Teich, sobre coronavírus: Navegamos em situação de incapacidade de enxergar o que vai acontecer

Ex-ministro da Saúde minimizou a ida de vários militares para a pasta, ressaltando que é natural que Pazuello leve sua equipe.

Estadão Conteúdo

(Foto: Alan Santos/PR)
(Foto: Alan Santos/PR)

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O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou na noite de domingo, 24, em entrevista à Globonews, que neste momento não se sabe o que vai acontecer com o coronavírus no Brasil, como a doença vai evoluir e quanto tempo vai durar. “Navegamos hoje em situação de absoluta incapacidade de enxergar o que vai acontecer pela frente.”

Sobre o general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde após sua saída, Teich disse que o próprio militar afirmou que não tem intenção de permanecer no cargo. “A proposta dele, não sei como ficou, era que, depois que a pandemia passasse e a coisa se estabilizasse, eles voltariam e seriam substituídos”, disse. “Não podemos ter um pré-julgamento porque ele é militar. Tenho que julgar se ele é competente ou não e para o que ele veio ele é competente.”

O ex-ministro disse que Pazuello tem experiência com as Olimpíadas e com a Venezuela e por isso tinha condições de entrar no ministério em sua gestão, nomeado como secretário executivo. “Achava que ele tinha experiência em conduzir situações difíceis. Se eu não tivesse visto nele pessoa certa naquela posição, uma dos dois não ficaria, ou ele ou eu.”

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Teich minimizou a ida de vários militares para o ministério, ressaltando que é natural que Pazuello leve sua equipe.

Em diversos pontos da entrevista, que durou mais de 90 minutos, Teich afirmou querer evitar a polarização. Ele mencionou, por exemplo, a discussão do isolamento social e a economia. “Se tratou economia como se fosse dinheiro e não vida, eu trato a economia como gente, não como dinheiro.”

Teich disse que Bolsonaro está preocupado “com as pessoas”, mas talvez sua forma de comunicar isso, defendendo o fim do isolamento, não foi a boa. “Não vou julgar o presidente. Quem vai julgar o presidente é o futuro”, disse ao falar de Bolsonaro. “O que não faltou no meu período foi compaixão.”

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Por pouco se saber sobre a doença e os próximos passos, a tomada de decisão é frágil, porque você tem que trabalhar com dados ainda incertos. “Se os indicadores mostrarem que não foi a melhor decisão, volto a trás. Foi a melhor decisão naquele momento.”