Republicanos mantêm impasse sobre liderança da Câmara dos EUA

Deputado conservador Jim Jordan, apoiado por Donald Trump, fracassou em duas votações e ala moderada tenta emplacar novo nome

Roberto de Lira

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Um embate interno no Partido Republicano tem impedido que o grupo se una em torno de um nome para assumir o cargo de presidente (“speaker”) da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Na quarta-feira (18), o combativo parlamentar de Ohio, Jim Jordan, falhou em sua segunda tentativa de ver seu nome aprovado na votação, recebendo 22 votos contrários de seu partido, dois a mais que os obtidos na véspera.

Apoiado pelo ex-presidente Donald Trump e um dos criadores do House Freedom Caucus – a bancada mais conservadora dos republicanos -, Jordan ainda não deu sinais de desistência, mas a ala mais moderada do partido tenta adotar uma resolução que eleve os poderes do presidente interino, o deputado Patrick McHenry, da Carolina do Norte. Há possibilidade de parte dos democratas aderirem ao nome de McHenry se ele colocar seu nome na disputa.

O cargo está vago há duas semanas, desde que os radicais do partido destituíram Kevin McCarthy. Ele havia sido escolhido em janeiro, após 15 votações, e só conquistou a vaga após fazer concessões para o grupo mais conservador. Entre essas concessões estava a possibilidade de uma moção de censura, brecha utilizada para sua destituição.

O Partido Republicano tem maioria na Casa, com 222 assentos contra 212 dos democratas, e precisa de 217 votos para definir um nome. Todos os 212 democratas votaram a favor do seu líder, Hakeem Jeffries nas duas votações da semana.

O impasse ocorre num momento delicado, com a crise no Oriente Médio sem prazo para acabar e a possibilidade de o governo ser paralisado por falta de verbas no mês que vem.