Taxa média de desemprego no Brasil sobe para 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro, diz IBGE

Número de desocupados cresceu 5,5% e chegou a 9,2 milhões de pessoas, o que representa um acréscimo de 483 mil pessoas

Roberto de Lira

Fila em busca de emprego no Rio de Janeiro (Mario Tama/Getty Images)
Fila em busca de emprego no Rio de Janeiro (Mario Tama/Getty Images)

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A taxa média de desemprego no Brasil chegou a 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro, uma alta de 0,5 ponto porcentual em comparação com o trimestre anterior entre setembro e outubro), conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE. Entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, a taxa média estava em 11,2%.

O indicador ficou um pouco abaixo do consenso Refinitiv, que previa taxa de 8,7% no mês.

Segundo o IBGE, esse é o menor resultado para o período desde 2015, quando o indicador ficou em 7,5%.

O número de desocupados cresceu 5,5% e chegou a 9,2 milhões de pessoas, o que representa um acréscimo de 483 mil pessoas à procura por trabalho.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia.

“Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho. Se olharmos retrospectivamente, na série histórica da pesquisa, todos os trimestres móveis encerrados em fevereiro são marcados pela expansão da desocupação, com exceção de 2022”, disse em nota.

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A queda do número de ocupados foi de 1,6%, segundo o IBGE, com retração de 1,6 milhão de pessoas no mercado de trabalho no trimestre encerrado em fevereiro frente ao trimestre anterior.

Com isso, o nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, chegou a 56,4%, uma queda de 1,0 p.p. na mesma comparação.

Adriana explica que a população ocupada tem um comportamento que é o inverso da trajetória da população desocupada. Nos primeiros meses do ano, há um movimento praticamente conjugado, de retração da população ocupada e a expansão da desocupação.

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“Isso é ligado tanto às dispensas dos trabalhadores temporários que costumam ser contratados no fim do ano quanto à maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas”, diz.

Categorias e setores

Entre as categorias que mais perderam postos de trabalho no período estão o empregado sem carteira no setor público (-14,6%, ou menos 457 mil), o empregado sem carteira assinada no setor privado (-2,6%, ou menos 349 mil pessoas) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8%, ou menos 330 mil).

O número de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável após seis trimestres consecutivos de crescimento significativo.

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Ainda na comparação com o trimestre anterior, houve redução de 206 mil pessoas na categoria dos empregadores, que agora soma 4,1 milhões de pessoas.

Já o número de trabalhadores domésticos ficou estável e é estimado em 5,8 milhões. A taxa de informalidade também ficou estável no trimestre (38,9%).

No mesmo período, não houve crescimento de ocupação em nenhum dos setores analisados pela pesquisa. Quatro deles tiveram retração no período: Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,7%, ou menos 471 mil pessoas), Indústria geral (-2,7%, ou menos 343 mil pessoas), Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,3%, ou menos 202 mil pessoas) e Outros serviços (-3,2%, ou menos 171 mil pessoas). Os outros setores investigados se mantiveram estáveis.

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A taxa de informalidade foi de 38,9% da população ocupada (ou 38,2 milhões de trabalhadores informais) contra 38,9% no trimestre anterior e 40,2% no mesmo trimestre do ano anterior.

Rendimento médio

O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.853 e ficou estável frente ao trimestre encerrado em novembro. Houve aumento apenas nos setores de Alojamento e alimentação (6,0%, ou mais R$ 107) e Serviços domésticos (2,6%, ou mais R$ 28).

Os outros ficaram estáveis. No que se refere às posições na ocupação, houve aumento entre os trabalhadores domésticos (2,6%, ou mais R$ 28) e empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (2,0%, ou mais R$ 84).

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A massa de rendimento também ficou estável frente ao trimestre anterior. Ela foi estimada em R$ 275,5 bilhões, crescendo 11,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.