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O resultado do primeiro turno da eleição no Brasil torna essencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se movimentar em direção ao centro rapidamente, assim como aumenta as chances de Jair Bolsonaro (PL) vencer, o que explica uma reação positiva dos mercados nesta segunda-feira (03), avaliam estrategistas do JP Morgan.
Lula foi o mais votado na eleição presidencial de domingo, mas disputará um tenso segundo turno com Bolsonaro, que superou o estimado pelas principais pesquisas de opinião e ficou a pouco mais de cinco pontos de distância do ex-presidente.
No caso do petista, a equipe do banco norte-americano acrescentou ainda que o desfecho da véspera torna crucial o ex-presidente apresentar seu plano macroeconômico, talvez até dando uma visão mais firme sobre quem será seu ministro da Fazenda. Bolsonaro já indicou que Paulo Guedes seguirá na Economia.
Os estrategistas também chamaram a atenção para as grandes surpresas no nível estadual, onde os candidatos ligados a Bolsonaro se saíram muito bem tanto nas eleições para governador quanto para o Congresso Nacional.
Esse cenário, avaliaram em relatório após os primeiros resultados da véspera, deve encorajar a campanha de Bolsonaro no início do segundo turno e os resultados nos Estados podem ser uma dica de que proporcionalmente mais votos podem migrar para o candidato no segundo turno.
“Ainda assim, não há muitos votos por aí para conquistar… Será um segundo turno muito combativo.”
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Na semana passada, a equipe do JPMorgan estimou que cenário mais provável para o primeiro turno na corrida presidencial era Lula à frente de Bolsonaro em 5% ou menos.
Mercado em alta
“Nossa visão é de que o mercado é de alta, independentemente das eleições”, afirmaram no relatório com data de domingo, assinado por Emy Shayo Cherman, Cinthya M. Mizuguchi e Pedro Martins Junior. “O período pós-eleitoral deve mostrar uma política econômica moderada e há a eventual chance positiva de que Lula, se eleito, nomeie uma equipe econômica pró mercado.”
Além disso, acrescentaram, o Brasil foi o primeiro país a parar de subir as taxas de juros e o Banco Central indicou que as taxas podem começar a cair em junho.
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“Os ‘valuations’ estão atraentes, os fluxos estrangeiros estão ok, os resgates de fundos dedicados a ações locais estão diminuindo”, acrescentaram, citando ainda que, do ponto de vista geopolítico, o Brasil está muito bem posicionado, além de ser um país rico em commodities.