o compartilhamento de dados para instituições não participantes do Open Banking, bem como proíbe a venda de informações de consumidores para terceiros.
Além da Letícia, Marine Flores, do Mercado Pago, e Luana Soratto, da ABFintechs, também participaram da live e responderam perguntas dos leitores.
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Veja a live completa: Tudo o que você precisa saber sobre Open Banking
4. A evolução para o “Open Tudo”
Se o Brasil vai trazer o Open Banking mais amplo visto até agora, qual será o caminho que poderemos seguir a partir disso? Ricardo Amorim, economista e CEO da Ricam Consultoria, afirma que um cenário possível de se imaginar é um Brasil “Open Tudo”. Ou seja, a possibilidade de compartilhar dados não só financeiros mas também de outros tipos, como dados de saúde.
“O conceito básico por trás do Open Banking é de que o cliente é dono do seu dado, portanto, o cliente tem acesso a ele quando precisar e divide com quem quiser. E isso pode valer para mais do que os dados financeiros. No setor de saúde, já há algumas regulamentações exigindo que os players de serviços de saúde dividam esses dados dos clientes (sempre com autorização)”, diz Amorim.
“Isso é importante porque, por exemplo, eu vou ao médico e faço vários exames. Tempos depois vou em outro especialista, que complementa o serviço desse médico. Ele me pede outros exames e também exames que já fiz. Eu falo ‘já fiz esse exame’. E ele pede tudo de novo porque não tem acesso a essa informação. E esse fazer de novo é custo, alguém está pagando. Quem paga? O plano de saúde, e quem paga o plano de saúde? O cliente. Se o plano de saúde vai gastar mais, eu cliente pago mais, que é o que acontece”, complementa.
Assim, segundo ele, ao compartilhar dados potencialmente haverá redução de custos e melhora no atendimento, já que qualquer médico teria acesso completo ao seu histórico de saúde antes de uma cirurgia, por exemplo.
Veja a live completa aqui: A visão de Ricardo Amorim