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(Bloomberg) — A conquista democrata na Casa Branca e no Congresso dos Estados Unidos coloca muitos americanos ricos em uma situação difícil: impostos mais altos provavelmente estão a caminho.
O presidente eleito Joe Biden defendeu em campanha uma variedade de aumento de impostos e outras mudanças destinadas a espremer trilhões de dólares de empresas e americanos que ganham mais de US$ 400.000. Depois das vitórias dos democratas no segundo turno da eleição para o Senado da Geórgia nesta semana, o partido terá maioria estreita em ambas as casas do Congresso e capacidade de cumprir pelo menos algumas dessas promessas.
“Eles vão aprovar um bom número de propostas de Biden, especialmente aquelas que afetam negativamente os americanos mais ricos”, disse Edward Renn, sócio do escritório de advocacia Withers. “Haverá muito mais mudanças do que as pessoas previam há apenas dois meses.”
As questões que preocupam os ricos e seus conselheiros são quais propostas serão aprovadas e quando serão implementadas. Biden e o Congresso poderiam promover efetivo aumento de impostos a partir do início de 2021 ou atrasar quaisquer alterações para 2022 ou 2023. A ameaça de uma lei retroativa significa que famílias ricas e investidores não sabem quais regras se aplicam às transações realizadas agora.
“Não podemos dizer às pessoas para planejarem como se as leis em vigor continuassem assim”, disse Brad Dillon, estrategista sênior de fortuna do UBS. “É um grande jogo de esperar para ver até que tenhamos as garantias necessárias de que as alterações fiscais não serão retroativas.”
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Se os ricos venderem ações, por exemplo, não podem ter certeza se os lucros serão tributados à taxa máxima atual, 23,8%, ou à taxas de renda ordinária muito mais altas que Biden propôs aplicar aos ganhos de capital.
A maioria dos consultores vê as alterações fiscais retroativas como improváveis. Mas muitos analistas disseram o mesmo sobre os democratas conquistarem as duas cadeiras no Senado da Geórgia. E errar na previsão pode sair caro.
“Muitos dos meus colegas e clientes estão apostando que o próximo ano será a data efetiva para quaisquer alterações fiscais”, disse Alison Hutchinson, diretora-gerente da Brown Brothers Harriman. Embora isso provavelmente seja verdade, não há garantia, disse ela. “Acho que o alívio da Covid e qualquer pacote de estímulo serão a prioridade, mas o financiamento precisa vir de algum lugar.”
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