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SÃO PAULO – As receitas do setor de serviços em agosto subiram 0,5% frente a julho e 16,7% na comparação anual. O resultado veio um pouco melhor do que o esperado (a expectativa era de alta anual de 16,3%, segundo consenso Refinitiv), mas foi considerado bom o suficiente para melhorar projeções sobre a economia em 2021. O dado anima, principalmente ao se levar em conta o desempenho decepcionante dos últimos indicadores de produção industrial e varejo.
“O setor de serviços é agora o principal motor de crescimento, já que o setor industrial enfrenta dificuldades com problemas na cadeia de suprimentos, principalmente a falta de semicondutores”, diz relatório assinado por Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs. Para o economista, o crescimento reflete o aumento da mobilidade, decorrente de uma melhora no cenário da pandemia de Covid-19, avanços na vacina e aumento de estímulos fiscais.
O que puxou o desempenho do indicador foi o crescimento de 4,1% dos serviços às famílias, como alimentação e alojamento. Serviços de informação e comunicação avançaram 1,2%, chegando a patamares de antes da pandemia. Já os serviços técnicos, como os prestados à indústria, recuaram em agosto, impactados pelos gargalos do setor industrial.
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O relatório do Goldman Sachs nota que o setor de serviços vem ganhando fôlego desde segundo trimestre e acredita que no período entre julho e setembro segmento deve acumular alta de 3,3% na comparação trimestral.
“Esperamos que alguns setores impactados pela pandemia, em particular os serviços à família, se recuperem de forma mais consistente nos próximos meses, com avanços no programa da vacinação, a reabertura da economia e novos estímulos fiscais”, afirma o relatório do Goldman Sachs.
O autor, contudo, também elenca riscos que podem interferir no processo de recuperação, como inflação acelerada, juros em alta, ruídos políticos, incertezas políticas e uma interrupção na confiança do consumidor e dos negócios.
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Para o Bradesco BBI, os números mais recentes indicam que os volumes de serviços devem continuar crescendo, porém em menor velocidade daqui para frente. “Com maior substituição entre os grupos de serviço, à medida que a pandemia arrefece a uma reabertura plena da economia se materializa”, diz o relatório assinado por Dalton Gardimann, Ricardo Mauad, Guilherme Zimmermann e Bernardo Keiserman.
Revisões pós-resultados
A Monte Bravo diz que o indicador divulgado nesta quinta-feira (14) é resultado de uma transferência de demanda vinda do varejo. “Com essa retomada, há também uma transferência de demanda do setor de bens, que registra alta na inflação e já havia se recuperado das perdas da pandemia”, diz o texto da análise. Agora, a Monte Bravo prevê um crescimento de 0,2% do PIB do terceiro trimestre, na comparação com o do segundo.
Rodolfo Margato, economista da XP, ressalta que as receitas com serviços vieram acima do consenso do mercado (alta de 0,3%) e da própria XP, que esperava um avanço ainda mais tímido, de 0,2%.
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“Com os resultados de agosto, as receitas reais do índice geral de setor de serviços ficaram 4,6% acima do patamar pré-pandemia”, assinala o economista, comparando com o mês de fevereiro de 2020. Margato, porém, ressalta que nem todos os grupos acompanharam essa tendência. Enquanto os serviços de informação e comunicação têm receitas 11% maiores, por exemplo, o segmento de serviços à família continua 17,5% abaixo do nível pré-crise.
“Reiteramos que os serviços às famílias devem responder por parcela relevante do crescimento do PIB total neste semestre, puxados pela normalização das atividades classificadas como não-essenciais, deslocamento das despesas das famílias de bens para serviços e recuperação do nível do emprego”, afirma Margato.
A estimativa preliminar da XP aponta para um crescimento de 0,6% do setor de serviços em setembro na comparação com agosto e de 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado. “Se nossa projeção estiver correta, os serviços mostrarão expansão de 3,6% no terceiro trimestre em comparação ao segundo, após ajuste sazonal”, diz o economista.
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A XP projeta um aumento de 0,1% para o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB. O indicador será divulgado nesta sexta-feira. Para o PIB, a projeção da XP é de crescimento de 0,5% no terceiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior, já descontando efeitos sazonais.
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