Trump oficializa tarifa de 25% sobre aço e alumínio, que afeta o Brasil

A decisão afeta diretamente o Brasil, que é um dos principais fornecedores desses produtos para os EUA

Paulo Barros Gabriel Garcia

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10) a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A decisão afeta diretamente o Brasil, que é um dos principais fornecedores desses produtos para os EUA.

Segundo o Financial Times, membros da equipe de Trump disseram que as tarifas se aplicariam a todas as importações dos EUA e que nenhuma exclusão seria concedida para produtos específicos. As tarifas começariam em 12 de março, de acordo com documentos divulgados pela Casa Branca na noite de segunda.

Autoridades americanas disseram que as tarifas eram uma resposta a “players estrangeiros” que estavam “aumentando as exportações” dos metais para o país e “minando os produtores de aço e alumínio dos EUA”.

Trump autorizou as novas tarifas sob a Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, que confere ao presidente autoridade para impor restrições comerciais por motivos de segurança nacional. É o mesmo poder que Trump usou para aplicar tarifas sobre aço e alumínio em 2018, durante seu primeiro mandato.

A decisão segue um movimento mais amplo de endurecimento da política comercial norte-americana. Na semana passada, Trump já havia imposto uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas e ameaçado Canadá e México com tarifas semelhantes.

O governo brasileiro ainda avalia quais medidas pode adotar em resposta. Nesta manhã, surgiram especulações de que o país poderia taxar empresas de tecnologia norte-americanas, como Google, Amazon e Meta, como retaliação. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou a possibilidade nesta manhã.

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“Não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”, escreveu Haddad no X (antigo Twitter). O ministro destacou que o governo só se manifestará com base em decisões concretas e não em anúncios que “podem ser mal interpretados ou revistos”.

Os EUA são o destino de 48% das exportações de aço do Brasil e 16% das de alumínio, totalizando US$ 5,7 bilhões em vendas para o mercado americano em 2024.

Antes da oficialização das tarifas, a Gerdau (GGBR4) operava em alta devido à sua forte presença nos EUA. Segundo o Bradesco BBI, a companhia pode se beneficiar da decisão, pois sua produção nos EUA reduz a exposição ao impacto tarifário. Já CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e CBA (CBAV3) enfrentavam volatilidade.

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas