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ROMA, 15 FEV (ANSA) – Um dia depois do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmar que a Rússia invadiria o país na quarta-feira (16), o Ministério da Defesa de Moscou anunciou a retirada de algumas tropas militares que estavam mobilizadas na fronteira ucraniana.
O anúncio desta terça-feira (15) informa que, apesar dos exercícios militares na área não terem sido finalizados completamente, os soldados e equipamentos que estavam “nas unidades dos distritos meridionais e ocidentais cumpriram os seus objetivos”.
“Eles já iniciaram a carregar os equipamentos em meios de transporte ferroviários e terrestres e hoje começaram a reentrar em suas próprias bases. Enquanto as medidas de treinamento de combate se aproximam da conclusão, as tropas, como sempre ocorre, efetuarão marchas combinadas até as suas próprias bases permanentes”, diz a nota assinada pelo general-maior Igor Konashenkov, que também é porta-voz da Defesa do país.
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Após o anúncio, como ocorreu nas últimas semanas, começou a troca de acusações públicas entre os russos e os membros de países ocidentais, cada um dando uma versão diferente dos fatos.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que a retirada das tropas “já estava planejada” e “não depende da histeria ocidental”. Ele ainda pontuou, em entrevista à Tass, que a invasão “não passa de terrorismo midiático”.
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Para a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, “a data de 15 de fevereiro de 2022 entrará na história como o dia da falência da propaganda de guerra por parte do Ocidente – envergonhados e aniquilados sem disparar um tiro”.
Já o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, voltou a chamar de “histeria” a atitude dos Estados Unidos de realocar sua embaixada de Kiev para Lviv. “Isso é uma histeria exibicionista e sem sentido”, afirmou aos jornalistas em sua coletiva diária.
Peskov ainda voltou a afirmar que os exercícios militares russos nas áreas fronteiriças nada tinham a ver com uma possível invasão, mas sim “com o nosso direito de conduzir exercícios em nosso território onde acharmos que é oportuno – e isso não vai ser discutido com ninguém”.
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No entanto, o porta-voz não explicou porque mais de 140 mil soldados foram enviados para a região – em grupos que foram sendo aumentados semana após semana conforme a tensão política de uma invasão crescia.
Do outro lado, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, afirmou que “ao lado de nossos parceiros ocidentais, conseguimos impedir uma nova aceleração por parte da Rússia”.
Pouco antes do encontro entre Putin e o chanceler alemão, Olaf Scholz, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, voltou a pedir a retirada das tropas russas na fronteira e ressaltou que a “situação é particularmente perigosa e pode acelerar a qualquer momento”.
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“Precisamos usar todas as oportunidades de diálogo para obter uma solução pacífica. A responsabilidade para uma desaceleração está claramente do lado da Rússia, e espera que Moscou retire as próprias tropas”, afirmou a alemã em nota.
A troca de acusações sobre um possível conflito bélico na Ucrânia aumentou consideravelmente desde o último fim de semana, com os Estados Unidos reiterando que os russos podem invadir o país vizinho “a qualquer momento” e com os russos dizendo que isso não passava de “histeria e alarmismo”.
No sábado (12), diversos países ocidentais pediram para que os cidadãos deixassem o território ucraniano o mais rápido possível por conta dos riscos de deterioração da crise e esvaziaram suas sedes diplomáticas, deixando apenas os diplomatas essenciais no país. (ANSA).
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