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SÃO PAULO – A guerra comercial travada entre Estados Unidos e China durante os últimos anos pode gerar um efeito negativo para o governo de Donald Trump na batalha contra o surto do novo coronavírus.
Durante as várias tarifas impostas pelos americanos contra os chineses estão algumas sobre suprimentos médicos essenciais, incluindo roupas de proteção, equipamento de proteção individual (EPI), sistemas de tomografia computadorizada e acessórios médicos descartáveis.
Tudo isso deixa a maior economia do mundo, e a com mais casos de covid-19, em situação mais delicada na hora de negociar a aquisição destes equipamentos da China, conforme cresce no mundo todo a disputa por estes itens de proteção.
Atualmente, são mais de 555.000 casos relatados nos EUA e mais de 22.000 mortes, de acordo com os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins.
Comparada a outros países com uma abordagem “mais flexível” em relação à importação de EPIs, a imposição de tarifas “prejudicou ainda mais a preparação e a resposta dos EUA ao surto”, disse Yanzhong Huang, pesquisador sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores, à CNBC.
Segundo notícias, a China começou a acelerar a produção de equipamentos médicos críticos à medida que a doença se espalhava pelo país, em janeiro.
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Com isso, eles acumularam um grande excedente de equipamentos de proteção individual, dos quais os centros de saúde americanos agora têm uma “necessidade urgente”, disse Susan Shirk, ex-vice-secretária de Estado e professora da Universidade de San Diego.
Há um mês, o Instituto Peterson de Economia Internacional ressaltou os impactos negativos que as tarifas causam no combate ao coronavírus.
De acordo com o documento, US$ 3,3 bilhões em importações de produtos essenciais para a saúde ainda enfrentam tarifas de 7,5%, enquanto US$ 1,1 bilhão em importações que poderiam potencialmente tratar a covid-19 permaneciam sujeitos a tarifas de 25%.
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“As tarifas do governo sobre produtos médicos chineses podem contribuir para a escassez e custos mais altos de equipamentos vitais em tempos de crise nacional de saúde”, diz o relatório.
Durante a disputa comercial, entre 2018 e 2019, fornecedores de produtos médicos já haviam alertado contra as tarifas de suprimentos do setor, afirmando que isso levaria a custos mais altos e perturbaria as cadeias de suprimentos.
A situação é ainda mais complexa porque também afeta a segunda maior fonte de EPI e roupas de proteção dos americanos, o México, que também foi ameaçado por Trump com tarifas. Segundo especialistas, isso pode fazer com que os EUA percam tempo e dinheiro para tentar evitar mais mortes durante a pandemia.
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