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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (10), a farmacêutica americana Pfizer e o laboratório alemão BioNTech decidiram publicar os resultados preliminares da fase três dos testes clínicos da sua vacina candidata contra a Covid-19 no New England Journal of Medicine, um dos mais importantes periódicos científicos do mundo.
Embora os resultados tenham sido divulgados ainda em novembro pela própria Pfizer, só agora os dados foram devidamente publicados. Com a decisão, as informações podem ser avaliadas e criticadas por outros membros independentes da comunidade cientifica mundial.
A avaliação de mais pesquisadores e cientistas é um crucial para que os resultados de eficácia e segurança sejam devidamente provados. A vacina da Pfizer/BioNTech torna-se o segundo imunizante a ter seus resultados publicados em revistas científicas. Na última terça-feira (8), a Universidade de Oxford e a farmacêutica norte-americana AstraZeneca também tiveram seus resultados publicados no periódico The Lancet.
Eficácia de até 95%
Os resultados publicados repetem os números que já haviam sido anunciados pela Pfizer e pela BioNTech, com eficácia alcançada de até 95%. Os dados mostram que, além da alta taxa de eficácia, a vacina não causou efeitos colaterais graves em nenhum dos 43.448 participantes que participaram do estudo.
Dos voluntários, 21.720 receberam a vacina e 21.728 receberam o placebo. Foram recrutados voluntários da Argentina, do Brasil, da África do Sul e dos Estados Unidos.
Os testes também envolveram pessoas com mais de 65 anos de idade, e, nesta faixa etária, a vacina teve 94,7% de eficácia. A idade mínima de participação foi de 16 anos.
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Foram analisados 170 casos confirmados do novo coronavírus: 8 entre participantes que receberam a vacina e 162 entre participantes que receberam o placebo (substância inativa). Houve 10 casos graves de Covid-19 – nove ocorreram no grupo placebo, e um no grupo da vacina. Não houve óbitos entre os voluntários do estudo, nem relacionados à vacina, nem à Covid-19.
A vacina foi administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias. A eficácia começou após 28 dias da aplicação da primeira dose da vacina (sete dias após a aplicação da segunda dose). Entre os efeitos colaterais registrados, apenas 3,8% dos voluntários apresentaram fadiga e 2% tiveram leves dores de cabeça após a aplicação da segunda dose do imunizante.
Vacina já foi aprovada em três nações
Reino Unido, Canadá e Bahrein já aprovaram o uso emergencial da vacina da Pfizer/BioNTech. Na última terça-feira (8), inclusive, os britânicos começaram a campanha de vacinação, com uma idosa de 90 anos recebendo a primeira dose.
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Os EUA podem ser o próximo país a aprovar o uso do imunizante. A agência reguladora americana, a FDA, está se reunindo nesta quinta-feira (10) para decidir sobre o uso da vacina no país. Entenda como essa decisão pode impactar o uso da vacina no Brasil.
Acordo entre Pfizer e Ministério da Saúde
Na última segunda-feira (7), o Ministério da Saúde confirmou que está negociando a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer para 2021. Segundo a nota do ministério, “os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção”.
De acordo com o ministro responsável pela pasta, Eduardo Pazuello, o Brasil pode começar sua vacinação em dezembro ou janeiro se a Pfizer/BioNTech conseguiu a aprovação emergencial de sua vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Anvisa aprovou nesta quinta-feira (10) a possibilidade de as fabricantes de vacinas pedirem autorização temporária, de uso emergencial, dos seus imunizantes contra a Covid-19. 15 milhões de doses da AstraZeneca devem chegar ao país já no começo de 2021, segundo Pazuello.
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