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MOSCOU (Reuters) – O Kremlin afastou outra ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas ao grupo de países do Brics se este criar sua própria moeda, afirmando que esse plano nunca existiu.
Na quinta-feira, Trump advertiu os países membros do Brics para que não substituam o dólar norte-americano como moeda de reserva, repetindo uma ameaça de 100% de tarifas que ele havia feito semanas depois de vencer as eleições presidenciais de novembro.
“Exigiremos um compromisso desses países aparentemente hostis de que eles não criarão uma nova moeda do Brics, nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, ou enfrentarão tarifas de 100%”, disse Trump no Truth Social em uma declaração quase idêntica à que ele postou em 30 de novembro.
Mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o Brics, do qual a Rússia é membro, não está falando sobre a criação de sua própria moeda, mas apenas sobre a criação de plataformas de investimento conjunto.
“Esta não é a primeira vez que Trump faz tais declarações, não é novidade. Já houve declarações como essa antes, quando ele era apenas presidente eleito”, declarou Peskov aos repórteres.
“A questão é que o Brics não está falando sobre a criação de uma moeda comum, nem nunca o fez. O Brics está falando sobre a criação de novas plataformas de investimento conjunto que permitiriam investimentos conjuntos em terceiros países, investimentos mútuos e assim por diante”, disse Peskov.
“É bem provável que os especialistas dos EUA precisem explicar a agenda do Brics com mais detalhes ao sr. Trump”, acrescentou.
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Em dezembro, o Kremlin disse que qualquer tentativa dos EUA de obrigar os países a usar o dólar seria um tiro pela culatra depois que Trump fez a mesma ameaça contra o Brics.
O Brics inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de alguns outros países que se juntaram nos últimos anos.
O grupo não tem uma moeda comum, mas discussões de longa data sobre a realização de mais negócios em moedas nacionais ganharam impulso depois que o Ocidente impôs sanções à Rússia por causa da guerra na Ucrânia.