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A taxa de desemprego foi para 14,7% no primeiro trimestre de 2021, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi em linha com o esperado: de acordo com consenso Refinitiv, a mediana projetada era de uma taxa de desemprego de 14,7% no período. Em fevereiro, a taxa de desemprego era de 14,4%.
Contudo, a alta foi de 0,8 ponto percentual na comparação com o último trimestre de 2020 (13,9%). Isso corresponde a mais 880 mil pessoas desocupadas, totalizando 14,8 milhões na fila em busca de um trabalho no país. É a maior taxa e o maior contingente de desocupados de todos os trimestres da série histórica, iniciada em 2012.
“Esse aumento da população desocupada é um efeito sazonal esperado. As taxas de desocupação costumam aumentar no início de cada ano, tendo em vista o processo de dispensa de pessoas que foram contratadas no fim do ano anterior. Com a dispensa nos primeiros meses do ano, elas tendem a voltar a pressionar o mercado de trabalho”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
A analista observa que o contingente de ocupados (85,7 milhões) ficou estatisticamente estável na comparação com o último trimestre do ano passado. Mas o nível de ocupação (48,4%) reduziu 0,5 ponto percentual. Desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
“Essa redução do nível de ocupação está sendo influenciada pela retração da ocupação ao longo do ano passado, quando muitas pessoas perderam trabalho. Em um ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2020, a população ocupada reduziu em 6,6 milhões de pessoas”, comentou Adriana Beringuy, observando que os impactos da pandemia só ficaram visíveis no mercado de trabalho no final de março daquele ano.
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A maioria dos indicadores ficaram estáveis no primeiro trimestre deste ano. Entre as categorias de trabalhadores, houve redução dos empregados do setor privado sem carteira assinada (9,7 milhões), um recuo de 2,9% com menos 294 mil pessoas. Também diminuíram os empregados do setor público sem carteira (1,9 milhão), uma queda de 17,1% ou menos 395 mil.
O único aumento na ocupação ocorreu entre os trabalhadores por conta própria (23,8 milhões), que cresceram 2,4%, um acréscimo de 565 mil postos de trabalho.
Já os trabalhadores do setor privado com carteira assinada ficaram estáveis (29,6 milhões). Na comparação anual, contudo, houve uma redução de 10,7% ou menos 3,5 milhões de pessoas. Os trabalhadores domésticos foram estimados em 4,9 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, essa categoria reduziu em 1,0 milhão de pessoas.
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Embora estatisticamente estável, o número de empregadores com CNPJ (3,0 milhões) foi o menor da série histórica iniciada no quarto trimestre 2015, quando começou a ser pesquisada a diferenciação de profissionais com e sem CNPJ.
A taxa de informalidade foi de 39,6% no primeiro trimestre deste ano, o que equivale a 34,0 milhões de pessoas, ficando estável em relação ao trimestre anterior (39,5%). Os informais são os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração.
O IBGE aponta que outro destaque da pesquisa foi a alta no total de pessoas subutilizadas, que são aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial. No primeiro trimestre, o contingente chegou a 33,2 milhões, o maior da série comparável, um aumento de 3,7% com mais 1,2 milhão de pessoas.
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Os desalentados, que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, somaram 6,0 milhões de pessoas, ficando estáveis em relação ao último trimestre de 2020, mas permanecem como maior patamar da série.
(com Agência de Notícias do IBGE)
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