Rússia retoma envio de gás para Europa pelo Nord Stream 1; Europa segue cautelosa

Fornecimento via Nord Stream 1, que corre sob o Mar Báltico até a Alemanha, foi interrompido para manutenção em 11 de julho

Equipe InfoMoney

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A Rússia retomou o bombeamento de gás através de seu maior gasoduto para a Europa nesta quinta-feira após uma interrupção de 10 dias, disse a operadora, aliviando os temores imediatos de abastecimento de inverno da Europa depois que o presidente Vladimir Putin alertou que os fluxos poderiam ser cortados ou interrompidos.

O fornecimento via Nord Stream 1, que corre sob o Mar Báltico até a Alemanha, foi interrompido para manutenção em 11 de julho, mas, mesmo antes dessa interrupção, os fluxos foram cortados para 40% da capacidade da operação em uma disputa provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os fluxos de quinta-feira voltaram ao nível de capacidade de 40%, mostraram os números do Nord Stream.

As interrupções no fornecimento prejudicaram os esforços europeus para reabastecer o armazenamento de gás para o inverno, aumentando o risco de racionamento e representando outro golpe para o frágil crescimento econômico se Moscou limitasse ainda mais os fluxos em retaliação às sanções ocidentais pela guerra na Ucrânia.

“Estamos em processo de retomar o transporte de gás. Pode levar algumas horas para atingir os volumes de transporte indicados”, disse um porta-voz da operadora do gasoduto à Reuters.

Os fluxos físicos estavam em 29.289.682 quilowatts/hora entre 7h e 8h GMT (entre 3h e 4h da manhã do horário de Brasília), mostrou o site Nord Stream 1, retornando ao nível de fluxos de pré-manutenção.

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Klaus Mueller, presidente da reguladora de rede da Alemanha, disse que a retomada dos fluxos de volta a 40% da capacidade não é um sinal de que as tensões estejam diminuindo. “Infelizmente, a incerteza política e o corte de 60% desde meados de junho permanecem”, disse ele no Twitter.

A Gazprom, que detém o monopólio das exportações russas de gás por gasoduto, não respondeu a um pedido de comentário da agência.

Para tentar evitar uma crise de abastecimento no inverno, a Comissão Europeia propôs uma meta voluntária para todos os estados da UE de reduzir o uso de gás em 15% de agosto de 2022 a março de 2022 em comparação com o uso no mesmo período de 2016-2021. A proposta da Comissão permitiria a Bruxelas tornar a meta obrigatória em caso de emergência de abastecimento.

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‘ENERGIA COMO ARMA’

“A Rússia está nos chantageando. A Rússia está usando a energia como arma”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na quarta-feira, acrescentando que a Europa precisa se preparar para o pior agora.

O Kremlin diz que a Rússia é um fornecedor de energia confiável e culpa as sanções pela redução dos fluxos.

A Gazprom, controlada pelo Kremlin, cortou as exportações de gás pela rota em junho para 40% da capacidade, culpando sanções por atrasar o retorno de uma turbina de gasoduto da Siemens Energy.

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A Gazprom disse na quarta-feira que não recebeu documentação para reinstalá-la e que o retorno da turbina e a manutenção de outros equipamentos eram necessários para manter o duto funcionando com segurança.

Putin aumentou as preocupações da Europa sobre o fornecimento via Nord Stream 1, dizendo na quarta-feira que os fluxos poderiam ser reduzidos ainda mais ou interrompidos porque a qualidade dos equipamentos atendidos não poderia ser garantida e que outros equipamentos precisam de manutenção.

Um porta-voz da OMV da Áustria disse que a Gazprom havia sinalizado que entregaria cerca de metade dos volumes de gás acordados na quinta-feira.

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A ENI da Itália disse que receberia cerca de 36 milhões de metros cúbicos (mcm) por dia de gás da Gazprom, acima dos volumes médios dos últimos 10 dias durante a manutenção do Nord Stream 1 de cerca de 21 mcm/dia ​​e próximo aos níveis pré-manutenção.

Os estados europeus têm buscado suprimentos alternativos, embora o mercado global de gás tenha sido pressionado mesmo antes da crise da Ucrânia, com a demanda pelo combustível se recuperando da desaceleração induzida pela pandemia.

(com Reuters)

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