Schwartsman: Brasil cresce pouco porque subsídios impedem o crescimento da produtividade

Segundo o ex-BC, quando se tem Estado preparado para dar subsídios, o empresário, em vez de se dedicar à atividade, busca outra forma de ganhar dinheiro

Estadão Conteúdo

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O economista e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC) Alexandre Schwartsman afirmou que o Brasil cresce pouco porque a produtividade no País é baixa. “Vários são os canais que levam a esse baixo crescimento. Mas tem os incentivos, que vão para os setores menos produtivos. Se fossem produtivos, não precisariam de subsídios”, disse Schwartsman.

Segundo o ex-diretor do BC, quando se tem um Estado preparado para dar subsídios, o empresário, em vez de se dedicar à sua atividade, busca outra forma de ganhar dinheiro. “Isso é como dar carniça para urubus. Isso derruba a produtividade”, disse Schwartsman.

O ex-diretor do BC participou, ao lado do economista Guilherme Stein e do advogado Sebastião Ventura, do Millenium Talks, evento virtual organizado pelo Instituto Millenium sob o tema “Distorções do Bolsa Empresário”.

A iniciativa ocorre meio ao debate sobre a concessão de subsídios para os combustíveis, com a proposta de um fundo com dividendos e royalties da Petrobras para amenizar o impacto da alta do petróleo.

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Stein e Ventura, juntos com o economista Felipe Garcia, são autores de um estudo divulgado semana passada e que indica que os incentivos fiscais impactam a produtividade das empresas brasileiras em operação, além da qualidade da composição das empresas ativas. O documento faz parte da série Millenium Papers.

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Os autores concluíram que os subsídios do governo federal como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), Minha Casa Minha Vida (MCMV), Zona Franca de Manaus e a Desoneração da Folha de Pagamentos prejudicam o crescimento econômico e interferem na decisão de investimentos e geração de emprego.