Rússia quer vacinar quase 1 em 10 pessoas no planeta este ano

“Temos capacidade para fornecer a vacina a 700 milhões de pessoas fora da Rússia este ano”, disse diretor do fundo que fez a Sputnik V

Bloomberg

(REUTERS/Dado Ruvic)
(REUTERS/Dado Ruvic)

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(Bloomberg) — A Rússia quer aumentar a produção no exterior de sua vacina contra a Covid-19 com a promessa de fornecer imunizantes para quase uma em cada dez pessoas no planeta este ano, embora tenha produzido apenas uma pequena fração disso até o momento.

“Temos capacidade para fornecer a vacina a 700 milhões de pessoas fora da Rússia este ano”, disse Kirill Dmitriev, diretor-presidente do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF, na sigla em inglês), que apoiou o desenvolvimento da Sputnik V e supervisiona a distribuição internacional. “Os maiores produtores serão Índia, China e Coreia do Sul”, disse em entrevista na quarta-feira.

O sucesso da Rússia em persuadir até agora cerca de 50 países a aprovar a vacina reforçou suas ambições globais, com vários milhões de doses já entregues à América Latina, principalmente para a Argentina e México.

Mas a produção tem sido mais lenta do que o previsto inicialmente pelo RDIF, e na Rússia o uso do imunizante ainda não decolou. Dmitriev não comenta os atuais níveis de produção das principais produtoras estrangeiras, a não ser que são “significativos”.

No momento, os EUA aplicam mais doses a cada duas semanas do que a Rússia produziu da Sputnik V desde o início da epidemia.

Até o momento, as entregas internacionais permanecem relativamente pequenas, já que a Rússia corre para aumentar a produção. Na Rússia, cerca de 13 milhões de imunizantes de duas doses foram produzidos, disse a vice-primeira-ministra Tatyana Golikova na semana passada. O RDIF não divulga dados sobre quantas doses foram enviadas ao exterior, e o Kremlin diz que as exportações não têm reduzido a oferta doméstica. Comunicados dos países destinatários estimam o total em menos de 4 milhões.

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A Sputnik está sendo usada em cerca de 30 países, de acordo com o RDIF, em comparação com pelo menos 64 da vacina da Pfizer, da qual 95 milhões de doses já foram administradas globalmente.

Apesar da estratégia política, a Rússia não está oferecendo a Sputnik com desconto para países de baixa renda. Na África e na América Latina, a Sputnik é vendida pelo mesmo preço, de cerca de US$ 10 por dose, que no resto do mundo.

No início da semana, a Rússia avançou planos para a fabricação da Sputnik na União Europeia. O RDIF anunciou um acordo para produzir a vacina na Itália e conversa com França e Alemanha. O bloco de 27 países atualmente examina um pedido para aprovar o uso da Sputnik.

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Ao todo, o RDIF tem acordos de produção em 10 países, disse Dmitriev.

Até agora, a Rússia imunizou 5 milhões de pessoas, ou cerca de 5 vacinas por 100 adultos, em comparação com 36 no Reino Unido, quase 29 nos EUA e quase 10 na UE, de acordo com o rastreador de vacinas da Bloomberg. Levaria até 2022 para vacinar 70% da população russa se a taxa atual continuar. Autoridades esperam chegar perto dessa meta até agosto deste ano.

A Rússia conta com um “crescimento exponencial” da produção nacional para acelerar a vacinação no país disse Dmitriev. Segundo o executivo, até o final de junho, entre 40 milhões e 50 milhões de pessoas, todos aqueles que desejam se vacinar, poderiam ter acesso ao imunizante, sem explicar o que causaria o aumento da demanda.

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Por enquanto a distribuição foi prejudicada pela escassez em algumas regiões e pela relutância dos russos em tomar a vacina, embora seja oferecida gratuitamente, de acordo com pesquisas de opinião.

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