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A reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que começou nesta terça-feira (11) em Vilnius, na Lituânia, tem um importante impasse para resolver: que tipo de participação a Ucrânia terá na aliança militar? O presidente Volodymyr Zelensky quer um convite formal ao final do encontro, mas alguns chefes de Estados, com o americano Joe Biden à frente, querem evitar alguma decisão que possa escalar o conflito com os russos.
Em sua conta no Twitter, Zelensky foi enfático hoje. “Valorizamos nossos aliados. Valorizamos nossa segurança compartilhada. E sempre apreciamos uma conversa aberta. Recebemos sinais de que certas redações estão sendo discutidas sem a Ucrânia. E gostaria de enfatizar que esta redação é sobre o convite para se tornar membro da Otan, não sobre a adesão da Ucrânia”, afirmou.
Para ele, é “sem precedentes e absurdo” não serem definidos nem o prazo, nem o convite para essa adesão da Ucrânia. “Ao mesmo tempo, palavras vagas sobre ‘condições’ são adicionadas. Parece que não há disposição nem para convidar a Ucrânia para a Otan, nem para torná-la membro da Aliança”, queixou-se na rede social.
Isso significa que uma janela de oportunidade está sendo deixada para negociar a adesão da Ucrânia à Otan nas negociações com a Rússia. E para a Rússia, isso significa motivação para continuar seu terror. Incerteza é fraqueza. E vou discutir isso abertamente na cúpula”, escreveu o líder ucraniano.
Mas no briefing inicial sobre o encontro, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, evitou maiores compromissos. “A coisa mais importante que podemos fazer é continuar a fornecer armas, munições e apoio militar à Ucrânia. Porque, a menos que a Ucrânia prevaleça como nação democrática na Europa, não há questão a ser discutida sobre garantias de segurança ou adesão à Otan”, afirmou aos jornalistas.
Stoltenberg disse ainda que ficará feliz em receber Zelenskyy na reunião inaugural do Conselho da Otan na quarta-feira. “Os Aliados da Otan enviarão uma mensagem forte, unida e positiva sobre o caminho a seguir para a Ucrânia. Mas não vou entrar na linguagem exata (do documento final do encontro) agora porque isso será divulgado quando o comunicado com o texto for acordado. Isso acontecerá ainda hoje”, ponderou.
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Ele disse ainda que a mensagem será forte e unificada entre os aliados. “Trata-se tanto do caminho a seguir para a adesão, mas também da tarefa mais iminente, que é o apoio militar. Porque, a menos que asseguremos que a Ucrânia vença esta guerra, a menos que asseguremos que a Ucrânia prevaleça como uma nação soberana e independente, não há questão de adesão a ser discutida. Portanto, temos que entender os cronogramas”, repetiu.
Sobre as constantes ameaças russas de usar seu potencial nuclear no conflito, ele disse que a Otan está monitorando de perto essas movimentações. Condenamos o anúncio de que a Rússia enviará armas nucleares táticas para a Bielorrússia. Até agora, não vimos nenhuma mudança na postura de implantações nucleares russas que exija mudanças de nossa parte, mas continuamos vigilantes”, destacou.