Sob pressão de Erdogan, BC turco mantém juro básico em 14%, apesar da inflacão

No final do ano passado, o BC turco cortou a taxa básica de 19% ao nível atual, cedendo à pressão do líder político

Estadão Conteúdo

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, disse que desastre é o maior desde 1939
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, disse que desastre é o maior desde 1939

Publicidade

O Banco Central da Turquia (TCMB, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juros em 14% pelo sexto mês consecutivo, em decisão de política monetária divulgada nesta quinta-feira, 23. Embora a inflação no país esteja nos níveis máximos em 24 anos, a instituição se curva à pressão do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e evitar apertar os custos de crédito.

Em comunicado semelhante ao da reunião anterior, o BC turco não cita nominalmente a guerra na Ucrânia, mas afirma que “a escalada de riscos geopolíticos” enfraqueceu a atividade econômica global e impulsionou os preços.

Segundo a entidade, o quadro inflacionário é alimentado pelo encarecimento da energia, choques de oferta e “efeitos temporários de formações de preços que não são apoiadas por fundamentos econômicos. O TCMB argumenta que o processo desinflacionário deve começar, graças à medidas tomadas para estabilizar os preços.

Em maio, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Turquia acelerou à taxa anual de 73,5%, no maior valor desde 1998. O resultado é mais de 14 vezes superior à meta de 5% do banco central.

Apesar disso, o presidente Erdogan insistiu que juros não seriam elevados.

No final do ano passado, o BC turco cortou a taxa básica de 19% ao nível atual, cedendo à pressão do líder político, que destituiu uma série de dirigentes da instituição para que sua política pudesse ser implementada.

Continua depois da publicidade

Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.