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O mercado financeiro continua o movimento de revisar para baixo a projeção para a inflação deste ano, mas subir a do próximo (e agora passou a ver um IPCA maior inclusive em 2024), mostram dados do Relatório Focus divulgados nesta segunda-feira (15).
A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 caiu de 7,11% para 7,02% em uma semana, mas a de 2023 subiu de 5,36% para 5,38% e a de 2024, de 3,30% para 3,41%. Há um mês, as previsões eram de 7,54%, 5,20% e 3,30%, respectivamente.
É a 7ª semana seguida de queda na projeção para a inflação deste ano e a 18ª de alta para a do próximo. Já a elevação para a de 2024 indica uma desancoragem de expectativas do mercado em relação à meta do Banco Central.
Inflação fora da meta
A projeção do mercado para o IPCA deste e do próximo ano está fora da meta do BC, que é de 3,5% para 2022 e de 3,25% para 2023, com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja: ela será cumprida se o índice ficar entre 2% a 5% neste ano e entre 1,75% e 4,75% no próximo).
Caso o cenário projetado ocorra, a meta será descumprida por três anos consecutivos (em 2021, o índice oficial de inflação do Brasil fechou o ano em 10,06%). Além disso, o mercado também prevê um IPCA acima do centro da meta em 2024, pois a meta é de 3,00%, também com margem de 1,5 ponto porcentual, e será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%).
As projeções estão desalinhadas em relação às do Banco Central, que estima uma inflação de 6,8% em 2022, 4,6% em 2023 e 2,7% para 2024. Ou seja: ao contrário do mercado, a autoridade monetária acredita em uma IPCA dentro da meta no próximo ano e abaixo do centro da meta no seguinte.
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Previsão para o IPCA | 2022 | 2023 | 2024 |
Mercado | 7,02% | 5,38% | 3,41% |
Banco Central | 6,8% | 4,6% | 2,7% |
Meta do BC | 3,5% (de 2% a 5%) | 3,25% (de 1,75% a 4,75%) | 3% (de 1,5% a 4,5%) |
PIB, Selic e dólar
Já a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu marginalmente para 2022, 2023 e 2024: de 1,98% para 2,00% neste ano, de 0,40% para 0,41% no próximo e de 1,70% para 1,80% no seguinte, aponta o levantamento semanal do Banco Central com mais de 100 instituições financeiras.
Ao mesmo tempo em que prevê uma inflação maior em 2023 e 2024, o mercado manteve as estimativas para a Selic dos próximos anos: 13,75% no fim de 2022, 11% no fim de 2023 e 8,00% no fim de 2024, em linha com as projeções do BC.
Isso indica que o mercado prevê um IPCA mais forte que a autoridade monetária nos próximos anos se a atual política de juros for mantida (o BC indicou na ata do Copom que pode continuar subindo a Selic na próxima reunião do comitê, em setembro, mas que pretende encerrar o ciclo de alta no patamar atual).
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Para o câmbio, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central mantiveram as previsões para dezembro de 2022, 2023 e 2024 em US$ 1 = R$ 5,20, R$ 5,10 e R$ 5,10, respectivamente, pela terceira semana seguida.
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