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O mercado continua a revisar para baixo a projeção para a inflação deste ano e ao mesmo tempo elevar a para 2023, mostram dados do Relatório Focus, levantamento semanal compilado pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras que foi divulgado nesta segunda-feira (25).
A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 caiu para 7,30%, abaixo dos 7,54% da semana passada e dos 8,27% de 1 mês atrás, mas para 2023 subiu de 4,91% há 4 semanas para 5,20% há 7 dias e para 5,30% hoje. É a 16ª semana seguida de alta para a inflação do próximo ano.
O movimento é efeito das medidas tributárias aprovadas no Congresso Nacional, com apoio do governo federal, para baixar os preços dos combustíveis e da conta de luz neste ano, a poucos meses da eleição. Apesar do efeito benéfico no curto prazo, as medidas tendem a piorar a inflação no médio prazo.
A projeção para o IPCA nos dois anos está fora da meta do BC, que é de 3,5% para 2022 e 3,25% para 2023, com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja: ela será cumprida se o índice ficar entre 2% a 5% neste ano e entre 1,75% e 4,75% no próximo).
Caso isso ocorra, a meta será descumprida por três anos consecutivos.
Desancoragem das expectativas
O Focus também mostra sinais de desancoragem de expectativas mais ampla, com as estimativas para 2024 acima do centro da meta pela segunda semana seguida (3,30%). A meta de inflação do BC para 2024 e 2025 é de 3,00%, também com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%).
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Essa desancoragem em relação à inflação pode exigir da autoridade monetária um prolongamento do ciclo de alta dos juros. A Selic está em 13,25% ao ano atualmente, e na próxima semana o Comitê de Política Monetária (Copom) vai definir se eleva a taxa em mais 0,25 ou 0,5 ponto percentual.
Apesar das projeções estarem desalinhadas às metas do BC, o mercado manteve a projeção de uma Selic de 13,75% no fim deste ano (pela 5ª semana seguida), de 10,50% no fim de 2023 e de 8% no fim de 2024.
Alta maior do PIB
O mercado elevou a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, mas reduziu marginalmente a dos próximos, influenciado pelos dados positivos de atividade econômica e pela aprovação do pacote bilionário aprovado pelo Congresso em ano de eleição (também com apoio do governo).
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A previsão é que a economia brasileira cresça 1,93% em 2022 (contra 1,75% na semana passada e 1,50% há um mês), mas para 2023 e 2024 a estimativa de alta caiu respectivamente de 0,50% para 0,49% e de 1,80% para 1,70% em 7 dias.
Dólar mais forte
Para o câmbio, a expectativa é de um dólar mais forte nos próximos anos: US$ 1 = R$ 5,20 no fim deste ano (contra R$ 5,13 há 7 dias e R$ 5,10 há 1 mês), além de US$ 1 = R$ 5,20 em 2023 (era R$ 5,10 há uma semana) e R$ 5,10 em 2024 (era R$ 5,05).
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a cotação no mês de dezembro, não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano (como era até 2020).
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